O Ispa – Instituto Universitário acolheu, nos passados dias 22 e 23 de junho, o encontro “Fora de Portas – Terapia Familiar & Intervenção Sistémica com a Comunidade”. Depois de um primeiro dia pautado essencialmente por workshops, o segundo dia ficou marcado por várias sessões de partilha e de debate em torno da temática que deu o nome ao evento, onde vários especialistas convidados puderam expor as experiências, ideias e conhecimentos diante de uma plateia repleta de profissionais e estudantes da área.
Ana Jorge, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, discursou na sessão de abertura do encontro, sublinhando sempre que “o mais importante são as pessoas”, a quem agradeceu desde logo. “Quero agradecer às pessoas da Santa Casa que desenvolvem isto, porque eu acabo de chegar”, proferiu.
A provedora realçou, ainda, o importante papel da academia na evolução da assistência às famílias, bem como a necessidade de haver cada vez mais ligação entre todos os agentes. “Não é possível nós intervirmos, principalmente nestas áreas, sem termos preparação prévia. Por outro lado, não podia ser mais significativo este título “Fora de Portas”. É preciso abrir as portas, ir para a comunidade e trabalhar com ela. E só podemos chegar a todos se trabalharmos em rede com todas as instituições”, salientou.
Ainda durante a manhã, destaque para duas intervenções de elementos da Santa Casa: Bruno Pimentel, diretor técnico da Casa de Acolhimento da Fonte, com o tema “Grupos multifamiliares: Intervenção com famílias de jovens em acolhimento residencial”, e Susana Pimenta, do Núcleo de Acolhimento Familiar.
Susana Pimenta explicou que o processo do acolhimento familiar é “um grande desafio”, mas acaba por compensar. “É difícil, mas as famílias de acolhimento dizem-nos, muitas vezes, que recebem muito mais do que dão àquela criança”, referiu.
Já da parte da tarde, a psicóloga Lúcia Paço revelou o ponto de vista das famílias numa situação de terapia, com a presença de uma família que falou da sua experiência.
“Tivemos de garantir que estávamos a respeitar o seu lugar, no qual são os autores da sua história. É a casa deles. Nas competências dos profissionais, é preciso estarmos muito atentos para respeitarmos esse lugar, que é da família”, explicou Lúcia Paço.