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RADAR: mais do que um projeto, é uma ferramenta coletiva essencial de trabalho

RADAR: mais do que um projeto, é uma ferramenta coletiva essencial de trabalho

Dois anos depois do seu lançamento, o projeto RADAR mantém-se firme no seu propósito inicial: combater o isolamento dos mais velhos. Mas, o que se perspetiva para um futuro próximo?

Ação social

O projeto RADAR – inserido no programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” – resulta de um esforço colaborativo entre várias instituições que operam em Lisboa: a Misericórdia de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a Polícia de Segurança Pública, as Comissões Sociais de Freguesias, as juntas de freguesia, o Instituto de Segurança Social e a Gebalis.

Perante a constatação de que quase um terço da população da cidade tinha mais de 65 anos e que muitas destas pessoas estavam em isolamento social, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, decidiu avançar com o projeto RADAR, em janeiro de 2019. O objetivo? Combater a solidão e dar voz a esta faixa populacional.

Depois de uma fase piloto, de seis meses, que decorreu em três freguesias onde foram detetadas situações de dificuldades económicas, de carências de cuidados de saúde e de higiene nas casas, o RADAR foi alargado a outras zonas da cidade de Lisboa.

Na sua primeira fase, o projeto centrou-se na identificação da população da cidade de Lisboa com mais de 65 anos, atendendo às suas expetativas, privações e potencialidades, com o intuito de detetar, antecipadamente, situações de risco e agilizar uma intervenção ajustada e sustentada a cada situação.

Em junho de 2019, foi assinada a Carta de Compromisso com mais 10 juntas de freguesia. Esta segunda etapa do projeto permitiu identificar mais 11 mil idosos que viviam sozinhos ou com alguém da mesma idade. Ainda nesse ano, em outubro, o RADAR entrou na sua terceira fase, chegando a mais 14.274 pessoas, de mais 12 freguesias.

Em fevereiro de 2020, o RADAR apresentou os resultados do seu primeiro ano de atuação no terreno. No total, foram identificados mais de 30 mil idosos (30145) que vivem sozinhos ou acompanhados por alguém da mesma faixa etária, sendo que só três pessoas se encontravam no nível 1 de carência e cerca de 92% no nível 5, o menos crítico. Na ocasião, o provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, salientou que “o Radar foi um passo” importante, mas que “é preciso traduzir este trabalho em respostas para esta população”, lembrando que “o nosso centro tem de ser cada uma destas pessoas e cada uma destas vidas”.

Novos tempos, o mesmo objetivo

O ano de 2020 ficou marcado por profundas mudanças, devido à crise pandémica provocada pelo novo coronavírus. Para a população mais envelhecida, as restrições resultantes da pandemia de Covid-19 agravaram o isolamento social, então, já existente.

Atento a esta nova realidade, o RADAR reajustou os moldes da sua intervenção, passando esta a centrar-se mais em contactos telefónicos diários com os idosos identificados na plataforma. Durante o estado de emergência, então decretado pelo Governo, foram realizados milhares de telefonemas pelas equipas do RADAR.

Na opinião de Mário Rui André, coordenador da Unidade de Missão Lisboa Cidade de Todas as Idades, “o RADAR contribuiu decisivamente para chegar de forma célere, eficaz e eficiente, às pessoas 65+ integradas no projeto”. A plataforma digital que foi criada para agregar todos os dados recolhidos, durante a operacionalização do RADAR, foi “essencial para ser feito todo este acompanhamento”.

“Com a pandemia ficou evidente que o projeto RADAR é importante, não apenas em situação de normalidade social, mas também e, fundamentalmente, em situações de disrupção social provocadas por crises e catástrofes, neste caso a pandemia”, frisa o responsável.

Com o alívio das medidas de restrição, no verão, o RADAR voltou às ruas de Lisboa com a iniciativa “Atualizar para melhor servir”, para revisitar a população da cidade de Lisboa com mais de 65 anos e atualizar a plataforma com dados mais atuais e precisos. Este regresso ao terreno permitiu também voltar ao contacto com os radares comunitários, procurando reforçar o seu envolvimento na identificação de pessoas idosas em situação de vulnerabilidade e ativar recursos locais através dos parceiros envolvidos no projeto.

Nesta fase, o objetivo principal dos entrevistadores do RADAR foi falar com as pessoas que, por algum motivo, não conseguiram contactar durante o primeiro confinamento.

Ainda em 2020, a Gebalis, empresa municipal a quem compete a gestão dos bairros camarários, junta-se à equipa de parceiros do projeto. Com este reforço, o RADAR ganhou mais um aliado relevante na identificação da população mais envelhecida da cidade.

Para o futuro, Mário Rui André alerta para o facto de ser “fundamental que se continue a alimentar a plataforma, procurando aprofundar o conhecimento da realidade do envelhecimento na Cidade de Lisboa”, concluindo que “o próximo passo do projeto RADAR pode resumir-se na estratégia dos 3 A’s: Apropriar, Atualizar e Alimentar”.

 

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