Não sabemos bem como descrever esta noite. Será um misto de emoção e ternura que partilhamos ao acompanhar esta marcha? Ou será, acima de tudo, um privilégio imenso presenciar, vivenciar, acompanhar, abraçar e estar perto de alguns dos protagonistas que tornam este evento tão especial?
Na verdade, é tudo isto.
Ao longo de dois meses de ensaios matinais intensos (estamos a falar de várias horas!), pessoas de todas as idades, dos 20 até aos quase 90 anos, reuniram-se diariamente para dar o melhor de si. Mulheres e homens, jovens e idosos, todos com um propósito comum: celebrar a Missão, a Cultura e a História da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e levá-la a descer a Avenida, no Dia de Santo António.
Apesar de intensos, os ensaios foram, antes do mais, momentos de camaradagem e apoio mútuo. Paulo Jesus, coreógrafo que os acompanha há sete anos, é uma figura central neste processo. Os seus ‘gritos’, ‘palavras’ e ‘aconchegos’ são mais do que simples instruções. São a força motriz que mantém todos os participantes unidos e motivados. O respeito e a admiração que ele inspira são palpáveis, e a sua paixão pelo que faz é contagiante e evidente.
A marcha da Santa Casa não é apenas uma apresentação, é uma expressão de identidade e um tributo à história da Misericórdia de Lisboa. Cada passo e cada movimento coreografado contam uma história e homenageiam uma tradição secular, lembrando cada Boa Causa da Instituição fundada há quase 526 anos pela Rainha D. Leonor. Ver estas pessoas, de diferentes gerações, unidas pelo amor à dança, à cultura, à Boa Causa, faz desta uma experiência única.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa desempenha, há séculos, uma função fulcral na cidade e este é um motivo mais do que suficiente para dar “vivas” à Marcha da Santa Casa!