Num formato totalmente online, o II Congresso internacional da Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala (SPTF) congregou dezenas de oradores nacionais e internacionais de diversas áreas da saúde que, durante cinco dias, debateram as principais áreas de atuação clínica da terapia da fala, desde as perturbações da comunicação, da linguagem, da voz, da fluência e da motricidade orofacial e deglutição, bem como a importância da transdisciplinaridade e o impacto das tecnologias da informação, na atuação dos terapeutas da fala.
Paula Correia, presidente da SPTF, considera que esta foi uma iniciativa que espelhou “um dos principais objetivos da Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala, que é o de promover e divulgar ciência em terapia da fala”, fundamentando que “o programa científico que foi pensado para este congresso foi desafiante, mas pretendeu dar resposta a todos, tanto no modelo presencial como no modelo de teleprática”.
O primeiro dia de congresso ficou marcado por diversos workshops, destinados a promover alguns dos maiores desafios que os terapeutas da fala têm na sua prática clínica.
Já a conferência inaugural, no dia 23, ficou a cargo do antigo comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, que discursou sobre o papel da inovação na melhoria dos serviços de saúde e educação em Portugal e como o avanço tecnológico pode e deve potenciar melhores profissionais.
Este dia ficou ainda marcado pela homenagem à terapeuta Suzete Carmona Rodrigues, antiga professora da Escola Superior de Saúde do Alcoitão (ESSAlcoitão), que foi distinguida pela SPTF devido ao seu empenho e dedicação no desenvolvimento da terapia da fala em Portugal.
“Uma homenagem justa a uma figura emblemática da terapia da fala nacional, que sempre lutou pela qualidade do ensino” desta profissão no nosso país, bem como “pelo reconhecimento académico e profissional dos terapeutas da fala, pautando a sua ação pelo humanismo, sentido de responsabilidade, sempre com grande determinação, mas com uma doçura contagiante”, referiu Margarida Grilo, coordenadora do Departamento de Terapia da Fala da ESSAlcoitão.
Opinião partilhada por Paula Correia: “esta distinção demonstra o contributo importante, extenso e fundamental que a Suzete Rodrigues teve para com a terapia da fala”, frisando que a mesma “está, por certo, na memória e no coração de centenas de terapeutas da fala”.
Seguiram-se três dias e meio de um intenso debate em torno das principais áreas de atuação clínica da terapia da fala, divulgando e atualizando conhecimentos, em formato de conferências, mesas redondas e comunicações livres.
Durante o evento foi ainda entregue o Prémio de Mérito Científico à professora Isabel Guimarães, docente da ESSAlcoitão e membro fundador da SPTF. Uma distinção que premeia atos que valorizam de forma assinalável a ciência em terapia da fala.
Paula Correia, que é uma das principais defensoras da constituição de uma ordem profissional para a classe, defendeu que este congresso veio demonstrar que “a terapia da fala está ótima e num processo de crescimento e valorização ímpar, onde os nossos profissionais devem assumir o seu papel nas equipas multidisciplinares onde estão”. “Os terapeutas da fala têm respondido a este apelo e têm vindo, num número bastante elevado, a adquirir o grau académico de Mestre e de Doutor”, concluiu.
Margarida Grilo acredita que a participação da escola neste evento foi “extremamente importante” na medida em que “a ESSAlcoitão, como instituição de ensino superior, fundadora da terapia da fala em Portugal, teria de associar-se e apoiar um evento de alcance internacional, diferenciação científica e profissional, no âmbito desta área da saúde”, frisando que “a ESSAlcoitão sempre destacou junto dos seus diplomados e dos seus parceiros a versatilidade da atuação do terapeuta da fala, divulgando e promovendo a profissão, junto de diferentes destinatários e por diferentes meios”.