Aos poucos, a Rua da Mouraria, em Lisboa, foi enchendo-se de pessoas. Chegavam à medida que a música as embalava. Quem do outro lado da rua ouvia a melodia, apressava-se para ver o que se passava naquela janela: era o fado a dar música às ruas que o viram nascer. E foram ficando, separados, batendo o pé contra a calçada e erguendo as mãos ao som da guitarra portuguesa.
Da janela surgia Conceição Ribeiro, de sorriso rasgado e microfone em punho. Mulher da Mouraria, de Alfama, de Alcântara, de Lisboa. “Eu sou uma mulher de todos os bairros”, conta. De mão no peito e olhos postos no céu agradecia a todos pela presença nesta que também é uma homenagem a Amália, “que está lá em cima a ver-nos”.