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Nem só de afetos vive o coração

Nem só de afetos vive o coração

Conhecido por ser o Dia de São Valentim, 14 de fevereiro é também a data que assinala as doenças coronárias, as quais afetam milhares de portugueses. Na sexta-feira, cuide dos afetos, mas assegure igualmente a boa saúde da “máquina” que faz funcionar o corpo humano: o coração e as artérias.

Saúde

Panfleto com frase: ninguém morre do coração por desgosto de amor

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte dos portugueses, estimando-se que sejam responsáveis por cerca de 30% dos óbitos. Os números são assustadores e travar este flagelo apresenta-se como um dos principais desafios da medicina moderna, que defende que manter a saúde do coração passa pelo binómio de alimentação saudável combinada com atividade física.

Os principais inimigos do coração há muito que estão identificados: colesterol elevado (considerado o principal fator de risco para o coração e que afeta cerca de 70% da população adulta); assim como hipertensão arterial, que atinge 43% dos portugueses. A estas causas acresce ainda o tabagismo (existem 20% de fumadores em Portugal), a obesidade (mais de 30% dos portugueses apresentam excesso de peso, com os números a indicar que Portugal é o país da União Europeia com menos praticantes de atividade física), sem esquecer o número crescente de diabéticos, atualmente acima dos 10%.

Esta combinação de fatores de risco conduz à aterosclerose (com estreitamento, redução e, por vezes, oclusão do calibre das artérias), causando AVC´s e doenças coronárias, com esta última patologia a resultar da acumulação de gordura dentro das artérias, originando um ou vários bloqueios e fazendo com que o coração receba menos sangue e oxigénio. Como resultado, surgem as dores no peito (angina) ou falta de ar, com um bloqueio total a poder causar um ataque cardíaco.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, 65% das doenças crónicas são evitáveis através de estilos de vida saudáveis – como alimentação correta e atividade física -, permitindo um controlo mais adequado dos fatores de risco das doenças coronárias. Nesta sexta-feira – dia dedicado ao Doente Coronário -, a Direção de Saúde Santa Casa recomenda que todos os colaboradores protejam o seu coração e artérias, mediante a adoção das seguintes medidas:

Prática diária de uma atividade física regular, de pelo menos 30 minutos, podendo ser repartida ao longo do dia em três períodos. Subir e descer escadas, nadar, caminhar ou andar de bicicleta são exemplos de atividades que podem ser realizadas;

  • Seguir as proporções recomendadas na Roda dos Alimentos – dieta equilibrada e variada, rica em legumes, cereais integrais, fruta e peixe. É importante reduzir as gorduras saturadas, os açúcares, as carnes vermelhas, a manteiga e os lacticínios gordos;
  • Moderação na ingestão de bebidas alcoólicas;
  • Manutenção de um peso adequado à idade e estrutura física;
  • Deixar de fumar;
  • Prevenir e eliminar o stress do dia-a-dia;
  • Controlar a pressão arterial.

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) disponibiliza uma formação online e gratuita destinada aos cidadãos em geral, para que possam reconhecer precocemente os sinais e sintomas que podem ser sinónimos de Enfarte Agudo do Miocárdio, ensinando igualmente como agir nesses casos.

Não perca a oportunidade e inscreva-se na formação “Aprender sobre a Dor no Peito”.

Sintomas de Doença Coronária

Os sintomas da doença coronária – doença cardíaca que causa o fornecimento inadequado de sangue até o músculo cardíaco – podem ser diferentes de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem desconforto ou dor no peito (angina), falta de ar, fadiga extrema durante o esforço, inchaço dos pés, dor no ombro ou braço e, no caso do sexo feminino, uma dor atípica no peito.

“As doenças cardiovasculares afetam todo o aparelho cardiovascular, nomeadamente o coração e circulação. As mais comuns são a aterosclerose, o enfarte agudo do miocárdio, a angina de peito e a insuficiência cardíaca.

A irrigação do músculo cardíaco é feita pelas artérias coronárias. Nessas artérias pode desenvolver-se a acumulação de gordura, que impedem a passagem do fluxo normal de sangue (doença coronária). A esta situação acrescem fatores de risco como: história familiar de aterosclerose, hipertensão arterial, consumo de tabaco, diabetes e colesterol elevado”.

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