Uma missa solene a que Gioachino Rossini apelidou de “pequena”, mas que é conhecida no mundo da música como sendo majestosa, é uma das muitas surpresas que a Misericórdia de Lisboa irá “oferecer” no âmbito das comemorações que assinalam os cinco séculos da morte da fundadora da Santa Casa. O concerto não se repetirá em Lisboa, seguindo depois para as Caldas da Rainha.
Petit messe solennelle, obra composta em 1863 por Gioachino Rossini, é uma das criações mais tardias deste compositor. Encomendada pelo conde Alexis Pillet-Will, que a dedicou à sua esposa, a obra estreou a 14 de março de 1864 e, desde o primeiro momento, que dividiu opiniões, com Verdi – um dos maiores compositores de todos os tempos – a sugerir que Rossini abandonasse a música sacra para regressar às suas composições habituais, como o conhecido “Barbeiro de Sevilha”.
Escrita em Passy, onde Rossini passou os últimos anos da sua vida, a obra destaca-se pela rara orquestração para vozes, dois pianos e harmónio, uma combinação inspirada na tradição napolitana do século XVIII.
Três anos mais tarde, numa segunda versão orquestrada por Rossini, a obra incluiu a ária para soprano “O salutaris hostia”, com texto de Tomás de Aquino. Esta versão foi considerada por muitos como tendo sido mais bem conseguida, ainda que o autor continuasse a preferir a primeira.
Não perca esta oportunidade única e assista a Petit messe solennelle, uma obra que irradia otimismo e transmite uma visão luminosa e bem-humorada do mundo.
Ficha Técnica:
Petit messe solennelle
Dia 11, às 19h30, na Igreja de São Roque
Soprano: Rita Marques
Meio-soprano: Natália Brito
Tenor: Marco Alves dos Santos
Baixo: Carlos Pedro Santos
Harmónio: Nuno Margarido Lopes
Piano e Direção Musical: João Paulo Santos
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Maestro Titular: Giampaolo Vessella