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Livro “Tocando Vidas” evidencia trabalho da Orquestra Geração

Livro “Tocando Vidas” evidencia trabalho da Orquestra Geração

Obra de Paula Freire foi ontem apresentada na Sala de Extrações da Santa Casa e recolheu elogios pela forma como reflete a importância do projeto.

Ação social

A arte como forma de inclusão. Foi este o mote para a apresentação do livro “Tocando Vidas: Inclusão social através da prática musical na Orquestra Geração Sistema Portugal”, de Paula Freire, que decorreu ontem na Sala de Extrações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A obra resultou da tese de mestrado da autora em Estética e Estudos Artísticos na NOVA FCSH e Paula Freire dissecou-a resumidamente à plateia.

“O livro “Tocando Vidas” é composto por uma primeira parte onde faço um pequeno historial do projeto Sistema, que nasce na Venezuela, e da forma como se estende para os outros países. Portugal foi o primeiro país da Europa a adotá-lo e neste momento há uma rede europeia. Depois faço uma pequena história de como se iniciou o projeto em Portugal. E depois tenho o meu trabalho de campo”, começou por referir.

A autora sublinhou a “influência que a música tem no desenvolvimento” destas crianças e jovens, acrescentando que “o facto de estarem em orquestra dá-lhes uma dimensão sobretudo das áreas sociais, da socialização, do trabalhar em equipa”.

Alargar fronteiras

Já antes Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tinha dado as boas-vindas aos convidados, expressando que “há momentos em que as nossas palavras não mostram o sorriso que temos no coração”.

“Agradeço à autora a oportunidade de fazer algo que a determinado momento achávamos que era impossível. Temos o dever de ajudar todas as crianças a alargar as fronteiras dos seus bairros, as fronteiras dos seus sonhos”, afirmou.

Apresentação do livro Tocando Vidas

Quem também marcou presença na apresentação do livro foi o Ministro da Educação, João Costa, que se mostrou muito satisfeito com o resultado deste trabalho.

“Felicitar a Paula Freire por fazer deste projeto maravilhoso um objeto de estudo, porque as boas experiências não podem apenas ser vividas, mas também têm de ser estudadas para podermos ter a evidência científica que nos permite replicar e levar mais longe. O nome do livro não podia ser mais acertado, “Tocando vidas”, com a ambiguidade de tocar um instrumento e este toque fundamental nas vidas”, comentou.

Reforçando o papel da arte no percurso escolar dos jovens, o governante reiterou que “na Orquestra Geração vemos a grande evidência da arte como fator de inclusão, que é um objetivo fundamental” e garantiu que “se a escola não for inclusiva, não tem qualidade”.

“A arte tem esta possibilidade de criar alternativas. Afinal não estamos condenados à tristeza e ao insucesso. Por vezes a arte é a primeira experiência de sucesso, é a primeira vez que sentimos ‘eu sou capaz’. Quis estar aqui hoje para celebrar o livro, mas sobretudo a história tão bonita da Orquestra Geração”, terminou o Ministro da Educação.

Muitos elogios

Pelo mesmo diapasão alinhou Maria do Rosário Pereira, em representação da Leya, classificando o livro “Tocando Vidas” como “um testemunho vivo do que tem sido o impacto da Orquestra Geração para tantas crianças e jovens deste país”.

Já para Paula Gomes Ribeiro, orientadora da tese de Paula Freire, ficou patente por parte da autora a “devoção a este projeto, o modo generoso como partilhou progressivamente com os seus públicos, as pessoas a quem se destinava o seu livro”, num “texto generoso, que envolve o leitor e lhe permite incluir-se na trajetória da própria Paula Freire”.

Por fim, Helena Lima, presidente da Orquestra Geração, quis “agradecer à Santa Casa pela forma como tem acreditado no projeto”, abordando o “sentido de comunidade que se tem desenvolvido na Orquestra Geração”.

“A Paula ter entrado também nesse espírito ajudou a que isso pudesse ser tornado público”, concluiu.

Integrante da Orquestra Geração SCML

A sessão na Sala de Extrações terminou com atuação da Orquestra Geração, com muitos familiares dos jovens músicos na plateia.

Recorde-se que o projeto Orquestra Geração foi criado em 2007 e tem como objetivo primordial promover a inclusão social das crianças e jovens de bairros sociais e economicamente mais desfavorecidos e problemáticos, atuando em diversos concelhos e reunindo mais de 2.000 crianças e jovens em torno da música.

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