A Web Summit abriu as suas portas, esta quarta-feira, 2 de dezembro, para mais uma edição que, apesar do novo formato, totalmente online, manteve o fulgor das cimeiras anteriores. Este ano, e à distância de um simples clique, foi possível assistir a centenas conferências e ficar a par dos mais recentes avanços tecnológicos em diversas áreas como a saúde, a sustentabilidade, o e-commerce e a inteligência artificial.
A Casa do Impacto foi convidada a organizar uma mesa redonda, esta quinta-feira, 3 de dezembro, onde o tema central foi “Porque é que Lisboa é o melhor centro de empreendedorismo de impacto?”. O debate, moderado por Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto, teve como oradores convidados LJ Silverman, da London School of Economics, Luís Fonseca, da Maze, Hugo Menino de Aguiar, fundador do SPEAK e Nuno Brito Jorge, fundador da GoParity.
Num ambiente descontraído, como mandam as regras de etiqueta da Web Summit, Inês Sequeira abriu a sessão dando as boas vindas a todos os participantes e começou por destacar o papel que a “Santa Casa tem tido no apoio ao ecossistema do empreendedorismo social”.
“Acreditamos que criando as condições certas para apoiar projetos inovadores na área social estamos a realizar mudanças que causam impacto não só na vida das pessoas, mas em todo o ecossistema que só terá a ganhar com a inovação que os empreendedores podem trazer”, frisou a responsável.
Sobre se Lisboa é efetivamente uma boa cidade para que empreendedores de impacto possam explorar as suas ideias de negócio, a resposta foi unânime entre todos, com os oradores a elencarem vários aspetos importantes, que fazem da cidade uma das melhores capitais europeias e um polo de inovação digital europeu aos olhos de empreendedores de todo o mundo.
“O ecossistema em Lisboa, quando comparado com outras cidades europeias, está francamente na frente. Nós temos sítios, como a Casa do Impacto, que se preocupam com a inovação e com a economia de impacto, que apoiam e financiam projetos numa fase muito embrionária, mas que fazem toda a diferença quando estás a lançar uma nova ideia”, comentou Hugo Menino Aguiar.
Ideia partilhada por Nuno Brito Jorge, que afirmou, ainda, que “o modelo de apoio que temos nos dias de hoje, na maioria das vezes cobre toda a fase de crescimento de uma startup, algo que não existia há alguns anos e isso dá-nos um privilégio enorme, quando comparado com outros países”.
“Em Portugal também há ainda muito para fazer. Temos grandes desafios sociais que temos ainda que resolver o que permite a que um empreendedor olhe para este micro espaço como um ótimo sítio para colocar as suas ideias de impacto em curso”, concluiu Nuno Brito Jorge.
Para LJ Silverman, Portugal continua a ser visto como um exemplo a seguir no empreendedorismo social. “Existe uma forte componente por parte das organizações e instituições portuguesas de apoiarem a economia de impacto”, frisou a representante da London School of Economics, dando como exemplo o serviço que a Santa Casa tem vindo a fazer, através da Casa do Impacto, no apoio a novas ideias de negócio.
Web Summit 2020: uma edição marcada pela pandemia de Covid-19
Num ano tão atípico e em que o Web Summit comemora a sua primeira década de vida, a organização do evento anunciou que houve mais de 100 mil visitantes, oriundos de 150 países, a assistirem às diversas calls e masterclasses do evento.
Já na sessão de abertura, o primeiro-ministro, António Costa, considerou que o “ano de 2020 é um ano de pandemia, mas é também o ano em que Portugal entra numa posição de destaque na inovação. É o ano em que, mesmo num clima pautado pela incerteza, foi capaz atrair 33 projetos de inovação, registar um aumento de 14% de estudantes universitários em tecnologias de informação e em engenharia e lançar o plano de transição digital”. “O mundo pós-pandemia será diferente, mas cabe-nos a nós garantir de que será melhor”, concluiu o primeiro-ministro português.
Já Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, afirmou que eventos “como estes são necessários mais do que nunca” e mostrou-se confiante que, em 2021, a cidade possa acolher todos os que visitarem a cimeira.
Após as edições de 2016 e 2017 realizadas em Lisboa, a organização da cimeira e o Governo Português anunciaram, em outubro de 2018, uma parceria a 10 anos que permite manter a conferência na capital portuguesa até 2028.