No coração da Rua da Rosa, o número 277 tornou-se um ponto de encontro para a inclusão e a partilha. O projeto Vila Rosa 277 nasceu para combater o isolamento na comunidade, envolvendo utentes, profissionais e os vizinhos do bairro.
Durante três meses, uma série de iniciativas promoveu laços entre todos os que dividem este espaço, criando uma autêntica comunidade dentro de um prédio.
Para assinalar o impacto da iniciativa foi inaugurada uma exposição fotográfica que documenta os momentos mais significativos do projeto. As imagens captam atividades realizadas ao longo deste período, desde mensagens trocadas entre participantes a memórias partilhadas e desejos para o futuro. A seleção e montagem do material ficaram a cargo da equipa técnica do CAF, contando também com a contribuição dos utentes.
A inauguração da exposição revelou-se um momento especial, com a presença de mais de 50 pessoas, incluindo representantes da SCML, membros da PSP e os vizinhos da Casa do Cinema, entidade que acolhe diversas organizações ligadas ao mundo cinematográfico. O momento foi marcado por um ambiente caloroso e emotivo, onde se celebraram os laços criados ao longo do projeto.
Sandra Rego, diretora do CAF, destacou a importância desta iniciativa, sublinhando que “se a antítese da solidão é a comunidade, então cabe-nos criar espaços onde todos possam sentir-se parte de algo maior. O Vila Rosa 277 mostrou-nos que pequenas ações, quando feitas em conjunto, têm um impacto imensurável”.
Acrescentou ainda: “Para a realização deste projeto contámos com a parceria da Junta de Freguesia da Misericórdia que, gentilmente, nos cedeu os placards necessários para o desenvolvimento das atividades e que foram essenciais para a montagem da exposição.”
O Vila Rosa 277 provou ser mais do que um projeto social, foi uma experiência transformadora para muitos dos envolvidos. Um dos participantes revelou que esta iniciativa o levou a repensar as suas crenças e a valorizar o impacto que cada um tem na vida do outro. Outros utentes relataram que descobriram semelhanças inesperadas entre si e os seus vizinhos, criando novas amizades e fortalecendo os laços comunitários.
Como testemunhou Bruno, um dos vizinhos participantes, no livro de mensagens da exposição: “Sentir que posso dar alegria ao outro com uma simples conversa, um sorriso e um bom dia ajudou-me a meter coisas em perspetiva. (…) Com o encerramento da exposição, que pode ser visitada até 7 de fevereiro, chega também o momento de avaliar o impacto do projeto. No entanto, a iniciativa pode ter gerado sementes para novos desafios. Um dos vizinhos da Casa do Cinema deixou no ar a promessa de uma nova ideia a ser explorada, indicando que o espírito do Vila Rosa 277 pode continuar de outras formas.
Afinal, como bem mostrou esta experiência, combater a solidão passa por fortalecer a comunidade. E o número 277 da Rua da Rosa já provou que pode fazer a diferença.