Desde que o Museu de São Roque começou o projeto reliquiarum – que tenta enquadrar e perceber as relíquias como objeto e imagem e a sua relação com o divino – iniciou uma aproximação a outros projetos internacionais sobre o tema, pelo que, nos últimos dois anos, o Museu tem contado com a visita de vários investigadores europeus de mérito.
Esta semana, mais concretamente ontem e hoje, recebeu a visita de cinco investigadores suíços ligados ao projeto Global Bones, da Universidade de Berna, que vieram conhecer o trabalho de inventariação, documentação e mediação em torno das relíquias. Na agenda de trabalhos, coordenada pela equipa do Museu e pelo historiador António Camões Gouveia, está a afinação dos dois sistemas de inventário, bem como a observação e análise de peças expostas no Museu e na Igreja de São Roque.
Teresa Morna, diretora do Museu de São Roque, salienta que estas visitas são a prova do bom trabalho que tem vindo a ser realizado. “A visita deste grupo de investigadores atesta como o projeto reliquiarum está a posicionar o Museu de São Roque como um centro de referência a nível internacional, quer para a investigação em torno das relíquias, quer para a difusão de boas práticas museológicas em torno da sua inventariação e mediação”, frisa.
A Santa Casa possui, no Museu e Igreja de São Roque, uma coleção de destaque constituída por milhares de relíquias inscritas em centenas de relicários, o que potencia diversas faces de investigação. Este foi, de resto, um dos pontos de partida para o projeto reliquiarum, que o Museu vem construindo com inventariação, jornadas de estudo, exposições, edições e coedições, desde 2022.
Além da visita ao Museu de São Roque, a equipa de investigadores irá também visitar o Museu Nacional do Azulejo, visando a coleções de relíquias existentes na Igreja da Madre de Deus, o Mosteiro de Alcobaça e o Museu Nacional de Arte Antiga.