A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) apresentou esta terça-feira, 9 de julho, nos Claustros do Museu de São Roque, o Relatório de Gestão e Contas da instituição, de 2018. Num formato diferente do habitual, foram também apresentados os projetos mais emblemáticos da instituição, alguns já em curso e outros previstos para um futuro próximo.
O provedor, Edmundo Martinho, começou por sublinhar que “2018 foi um ano de consolidação da nossa atividade”, salientando que estes “são resultados muito positivos, que nos trazem segurança, mas, fundamentalmente, também, uma responsabilidade acrescida”. Defendeu ainda que “temos que continuar a manter esta grande preocupação de rigor dos últimos anos” e que “é sempre possível fazer melhor para que a Santa Casa possa fazer cumprir, também cada vez melhor aquilo que é a sua missão”.
Mais de 3 mil milhões de euros foi o valor devolvido pelos Jogos Santa Casa à sociedade, um valor equivalente a 1,5 por cento do PIB nacional. Entre prémios atribuídos aos apostadores (1.833 milhões de euros, valor que exclui o Imposto do Selo sobre prémios), Imposto do Selo (180 milhões de euros), remunerações pagas aos mediadores e comerciantes locais (236 milhões de euros) e distribuição de receitas pelos beneficiários (733 milhões de euros), os Jogos Santa Casa apresentaram um retorno à sociedade correspondente a 97,5% das suas vendas brutas totais (3.097 milhões de euros), ou seja, 3.019 milhões de euros.
A boa prestação dos jogos sociais em 2018 permitiu que o resultado líquido a ser distribuído pelos beneficiários tivesse igualmente uma variação positiva de 2,1 por cento. Em 2017, o valor tinha sido de 717,9 milhões de euros, subindo no ano passado para os já referidos, 733 milhões de euros.
Apesar deste aumento, a Misericórdia de Lisboa viu ser reduzida a sua percentagem enquanto beneficiária dos jogos sociais, resultante de uma alteração legislativa ao diploma que prevê o esquema de repartição da receita dos jogos sociais do Estado. Em 2017 este valor era de 27,76%, e em 2018 passou para 26,52% das receitas, traduzindo-se o valor absoluto da diferença numa redução de 5,8 milhões de euros. Importa referir que esta alteração legislativa resulta do reforço das contribuições dos Jogos Sociais para as regiões autónomas.
Santa Casa consolida contas e aumenta ativo e capitais próprios
Apesar de um decréscimo de 21,5% (9,1 milhões de euros) face a 2017, a instituição fechou o ano de 2018 com resultados líquidos positivos no valor de 33,3 milhões de euros, refletindo uma gestão sólida e prudente.
Este é o segundo melhor resultado em oito anos, permitindo que a Santa Casa fechasse as contas de 2018 com um ativo de 837,5 milhões (mais 3,7 por cento do que em 2017) e capital próprio de 759,4 milhões de euros (um acréscimo de 4,7 por cento face a 2017).
Para informação mais detalhada, consulte o Relatório de Gestão e Contas da Santa Casa (2018) e o Relatório e Contas Jogos Santa Casa (2018), disponíveis aqui.
Projetos mais emblemáticos
Na sessão de apresentação de resultados, Edmundo Martinho falou de cinco grandes áreas da Misericórdia de Lisboa: o Património, a Cultura, a Ação Social, a Saúde e os Jogos Sociais. Em cada destas áreas, apresentou alguns dos projetos mais importantes.
Na área do Património, a ênfase foi colocada na responsabilidade de continuar a recuperar, preservar e devolver o património à cidade.
Já na área da Cultura, está previsto a abertura do um novo museu, a Casa da Ásia – Coleção Francisco Capelo, ao Bairro Alto, e ainda, a reinstalação da Revista Brotéria. Outra das novidades será o lançamento de um concurso para obras de arte no património edificado na Santa Casa.
Na área da Saúde, a aposta será nos cuidados continuados e mais respostas na cidade: Unidade de São Roque (Hospital Pulido Valente), Hospital da Estrela e um Centro Odontopediátrico, que irá “disponibilizar a todas as crianças de Lisboa, independentemente da sua condição económica, cuidados de saúde oral que os pais e os familiares que sejam responsáveis entendam que a criança deve ter”, assim referiu o provedor.
O foco na Ação Social será na empregabilidade das pessoas com deficiência e na melhoria das respostas às crianças e aos idosos, promovendo o desenvolvimento e a sua qualidade.´
Por outro lado, nos jogos sociais (Jogos Santa Casa) prevê-se o lançamento das apostas hípicas até final do ano, assim como a requalificação e modernização da rede de mediadores.