A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa prepara-se para inaugurar a exposição “Filhos de todos… filhos de quem? Os expostos da roda de Lisboa”, a 17 de novembro, na Galeria de Exposições Temporárias do Museu de São Roque.
Esta exposição, que ali estará patente até 29 de março do próximo ano, vai apresentar ao público alguns dos 90 mil sinais que acompanhavam as crianças deixadas na roda, preservados pelo Arquivo Histórico da Instituição. A mostra faz parte da candidatura destes documentos a Registo da Memória do Mundo da UNESCO. Trata-se da maior coleção de documentos deste tipo a nível mundial e estão organizados em cinco séries documentais, datando de 1658 a 1939.
A exposição, que integra ainda obras de Paula Rego, Leonardo da Vinci, Almada Negreiros, Júlio Pomar e Graça Morais, estará organizada em quatro núcleos principais:
- ‘Os expostos da roda de Lisboa: abandono e proteção’, que aborda o contexto histórico e social do abandono infantil, as relações de parentalidade e os mecanismos de proteção criados em torno das crianças enjeitadas em Lisboa entre os séculos XVII e XX;
- ‘A admissão e o acolhimento das crianças’, onde se apresenta o percurso institucional dos menores após a sua entrada na Misericórdia, desde o momento em que a criança era deixada na roda, até ser entregue ao cuidado de uma ama;
- ‘Percursos com identidade’, que reflete sobre os percursos de vida, as marcas da institucionalização e a construção da identidade;
- ‘Os sinais de expostos: um património da Humanidade’, um núcleo que valoriza os sinais enquanto acervo documental e patrimonial de inestimável valor histórico, social e emocional, com relevância universal.
Após a inauguração, a exposição “Filhos de todos… filhos de quem? Os expostos da roda de Lisboa” poderá ser visitada de terça-feira a domingo, das 10 às 12 horas e das 13h30 às 18 horas. Encerra no dia 1 de janeiro e durante as celebrações litúrgicas.