Só na cidade de Lisboa são cerca de 80 mil pessoas, a população com mais de 65 anos, que vivem em situação de isolamento ou com alguém da mesma idade. Falar, escutar e cuidar esta faixa da população da cidade é a base do Projeto Radar, uma iniciativa que é uma vertente do Programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” e junta a autarquia de cidade, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Instituto da Segurança Social, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a PSP, as juntas de freguesia, a Rede Social de Lisboa.
Depois de uma fase piloto, que identificou pouco mais de 4500 idosos nas freguesias dos Olivais, Areeiro e Ajuda, o Radar estendeu-se a mais nove freguesias da cidade, Santa Clara, Marvila, Alcântara, Arroios, Alvalade, São Domingos de Benfica, São Vicente, Beato e Parque das Nações.
Na segunda fase, que decorreu de junho a outubro, foram identificados mais de 11 mil idosos (11.361) que vivem sozinhos, ou acompanhados por alguém da mesma faixa etária, sendo que só duas pessoas se encontravam no nível 1 de carência, o mais gravoso e cerca de 92% encontram-se no nível 5 o menos crítico.
Edmundo Martinho frisou que “o Radar deve ser um momento de mudança e de paradigma na nossa atuação enquanto instituição social”, considerando que “este projeto significa uma alavanca para que possamos em conjunto com as instituições da cidade dar continuidade a todas as iniciativas do programa: Lisboa, cidade de todas as idades”.
Para o provedor da Misericórdia de Lisboa, a atuação das instituições que operam neste setor da solidariedade social deve “ir ao encontro das pessoas” para que “possamos atuar de uma maneira mais célere e eficaz focando-nos nas respostas corretas”.
No final do seu discurso, Edmundo Martinho deixou ainda uma palavra de agradecimento a todos os parceiros que integram o projeto considerando que “sem o empenho de todos não seria possível chegarmos ao ponto onde chegamos e isso é o sinal claro que o que estamos a fazer estamos a fazer bem”.
Já Fernando Medina dirigiu um agradecimento muito especial à Santa Casa e a todos os parceiros envolvidos, pelo trabalho apresentado, referindo que “temos de momento uma radiografia social neste conjunto de freguesias sabemos quem são onde estão e que carências e necessidades tem”, argumentando que o Radar é um “guia essencial para a atuação de todos os parceiros”.
“Este trabalho vai-nos permitir, por um lado, fazermos de uma forma mais eficaz mais com as respostas que temos e, por outro, lançar de forma mais determinada as novas respostas que nós precisamos de ter”, conclui o autarca.
A terceira fase do Radar arranca esta quinta-feira, chegando a mais 14.274 pessoas, que vivem nas freguesias das Avenidas Novas, Belém, Benfica, Campo de Ourique, Campolide, Carnide, Estrela, Lumiar, Misericórdia, Penha de França, Santa Maria
Maior e Santo António. Ou seja, quando da sua conclusão, estima-se que o Radar identifique mais de 30 mil pessoas isoladas na capital.
Como funciona o projeto Radar
Identificação: É efetuada pelas equipas de rua, como por um conjunto de voluntários, devidamente formados pelo Serviço de Voluntariado da SCML e da CML.
Avaliação e Encaminhamento: Após a identificação pelas equipas e inserção dos dados na “Plataforma Digital Projeto RADAR” é feito o encaminhamento para avaliação. Posteriormente é realizada uma visita ao domicílio do participante, no sentido de avaliar o eventual encaminhamento para os parceiros do Radar.
Acompanhamento: É feito pelas Equipas de Apoio a Idosos (EAI’s), das Unidades de Desenvolvimento e Intervenção de Proximidade (UDIP’s) e de outras entidades parceiras do Radar.
Monitorização: O processo de identificação e de acompanhamento será da responsabilidade da Unidade de Missão da Santa Casa, que assumirá o acompanhamento das EAI’s, das UDIP’s e dos parceiros.
Conheça mais sobre o Projecto Radar em mais.scml.pt/lisboacidadetodasidades.