O que pode ser associado a um ramo de uma árvore é, afinal, uma “instalação” colocada no pátio da Casa Ásia, obra da autoria de Rita Nobre Carvalho, uma designer do Museu Bordalo Pinheiro, que ornamentou o ramo com várias reproduções de obras de Bordalo, como menus, placas cerâmicas ou desenhos gráficos
A instalação, que será inaugurada ao final da tarde de dia 28, está integrada no âmbito da programação Osaka 2025, na qual o Museu Bordalo Pinheiro / Lisboa Cultura apresenta uma exposição e uma instalação na Casa Ásia, ambas dedicadas à influência do Japão na obra artística de Bordalo Pinheiro.
Além de duas cerâmicas, em exibição estarão também vários trabalhos gráficos produzidos para os jornais e almanaques da época. As obras encontrar-se-ão reproduzidas em ventarolas e exploram três vias: “Bordalo, Protagonista Japonês”, onde o artista se representa em traje nipónico ou travestido de japonesa; “À moda do Japão”, que espelha a contaminação da gravura e outros objetos japoneses na composição, cor e elementos da sua obra gráfica e, por fim, “Japonesices na Caricatura”, que mostra como o artista português se serviu da representação de ventarolas para crítica política e social.
A ligação do artista ao Japão faz eco no Museu Bordalo Pinheiro, local onde estão expostos alguns originais que se encontram reproduzidos na exposição-instalação da Casa Ásia, esta última patente ao público até 31 de Agosto.
Rafael Bordalo Pinheiro, falecido no início do século XX, foi um emblemático artista português, com uma obra vasta. Pintor, desenhador, aguarelista, ilustrador e ceramista, o seu nome estará para sempre intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio e único. Para a posteridade ficará o Zé Povinho, figura de que é autor e a qual se tornou símbolo do povo português.