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Igualdade de género, empreendedorismo social e a missão da Santa Casa “num mundo injusto”

Igualdade de género, empreendedorismo social e a missão da Santa Casa “num mundo injusto”

Na semana em que se assinala o Dia Internacional da Mulher, a Misericórdia de Lisboa apresenta duas entrevistas com mulheres que atuam em diferentes áreas da Santa Casa e que nos falam das dificuldades de outras mulheres. A diretora da Casa do Impacto, Inês Sequeira, foi a primeira convidada.

Empreendedorismo Social

Empreendedorismo social, requerentes de asilo e refugiados. Três temas diferentes, mas que vamos dar a conhecer de um ponto de vista único. Porque há algo fundamental que une as duas entrevistas: ser mulher. Mas não só! Quem dá a voz são mulheres que trabalham em áreas muito diferentes na Santa Casa, mas que nos falam de outras mulheres que são apoiadas pela Misericórdia de Lisboa.

Começamos com Inês Sequeira, numa conversa onde abordamos a mulher empreendedora social, o que falta fazer e o que já foi feito pela igualdade de género neste setor, a importância da diversidade na criação de impacto e a missão da Casa do Impacto com uma mulher ao leme.

Empreendedorismo social: igualdade de oportunidades para homens e mulheres ou ainda é um caminho em construção?

O perfil do empreendedor social em Portugal é, tradicionalmente, de classe média-alta, maioritariamente homens, brancos, entre os 25 e os 40 anos. Estes dados são para Inês Sequeira a evidência de que tudo o que tenha que ver com igualdade de género e igualdade de oportunidades, “infelizmente, ainda é um caminho em construção”.

Apesar de no empreendedorismo de impacto existirem “mais mulheres do que noutros setores ditos tradicionais”, para a diretora e fundadora do hub de empreendedorismo social da Misericórdia de Lisboa, ainda há muito a fazer no que à igualdade de género diz respeito. Isso vê-se até na Casa do Impacto, onde a percentagem de homens empreendedores é muito superior à das mulheres.

Uma das principais razões pode estar na cultura portuguesa, onde as “mulheres são educadas, tradicionalmente, para serem cuidadoras, serem solidárias e a ajudarem outras pessoas”. O problema não é de agora, é antigo. O facto de não existirem muitas mulheres como fundadoras de startups, em muito se deve ao passado. “Vem tudo muito mais de trás, que tem que ver com a educação”, explica Inês Sequeira.

Para a diretora da Casa do Impacto, o exercício é simples: basta olhar para os órgãos de administração de empresas ou mesmo para o Governo, “onde começa a haver mais mulheres, no entanto ainda são uma minoria”.

O poder da inovação pode estar na inclusão social e na diversidade?

O desafio da Casa do Impacto passa por perceber como chegar a públicos diversos seja no género, na idade, na etnia. “Nós ainda falamos muito de igualdade em Portugal. Quando falamos de igualdade e diversidade em Portugal, só se fala no género. Não vamos para outras questões, que, até para a própria Santa Casa, são questões muito presentes, como a inclusão em questões de deficiência, ou migrantes de etnias diferentes, ou intergeracionalidade”. Falar de igualdade nas suas variadas formas continua a ser necessário, pelo menos até ao dia em que cada um “conseguir escolher um caminho que seja acessível para todos”.

Na Casa do Impacto, as equipas que tiverem nelas maior diversidade, serão “majoradas positivamente e avaliadas de uma forma mais positiva nesse critério relativamente às demais”, até porque “o poder da inovação reside mesmo nessa diversidade”. “Eu acredito muito nisso. Portugal precisa de mais diversidade. Eu acho que todas as sociedades ganham quanto mais paritárias são”, refere Inês Sequeira.

A cultura do exemplo tem ajudado a mudar o paradigma. Tem feito com que, no caso das mulheres, que “em termos de educação são educadas a jogarem pelo seguro”, não fiquem na sombra. Ou seja: ver outras mulheres a serem bem-sucedidas, faz com que outras sintam que é possível e o primeiro passo torna-se algo menos desconfortável.

“Eu acho que nós europeias – apesar de sabermos que o gender gap é grande, que as mulheres nas mesmas funções que os homens, tradicionalmente, ainda ganham consideravelmente menos, que o acesso a lugares de direção ainda é mais difícil para as mulheres do que para os homens – temos tido muitas conquistas em termos de direitos humanos, relativamente ao género”, refere Inês Sequeira, alertando ainda assim que “no mundo inteiro ainda existe muito por fazer”.

E porquê? “Porque nós não partimos todos do mesmo ponto de partida”. É aqui que a missão de instituições como a Santa Casa se eleva, ao “repor alguma justiça ao mundo que à partida é tão injusto”.

 

Ouça aqui, na íntegra, a entrevista com Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto, o hub de empreendedorismo social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

 

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