A 4.ª edição das Jornadas RADAR aconteceram esta segunda-feira, 17 de fevereiro, no Auditório dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, e reuniram de dezenas de pessoas para refletir, partilhar ideias, perspetivar o futuro e consolidar o trabalho desenvolvido nos últimos anos, no combate ao isolamento e solidão não desejada da população sénior na cidade, em particular nesta zona da cidade.
O evento contou com várias intervenções e conversas informais, tendo sido uma oportunidade para reforçar laços, partilhar experiências e refletir sobre o que foi feito e o que poderá ser melhorado para consolidar o projeto RADAR como um instrumento fulcral, para aproximar as pessoas mais velhas às dinâmicas comunitárias, prevenindo o isolamento social e solidão indesejada.
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Na sessão de abertura Ângela Guerra, administradora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, destacou a importância do trabalho colaborativo entre todas as entidades inseridas no projeto, para apoiar a população mais vulnerável. Durante a sua intervenção, Ângela Guerra sublinhou que “o Projeto RADAR é essencial para garantir que ninguém fique para trás, especialmente as pessoas mais velhas”, reforçando o papel da Santa Casa na implementação e desenvolvimento de projetos que promovem a inclusão social.
A responsável focou ainda a importância de este ser “um projeto de proximidade” que diariamente “vai de porta em porta, averiguar as necessidades das pessoas”.
“Esta é uma das missões que a Santa Casa tem que faz todo o sentido fortalecer e acarinhar. Todos os dias conseguimos identificar mais pessoas, angariar mais Radares Comunitários e desenvolver o projeto sempre numa base colaborativa. O paradigma alterou-se e é necessário conhecer as pessoas nos seus territórios para que possamos convergir os apoios necessários com as verdadeiras necessidades das pessoas”, enalteceu Ângela Guerra.
Mário Rui André, Coordenador do projeto RADAR, apresentou os principais resultados do Projeto nas cinco freguesias em foco, onde se encontram integradas cerca de 8.572 pessoas 65+ (cerca de 22% do total) e cerca de 1200 Radares comunitários (23% do total), constituindo uma verdadeira rede local de atenção e apoio às pessoas com maior vulnerabilidade.
Durante o ano passado foram realizadas 150 ações de rua e 24 ações de Unidade Móvel. Destaque ainda para integração de mais de 1000 novas pessoas +65 na plataforma e para a realização de quase 4100 contactos telefónicos, que representam quase um quarto do valor total das chamadas realizadas no ano de 2024.
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Os dados agora apresentados para a Zona Oriental de Lisboa representam um trabalho de aproximação quer aos residentes com 65 ou mais anos nos territórios das cinco freguesias, quer aos estabelecimentos de comércio local, que se constituem como radares comunitários e desempenham um papel crucial na sinalização de situações de risco, de isolamento e solidão não desejada para uma agilização de uma intervenção ajustada a cada contexto.
Depois de uma breve pausa os trabalhos foram retomados e os representantes das juntas de freguesia do Areeiro, Arroios, Beato, Penha de França e Marvila, participaram numa Mesa Redonda onde partilharam as suas experiências locais, reafirmando o compromisso de continuar a apoiar as iniciativas do RADAR nas suas comunidades.
No encerramento das Jornadas, Paulo Machado, professor do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna apresentou as notas finais do encontro e reforçou a importância do RADAR no combate ao isolamento social e solidão indesejada nas pessoas +65.
As jornadas RADAR proporcionaram um espaço de debate sobre os desafios da longevidade onde são abordados temas como o envelhecimento, a solidão, a acessibilidade a serviços essenciais e a necessidade de estratégias inovadoras para um acompanhamento eficaz das situações de risco.