Os efeitos de Natal espalhados pela Obra Social do Pousal denunciam o espírito que aqui se vive. Andar pelos corredores deste lar para pessoas com deficiência intelectual é ver utentes, enfermeiros, auxiliares e monitores vestidos a rigor. A música “All I Want For Christmas Is You”, de Mariah Carey, embala-nos até a uma das três salas preparadas para a festa de Natal.
Devido à Covid-19, este equipamento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa viu-se obrigado a alterar a festa, que, normalmente, junta toda a gente no mesmo lugar. Dividir os utentes por diferentes espaços faz parte de um leque de procedimentos de prevenção instaurados pelo lar, de modo a garantir a segurança dos 123 colaboradores e 95 utentes que fazem parte desta casa.
“Optamos por uma festa itinerante, onde é a festa que vai ao encontro dos utentes, passando pelos diferentes salões. Dividir os utentes permite-nos, caso haja um surto, controlar esse mesmo surto”, explica a diretora da Obra Social do Pousal, Joana Lindim, acrescentando que, apesar de diferente, a festa tem-se revelado um sucesso: “Estou a ter um feedback incrível. Está toda a gente feliz”.
“Quem é que quer ser o ajudante da mãe natal?”, questiona a monitora Débora Aguilar, em jeito de convite aos utentes. Com a ajuda de Daniel Pereira, um jovem com trissomia 21, dividem as prendas compradas pelos colaboradores, de acordo com o gosto dos utentes: produtos de beleza, roupa, bijuteria, bloco de folhas e lápis para desenho.
Na parede, junto à árvore de Natal, um arco-íris acompanha a frase “estamos bem”. “Bem” e felizes, a julgar pela alegria com que abrem os presentes e pelos sorrisos esboçados na hora de dançar ao som de músicas que celebram o Natal.