Quatro jornalistas, com menos de 35 anos, foram esta quarta-feira, 18 de janeiro, distinguidos com a primeira edição do Prémio Jornalismo Jovem. A cerimónia, que foi conduzida pelo diretor de informação da Renascença, Arsénio Reis, teve lugar no auditório da Rádio renascença.
A jornalista Joana Ascensão, do semanário Expresso, venceu o Grande Prémio Jornalismo Jovem, com a reportagem “Filhos Únicos da Terra”. A peça, que aborda a questão da desertificação do país, arrecadou igualmente o Prémio Multimédia.
Para a autora, este trabalho agora premiado só foi “possível com uma grande dose de empenho e graças a uma equipa dedicada e motivada”, fazendo referência aos coautores da reportagem, os jornalistas, José Cedovim Pinto e Rui Duarte Silva, igualmente do Expresso.
“Focámos nos dois problemas demográficos: o abandono do interior, e o inverno demográfico na voz de três crianças que são as únicas que vivem numa aldeia”, contou Joana Ascensão, que se mostrou “feliz por estes problemas demográficos” poderem ser falados.
Na categoria Rádio, a vencedora foi Cláudia Silva com a reportagem “Ponto de Interseção: O que une os jovens e a política”, emitida na Rádio Voz de Alenquer. A vencedora frisou no seu discurso que “é impossível ser jovem em Portugal”, mas é ainda mais “impossível ser jovem jornalista”, comentando ainda que o facto de trabalhar numa rádio local “é um motivo de orgulho e uma escola de excelência”.
Já o Prémio Renascença, galardão destinado apenas a profissionais do Grupo Renascença Multimédia, foi entregue à jornalista Daniela Espírito Santo com a reportagem “Nos bastidores do TikTok – O trabalho traumático dos moderadores”. No palco, a repórter visivelmente emocionada, referiu-se a si própria como uma “menininha pobre de Campanhã que jamais sonhou ir para a faculdade, quanto mais ser jornalista numa grande casa como é a Renascença”, deixando o pedido de continuar a haver estes incentivos ao trabalho de jovens jornalistas.
Ainda nesta categoria, foi distinguido Tomás Anjinhos Chagas, com uma Menção Honrosa para a reportagem “Prisão: uma mancha que não sai do currículo”. O jovem jornalista na sua intervenção fez questão de salientar que “os jornalistas, não são pilotos de Fórmula”, comentando que mais do que o “imediatismo” dos trabalhos jornalísticos, o “importante é escolher bem, e não rápido”.
Maria João Matos, diretora de Comunicação e Marcas da Santa Casa, falou da importância do “apoio ao talento jovem e emergente” e referiu que a instituição tem esse “foco estratégico em toda a sua estratégia de apoios, seja no desporto, na cultura ou agora nesta área do jornalismo”.
“Através de prémios como este, alcançam um apoio para prosseguirem o trabalho”, indicou Maria João Matos, para quem este prémio “é um empurrar para a frente de jornalismo que pode ser de grande qualidade”.
Já o administrador do Grupo Renascença Multimédia, José Luís Ramos Pinheiro, afirmou que “o jornalismo nunca foi tão ameaçado, mas talvez nunca tenha sido tão indispensável à vida das pessoas e das sociedades”, considerando que “não se pode aceitar acriticamente o que se está a passar. É necessário ter discernimento”, referiu, defendendo que os trabalhos premiados são “excelentes exemplos”.
O Prémio Jornalismo Jovem foi lançado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e pela Renascença em maio de 2022. Teve como objetivo trazer à reflexão da sociedade as dificuldades e as perspetivas de futuro que se colocam às gerações mais novas. O concurso destinou-se a jornalistas com idades até aos 35 anos.