O evento decorreu esta quinta-feira, 21 de novembro, no auditório da Assembleia Municipal de Lisboa e contou com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).
Muitos se têm questionado sobre qual é o segredo para uma longevidade plena, com qualidade e, acima de tudo, feliz. Foi através destes três eixos orientadores que, ao longo de todo o dia, foram debatidos, em algumas mesas redondas, estas problemáticas. A questão era apenas uma: “é possível adicionar vida aos anos?”.
Infelizmente, a resposta nem sempre é positiva. No entanto, das várias discussões e mesas redondas que compunham o programa, saíram algumas linhas orientadoras para um futuro esperançoso, a curto prazo.
Sérgio Cintra, administrador de ação social da Santa Casa, fez questão de enaltecer esse facto, na sessão de abertura da conferência, frisando que “a longevidade é hoje encarada de uma maneira diferente. É responsabilidade da Misericórdia de Lisboa garantir que as pessoas possam viver mais anos em qualidade, de uma maneira participativa e não alheada da sociedade”.
“A Misericórdia de Lisboa tem, muitas das vezes, que concretizar sonhos e a plenitude de uma felicidade com longevidade faz-se em alguns casos, com pequenos gestos, como levar alguns utentes a concretizar o sonho de descer a Avenida da Liberdade durante o desfile das Marchas Populares”, frisou o administrador.
Embora as instituições tenham um papel fulcral para uma longevidade com felicidade, existem ainda alguns paradigmas que devem ser ultrapassados. A inclusão do olhar científico e académico no trabalho diário da instituição é, na perspetiva de Sérgio Cintra, “essencial”.
“Muitas das vezes as questões da longevidade são determinadas por decisores políticos, não tendo sustentação científica. Nós [SCML] lançámos três prémios relacionados com esta problemática, os Prémios Santa Casa Longevidade, que consideramos ser um estímulo para a academia se debruçar e colaborar connosco”, concluiu Sérgio Cintra.
Depois das considerações iniciais, seguiu-se uma Mesa Redonda, subordinada ao tema “Os novos desafios da longevidade com felicidade, para uma maior cidadania e vivência de todos numa lógica inclusiva”, que contou com a participação da coordenadora da Unidade de Missão da Santa Casa, Maria da Luz Cabral, que apresentou a todos os presentes o programa pioneiro da instituição “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” que visa a promoção de políticas integradas para a longevidade, que se traduzem em 3 eixos estratégicos: Vida Ativa, Vida Autónoma e Vida Apoiada.
Para a coordenadora da Unidade de Missão da Santa Casa, “é necessário dar voz a estas pessoas. Durante muitos anos, esta população não foi ouvida e com este programa queremos ir ao encontro das suas necessidades e expetativas”.
Focado numa pedagogia de proximidade, o programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, agrega várias medidas com vista à melhoria da qualidade de vida e de bem-estar da população com mais de 65 anos, impulsionando também a manutenção e a promoção da autonomia e da prestação de cuidados qualificados.
Ao longo de 2019, através do projeto RADAR, que está inserido num dos eixos estratégicos do programa, já foram sinalizados mais de 20.000 idosos na cidade de Lisboa criando, desta maneira, “um mapa estratégico para a nossa atuação”, frisou Maria da Luz Cabral.
Durante o dia, foram ainda discutidas questões relacionadas com a vertente económica e científica na longevidade.