Realizou-se esta terça-feira, 23 de julho, na Lourinhã, a inauguração do novo Espaço Museológico e das obras de restauro da Igreja da Misericórdia desta vila, numa cerimónia que contou com várias presenças institucionais, nomeadamente da Secretária de Estado da Cultura, Maria de Lurdes Craveiro; da administradora da Misericórdia de Lisboa com o pelouro do FRDL, Ângela Guerra; e da provedora da Misericórdia da Lourinhã, Vanda Oliveira.
A intervenção do FRDL abarcou todo o complexo, desde a cave até à renovação da cobertura, num investimento de cerca de 165 mil euros. No caso da criação do núcleo museológico, nasceu com o propósito de preservar e valorizar a história institucional, comunitária e cultural, através da conceção de um espaço que acolhesse dignamente as obras de arte que antes estavam fechadas, nomeadamente um dos melhores conjuntos de pintura portuguesa dos conceituados Mestre da Lourinhã e Lourenço de Salzedo, que se crê que tenham chegado à Santa Casa da Lourinhã depois da extinção das Obras Religiosas, em maio de 1834. Além deste conjunto e de valiosas telas, o património encontrado evoca as próprias obras da Misericórdia ao longo dos séculos.
Paralelamente, e não menos importante, o projeto incluiu também o restauro da Igreja da Misericórdia da Lourinhã, que representa um marco histórico-artístico com um enorme valor cultural e imaterial. Neste caso, a requalificação visou a conservação e recuperação do património imóvel e integrado, de forma a promover a longevidade e devolver a leitura estética, respeitando o original.
Ângela Guerra, vogal da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sublinhou que “esta obra, tal como dezenas de tantas outras que o Fundo Rainha D. Leonor já apoiou, reflete os principais objetivos que estiveram na base da sua criação: recuperar o património histórico das Misericórdias e contribuir para a coesão social e territorial de todo país, acompanhando, também deste modo, uma das missões da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”. Além disso, acrescentou, “esta é uma forma muito digna e absolutamente justa de fazer chegar o dinheiro dos jogos sociais para lá das fonteiras da capital do país, olhando para todo o território e fazendo da causa da SCML uma causa comum a tantas outras Instituições que prestam serviços sociais e de saúde de qualidade, imprescindíveis a tantas pessoas necessitadas residentes em todo o território.”
Já Vanda Oliveira, provedora da Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã, explica o que é que pode esperar quem visita estes espaços: “Esta é uma visita pelo passado, num edifício histórico, revelando segredos e histórias de uma época que moldaram a identidade de uma era, convidando-nos a compreender melhor as nossas raízes culturais.”
O Fundo Rainha D. Leonor foi criado em 2015, pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e pela União das Misericórdias Portuguesas, e apoia projetos sociais necessários, inovadores, sustentáveis e de qualidade. Desde 2017 que apoia também a recuperação do Património Histórico das Misericórdias.
Fotos gentilmente cedidas pela SCM da Lourinhã e pela União das Misericórdias Portuguesas