O primeiro dia da conferência Portugal Economia Social 2019, ficou marcado pela presença da diretora do Departamento de Economia e Empreendedorismo Social (DEES) e da Casa do Impacto da Santa Casa, Inês Sequeira, que apresentou alguns dos projetos que a instituição tem vindo a desenvolver ao nível do empreendedorismo com impacto, revelando ainda algumas novidades para o início de 2020.
“Quisemos iniciar por fases, a parte do investimento veio mais à posteriori. Porque considerámos que o ecossistema precisava de se tornar um pouco mais maduro e ter mais projetos. Eram sempre os mesmos. Precisávamos de fomentar o pipeline”, explanou Inês Sequeira na a sua intervenção. “No início, o nosso trabalho foi mais no apoio da inovação e da capacitação, onde fomentámos mais programas de capacitação para que surgissem novas ideias e novos empreendedores que criassem novos projetos”, referiu ainda.
Para a responsável pelo hub de empreendedorismo social da Santa Casa da Misericórdia, é essencial que o apoio dado aos novos empreendedores não assente exclusivamente na vertente económica, porque ao “investir apenas na vertente económica, sem um acompanhamento permanente, corremos um risco muito maior que estes projetos falhem e acabem por ruir”.
De maneira a colmatar esta situação, a Misericórdia de Lisboa, através da Casa do Impacto, começou por desenvolver alguns mecanismos de apoio a novos players que pretendem mudar o ecossistema de empreendedorismo social.
Desde então, destacam-se o lançamento, em 2018, o Santa Casa Challenge – com um primeiro prémio no valor de 15 mil euros – e, mais recentemente, o lançamento da call para se tornarem investidores sociais da iniciativa Projetos de Impacto – inserida na iniciativa pública do Portugal Inovação Social. Coordenada pelo DEES da Misericórdia de Lisboa, “Projetos de Impacto” vai financiar e ajudar a potenciar projetos inovadores em várias áreas, estimulando ainda a filantropia. Este é um investimento, promovido em conjunto com o Banco Montepio, no valor total de 1 milhão e 350 mil euros, que posiciona ambas as entidades como as maiores investidoras sociais do país.
A estratégia da Santa Casa passa, futuramente, pela atribuição de apoios assentes numa “filantropia estratégica”, reforçou ainda Inês Sequeira na sua intervenção, no fórum Portugal Economia Social.
Já o segundo dia do evento, 11 de dezembro, foi assinalado com a participação de Maria da Luz Cabral, coordenadora da Unidade de Missão da Santa Casa, num painel de discussão onde foi dado a conhecer o projeto “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”. Um programa pioneiro que a Santa Casa tem vindo a trabalhar, de forma integrada, com a Câmara Municipal de Lisboa, o Instituto de Segurança Social, a Administração Regional de Saúde e a Polícia de Segurança Pública, e que visa responder a questões relacionadas com a longevidade, recriando estratégias que transformem, em oportunidade, as vulnerabilidades associadas a uma população lisboeta com mais anos de vida e com níveis de isolamento e solidão inquietantes.