A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) foi protagonista numa das conferências da Semana da Reabilitação Urbana, o maior evento nacional dedicado aos temas da habitação, construção e sustentabilidade. Numa iniciativa subordinada ao tema “O Papel das Mulheres na Evolução das Cidades”, a Instituição foi apontada como exemplo, desde logo por ter sido fundada por uma mulher, a Rainha D. Leonor, como destacou Helena Lucas, diretora do Departamento de Gestão Imobiliária e Património da Misericórdia de Lisboa.
“A Santa Casa é uma das instituições mais emblemáticas do nosso país e, desde a sua fundação por uma mulher, a Rainha D. Leonor, atua para o bem-estar social e para a promoção da dignidade humana. Mas a sua missão compreende também o compromisso de preservar, valorizar e rentabilizar o seu património com a finalidade de criar respostas sociais e gerar receitas que possam reverter para as suas causas”, lembrou Helena Lucas na sua primeira intervenção da tarde, com o título “Construir cidade – O contributo da SCML”, que decorreu na Fábrica do Pão, no Beato Innovation District.
Após a intervenção de Maria de Fátima Reis, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e secretária-geral da Academia Portuguesa da História, com uma perspetiva histórica do papel das mulheres na construção das cidades, decorreu uma mesa redonda que juntou Helena Lucas, Margarida Ordaz Caldeira, Sofia Galvão, Helena Roseta e Inês Lobo.
Mais uma vez, a diretora do Departamento de Gestão Imobiliária e Património da Santa Casa realçou o papel feminino nesta área, comparando mesmo as virtudes atribuídas às mulheres com aquelas que a Misericórdia de Lisboa tem apresentado no seu trabalho.
“As mulheres têm uma resiliência e uma capacidade de fazerem várias coisas ao mesmo tempo e de se adaptarem. E eu acho que é isso que a Santa Casa faz: é resiliente, tem capacidade de garantir e se responsabilizar por diversas áreas e consegue adaptar-se às necessidades da sociedade. É isso que tem feito ao longo destes cinco séculos”, terminou Helena Lucas.
Refira-se que a área do património tem sido uma das prioridades da Misericórdia de Lisboa nos últimos meses, com uma forte aposta na sua valorização, inerente ao Plano de Reestruturação que a Instituição tem em curso e cujas bases passam pela rentabilização de ativos, otimização de serviços e equipamentos e alienação de património sem possibilidades de rentabilização ou em estado avançado de degradação, no âmbito de um programa de investimento e desinvestimento.
Estas medidas impactam diretamente noutra área fundamental, a habitação, e a Misericórdia de Lisboa pretende reforçar o número de imóveis no mercado de arrendamento habitacional, à medida que foi reabilitando o seu património. Esta constitui, de resto, uma das mais importantes medidas do Plano de Reestruturação, pois potencia o seu património enquanto fonte de rendimento e, simultaneamente, disponibiliza mais frações para o mercado de arrendamento habitacional em Lisboa.
Exposição “Cidade feita pelas mulheres”
No primeiro dia da Semana da Reabilitação Urbana, um evento com organização da Vida Imobiliária e com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, foi inaugurada a exposição “Cidade feita pelas mulheres”, na qual foram destacados os principais rostos femininos que tiveram um papel ativo na transformação de Lisboa e não só.
Paulo Sousa, Provedor da Santa Casa, e Ângela Guerra, administradora da Instituição, tiveram oportunidade de visitar a exposição e contemplar um painel inteiramente dedicado à Rainha D. Leonor, também chamada de Rainha das Misericórdias pelo seu contributo pioneiro e determinante nesta área.
