A promoção da qualidade de vida, a intervenção nutricional e os modelos de intervenção nos idosos e/ou em utentes seniores em internamento, foram alguns dos principais temas em debate na conferência “Nutrição e Saúde”, que decorreu no HOSA, entre os dias 3 e 4 de novembro.
Num formato integralmente online, o evento contou com a participação de oradores provenientes de várias áreas da saúde e foi acompanhado por quase dois mil participantes, dividido pelos dois dias de conferência.
Na sessão de abertura, Edmundo Martinho, provedor da Misericórdia de Lisboa, salientou que “a instituição tem vindo a consolidar, através de várias iniciativas como esta, a partilha de saberes e de experiências para soluções adequadas à realidade”.
“Esta conferência tem para nós um objetivo muito claro. É importante darmos nota sobre as boas práticas que já existem, mas temos novos desafios pela frente e este é o momento de encontrar possíveis soluções e sobretudo orientarmos, genericamente, todo o trabalho que desenvolvemos diariamente”, frisou o provedor.
Segundo estudos realizados pelo Instituto Nacional de Estatística, Portugal é um dos países membros da União Europeia com a população mais envelhecida. O trabalho conhecido em 2019 sugere, ainda, que longevidade não é sinónimo de qualidade. Neste sentido, Edmundo Martinho realçou a importância e o desejo de que “uma vida mais longa seja também uma vida com saúde e qualidade”.
Opinião partilhada por Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, que, no painel “Oportunidades e desafios do envelhecimento da população para a saúde pública”, defendeu que é necessário “proporcionar todas as condições possíveis para que as pessoas possam viver mais anos e com qualidade, e neste sentido, hábitos de vida saudáveis são cruciais”.
Já no espaço de debate “Let’s Talk About – Envelhecimento e Nutrição todos os intervenientes consideraram que a situação epidemiológica que o país atravessa comprovou que a adoção de hábitos de vida saudáveis, aliados a uma alimentação cuidada, diminui o risco de complicações nas pessoas que possam vir a estar infetadas com Covid-19. Este fórum contou com a participação de Teresa Amaral, professora da Universidade do Porto, Patrícia Almeida Nunes, diretora de Dietética e Nutrição do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Luís Matos, diretor de Nutrição da Unidade Local de Saúde de Guarda, e Paulo Niza, coordenador de Dietética e Nutrição da Misericórdia de Lagos. No final, todos concordaram que as respostas são cada vez mais exigentes e que as instituições têm que se adaptar aos novos tempos.
O desafio demográfico e o envelhecimento da população, o impacto da desnutrição nos cuidados hospitalares, a obesidade nos indivíduos e a sustentabilidade financeira das instituições foram algumas das questões que preencheram todo o debate.