Uma investigação científica cujas bases foram premiadas em 2017 e 2021 pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa deu mais um importante passo na luta contra a doença de Alzheimer. A equipa de cientistas, liderada pela neurofarmacologista Maria José Diógenes, confirmou o potencial terapêutico de um novo composto químico contra a doença, através de experiências em ratos.
“Percebemos que os ratinhos que têm a doença de Alzheimer mimetizada, que receberam este medicamento, comportam-se de uma forma praticamente igual aos ratinhos sem doença nenhuma. E ainda tivemos algumas surpresas interessantes”, frisou a neurofarmacologista em conversa com a Santa Casa, acrescentando que este processo não teve, até ao momento, efeitos secundários significativos, “o que é excelente”.
Maria José Diógenes detalhou que os passos seguintes passam por aprimorar a forma de administração, nomeadamente consegui-la por via oral, bem como melhorar a personalização da dosagem de acordo com o doente.
A cientista agradeceu ainda à Misericórdia de Lisboa pelo apoio que possibilitou estes resultados: “Sem a Santa Casa isto não tinha sido possível. Foi a Santa Casa que financiou a grande maioria deste projeto”.
Maria José Diógenes foi distinguida em 2017 e 2021 pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa com o Prémio Mantero Belard, cujo objetivo é reconhecer e dinamizar a investigação científica ou clínica desenvolvida no âmbito das doenças neurodegenerativas associadas ao envelhecimento, possibilitando o surgimento de novas estratégias no tratamento e restabelecimento das funções neurológicas.