Num dia inteiramente dedicado aos cuidadores, a Sala de Extrações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa acolheu na quarta-feira, 22 de outubro, o encontro “Cuidador Informal – Um Olhar de Futuro”, o qual serviu para reflexão e reconhecimento sobre a função que estas pessoas desempenham diariamente.
Numa oportunidade de partilhar conhecimento e boas práticas na área, foram muitos os cuidadores que estiveram presentes, para além de especialistas no assunto, numa iniciativa organizada pela Direção de Desenvolvimento e Intervenção de Proximidade da Santa Casa e que contou na abertura com a intervenção de Rita Prates, Vice-Provedora da Instituição.
“Estas pessoas fazem, muitas vezes em silêncio, um trabalho extraordinário todos os dias”, lembrou a Vice-Provedora, acrescentando que “cuidar é um ato de amor, mas também de coragem, de resistência e, muitas vezes, de sacrifício”, salientando ainda o “papel essencial para a sociedade” dos cuidadores informais.
A manhã continuou em torno do tema “As várias perspetivas do cuidar”, antes da pausa que serviu para os participantes tomarem contacto com o mural da gratidão, disponível para quem quisesse agradecer publicamente por algum ato generoso, ou conhecer soluções e projetos como o Projeto RADAR. Ainda na parte da manhã decorreu uma mesa redonda sobre “Boas práticas no cuidar”.
Na parte da tarde os trabalhos recomeçaram após a atuação do Coro ROCK, que animou a Sala de Extrações com diversos temas conhecidos de todos. Foi então tempo de dar a palavra aos cuidadores, com os testemunhos impressionantes de Helena Costa e Felisberta Veiga, ambas cuidadoras informais e participantes no grupo de autoajuda do Centro de Educação, Formação e Certificação da Misericórdia de Lisboa.
Além dos difíceis desafios diários ao cuidar da mãe, de 80 anos, Helena falou sobre a sua participação no grupo de autoajuda, “quase uma droga viciante” e um polo de verdadeira partilha de experiências. “Somos todos diferentes, mas somos todos iguais”, resumiu.
Por seu lado, Felisberta, que cuida do marido há já quatro anos, contou como lida com o desgaste no dia a dia: “As coisas não são fáceis, mas faço o meu melhor, dentro do que vai sendo possível”.
A jornada terminou com a intervenção de Carla Ribeirinho, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, que deu a sua visão não apenas como investigadora sobre este tema, mas também, ela própria, como cuidadora informal, e com o agradecimento de Etelvina Ferreira, diretora da Direção do Desenvolvimento e Intervenção de Proximidade, pela presença de todos, encerrando um dia muito proveitoso.