No âmbito do COTEC-ESLA Collaboration for Impact Award (divulgado pela Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala e Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais), as equipas de Terapia da Fala e Terapia Ocupacional do Serviço de Reabilitação Pediátrica e de Desenvolvimento do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão (CMRA) concorreu com um projeto que ficou apurado entre os 4 finalistas.
No dia 30 de março, a equipa composta pelas terapeutas Catarina Cavaco, Marina Moreira e Joana Lopes defendeu este trabalho numa apresentação internacional, tendo vencido por unanimidade. O projeto visa uma intervenção multidisciplinar, dirigida a famílias de crianças com Perturbação do Espectro do Autismo até aos 4 anos.
Falámos com a equipa responsável por este projeto:
Que projeto desenvolveram?
O projeto submetido a concurso, baseia-se num programa de intervenção multidisciplinar do SRPD (Serviço de Reabilitação Pediátrica e de desenvolvimento), direcionado para famílias com crianças com Perturbação do Espetro do Autismo, até aos 4 anos. É uma abordagem centrada na funcionalidade e pretende capacitar os cuidadores, para que possam promover o desenvolvimento da criança nas áreas da comunicação, linguagem, planeamento motor, comportamento, autorregulação e o brincar nas rotinas do dia a dia.
Em que âmbito?
Numa perspetiva de intervenção mais colaborativa, envolvendo a família, trazendo benefícios quer para os cuidadores, que se sentem mais capacitados, quer para as crianças que continuam a ser estimuladas em todos os contextos naturais, potencializando assim as oportunidades de desenvolvimento.
A que conclusões chegaram?
Concluímos que de um modo geral as famílias sentem-se muito satisfeitas com o acompanhamento realizado, com uma maior consciência das oportunidades que podem criar para promover o desenvolvimento dos seus filhos, referindo um maior empoderamento com ferramentas/estratégias para fazer face aos desafios diários.
Verificou-se, ainda, que as crianças alteram o seu perfil, demonstrando uma evolução, de acordo com os objetivos terapêuticos definidos.
Para os serviços de saúde traduz-se numa mais valia, pois reduz o tempo de intervenção e os recursos humanos necessários. Ainda na perspetiva da equipa, contribuiu para um crescimento e valorização do trabalho cooperativo.
Qual foi a vossa maior motivação para concorrerem a este prémio?
Quando as associações que nos representam APTF (Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala) e APTO (Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais), divulgaram este concurso internacional, entendemos que preenchíamos os requisitos exigidos e que seria uma oportunidade de expor internacionalmente, um trabalho já de alguns anos, que se tem vindo a ajustar, consoante as necessidades das famílias e das crianças, e que continua a ser implementado numa perspetiva futura.
Quem são as integrantes do projeto e qual a área de trabalho dentro do CMRA?
A Equipa do SRPD do CMRA, no regime ambulatório, está maioritariamente envolvida neste projeto multidisciplinar. O médico fisiatra é o responsável de caso e as crianças/famílias são acompanhadas em Terapia da fala, Terapia ocupacional, Psicologia, sendo também realizado um atendimento ao nível do Serviço Social (direcionado às famílias e à articulação com os agentes pedagógicos).
Em que consiste este prémio?
Este prémio resulta de uma ligação conjunta entre as duas entidades máximas da Terapia da Fala e da Terapia Ocupacional a nível Europeu – ESLA e COTEC. É o primeiro prémio deste tipo a ser atribuído e destina-se a reconhecer o trabalho de parceria entre as duas vertentes Terapia da Fala e Terapia Ocupacional.