Aproxima-se o Dia de São Roque e as celebrações preparadas pela Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa em honra do seu Patrono têm início no dia 27 de setembro, com a reza diária da Novena às 13h00, exceto no dia 30 de setembro, data em que a Igreja se encontra fechada.
No dia 4 de outubro, às 11h00, será celebrada uma Missa Solene presidida pelo Reverendo Padre António Trigueiros SJ – reitor da igreja de São Roque e capelão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – especialmente dedicada aos utentes, diretores, técnicos e auxiliares dos equipamentos da instituição. A missa será prosseguida pela Oração da Novena e procissão com andor de São Roque no interior da Igreja, finalizando-se com a benção e distribuição do Pão de São Roque.
O culminar das festividades irá decorrer domingo, dia 6 de outubro – dia de São Roque – às 12h30, com uma Missa Solene na Igreja de São Roque. Às 13h00 será realizada a última Oração da Novena, seguida da benção e distribuição do Pão de São Roque. Espera-se a presença de vários convidados, entre os quais se contam os membros da Mesa da Santa Casa, bem como de outras irmandades, de ordens religiosas e das comunidades de São Roque do Rosmaninhal e da Vela.
São Roque, o Patrono das festividades
As comemorações em honra de São Roque – o Santo Patrono da Irmandade da Misericórdia – fazem já parte da tradição da Misericórdia de Lisboa.
Conhecido por ser o santo protetor contra a peste, nunca a história de Roque de Montpellier (São Roque) foi tão recordada como quando o mundo se debatia contra a inesperada pandemia do coronavírus.
Falar de São Roque implica “viajar” até ao século XIV, mais precisamente à cidade francesa de Montpellier. Em data incerta, mas que se julga que seja entre 1345 e 1350, nasce no seio de uma família abastada um rapaz, Roque, que desde cedo manifesta sinais de grande humanismo e generosidade. Ainda jovem, após ficar órfão de pais, confiou ao tio parte dos seus avultados bens, repartiu o restante pelos desfavorecidos, envergou vestes humildes e partiu em peregrinação em direção a Roma.
Precisamente nesse período, a peste chegou à Europa, através dos portos de Itália, França e Espanha, propagando-se rapidamente pelas cidades e matando milhares de pessoas por todo o continente. As enfermarias e os hospitais encheram-se de doentes, e Roque, confrontado com um cenário de medo e de crise, dedicou-se a ajudar os enfermos.
Anos mais tarde, já de regresso à sua pátria, Roque enfrentou a mesma doença. Para não contagiar os outros, e num ato de amor ao próximo, autoisolou-se num bosque perto de Sarmato, onde milagrosamente recuperou da enfermidade. Pouco depois, já de regresso à sua cidade natal, é feito prisioneiro durante cinco anos, ao longo dos quais padeceu de inúmeros sofrimentos.
Devido à fama dos inúmeros milagres que realizara durante a sua permanência em Itália, as relíquias do Santo foram distribuídas pelas cidades de Antuérpia, Arles e Lisboa. Desde então, São Roque é invocado em períodos de pestes e epidemias, tornando-se o santo padroeiro dos inválidos e dos cirurgiões.