O Prémio João Lobo Antunes, promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), no valor de 40 mil euros, foi esta manhã, 4 de julho, atribuído ao investigador Pedro Nascimento Alves, orientador do projeto “Orientação Espacial após o AVC”.
A cerimónia, que teve lugar na Sala do Brasão, do Museu de São Roque, contou com a presença do provedor da instituição, Edmundo martinho, de todos os membros da administração e da diretora-geral da saúde, Graça Freitas e está inserida nas comemorações dos 520 anos da Santa Casa.
Com o objetivo de entender de que maneira os mecanismos cerebrais relacionados com a orientação espacial são afetados após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o projeto liderado pelo investigador do Hospital de Santa Maria prevê um estudo às ligações neurais e estruturas cerebrais diretamente afetadas, através de técnicas inovadoras de análise de ressonância magnética cerebral.
“O AVC tem uma das maiores taxas de mortalidade e morbilidade a nível nacional, devido a isso, este prémio é o reconhecer também do problema, mas ao mesmo tempo da necessidade de se continuar a apostar na investigação científica associada às doenças neurológicas”, afirmou o investigador.
O estudo vencedor da segunda edição do prémio João Lobo Antunes irá permitir desenvolver técnicas de reabilitação que melhorem a qualidade de vida dos doentes que sofrem desta incapacidade causada por AVC.
Associada na maior parte das vezes a uma perda de mobilidade ou incapacidade física, o estudo agora desenvolvido “irá permitir no futuro identificar melhor os doentes e as suas necessidades para se desenvolver tratamentos mais eficazes para este tipo de sintomas”, disse Pedro Alves.
No final da sua elocução, o vencedor deixou, ainda, uma palavra de saudade ao professor João Lobo Antunes, falecido em 2016, que considerou “um exemplo e acima de tudo uma inspiração para os mais novos”.
Edmundo Martinho referiu que o Prémio João Lobo Antunes é um “dos prémios que a Santa Casa atribui anualmente à investigação científica”, considerando que “é também um elemento chave do funcionamento da instituição apoiar e desenvolver mecanismos que ajudem o desenvolvimento da ciência em Portugal”.
A atribuição deste prémio decorre das iniciativas que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem vindo a desenvolver, desde 2013, para incentivar a investigação na área das neurociências, sob o lema “Investigação por Boas Causas”.
Desde esse ano, e pela primeira vez na sua história, foram atribuídos dois prémios anuais, no valor de 200 mil euros cada. Estas distinções incentivam avanços no tratamento de doenças neurodegenerativas, associadas ao envelhecimento (Prémio Mantero Belard), assim como na recuperação e no tratamento de lesões vertebromedulares (Prémio Melo e Castro).
Desde então, o investimento da Misericórdia de Lisboa no âmbito da Investigação e Desenvolvimento tem sido reforçado, através do desenvolvimento de outros programas e projetos, nos quais se incluem o Programa de Apoio a Projetos de Investigação Científica em Esclerose Lateral Amiotrófica e o Programa de Apoio à Investigação Científica.