A Santa Casa celebrou esta segunda-feira, 18 de novembro, um protocolo de colaboração com o Organismo de Produção Artística (OPART), entidade pública empresarial que administra o Teatro Nacional de São Carlos, a Companhia Nacional de Bailado e os Estúdios Victor Córdon, com vista à promoção e realização de atividades culturais em espaços nobres da Misericórdia de Lisboa.
O acordo prevê que locais emblemáticos da Santa Casa, como a Igreja de São Roque ou o Convento de São Pedro de Alcântara, acolham concertos e masterclasses com a participação da Orquestra Sinfónica Portuguesa, do Coro do Teatro Nacional de São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado. No mesmo âmbito, está igualmente prevista a realização de espetáculos e projetos formativos entre a Santa Casa e os Estúdios Vítor Córdon.
Na cerimónia, presidida por Paulo Sousa, Provedor da Santa Casa, esteve igualmente presente David Lopes, administrador da Misericórdia de Lisboa com o pelouro da Cultura, e ainda Teresa Nicolau, diretora da Cultura da Instituição.
Para David Lopes, pretende-se que este protocolo “dê resposta ao próprio programa da OPART, mas também que possa, nesse caminho, responder às necessidades, que são muito grandes, dos utentes da Santa Casa”.
“A Cultura é esta vastidão, que tem a ver com a nossa própria história, com a identidade e com a nossa capacidade de criarmos, juntos, esperança e felicidade”, referiu David Lopes, que falou num “dia de tempestade perfeita”, no qual decorreu a inauguração de uma nova ala no Hospital de Sant’Ana e o 241.º aniversário da Lotaria Nacional.
Também a presidente do Conselho de Administração do OPART, Conceição Amaral, se congratulou com esta parceria, recordando o nascimento do Teatro Nacional de São Carlos, ligado a boas causas.
“Quando o São Carlos foi criado em 1793, tínhamos tido o terramoto e havia a reconstrução da cidade. Pina Manique conseguiu arranjar financiadores particulares e disse à Casa Real: as receitas vão todas para a Casa Pia. Esta responsabilidade social está logo na base”, frisou, destacando a ligação atual à Santa Casa.
“Não faremos a nossa missão sem parceiros e a Santa Casa é, estrategicamente, um parceiro. Estaremos centrados nos beneficiários, na produção, mas também na criatividade da comunidade em geral”, concluiu Conceição Amaral.
Recorde-se que este protocolo de cooperação surge numa altura em que o Teatro Nacional de São Carlos se encontra encerrado ao público para obras de conservação, restauro e modernização, e permitirá àquela estrutura, assim como à Companhia Nacional de Bailado e aos Estúdios Vítor Córdon, apresentarem as suas artes em espaços da Santa Casa, também esta uma entidade de relevo na cultura da cidade de Lisboa. Após um primeiro concerto, apresentado em março deste ano, na Igreja de São Roque, pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos e pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, a parceria entre as instituições alarga-se agora à totalidade do universo OPART.
A próxima atividade cultural, no âmbito deste protocolo, acontece já no dia 29 de novembro, sexta-feira, na Temporada Música em São Roque 2024, com o Concerto «Madrigais Camonianos», do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, sob a direção musical de Giampaolo Vessella, com obras que celebram os 500 anos do nascimento de Camões.