A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa inaugurou uma nova valência na Residência Branco Rodrigues (RBR), na Parede, reforçando um projeto histórico dedicado ao acolhimento de jovens com deficiência visual e alargando-o, agora, a estudantes normovisuais em situação de vulnerabilidade social.
A cerimónia reuniu diversas entidades públicas e do setor social, destacando-se as intervenções de Rita Prates, Vice-Provedora da Santa Casa Misericórdia de Lisboa, Maria do Rosário Palma Ramalho, Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, e de Nuno Piteira Lopes, Presidente da Câmara Municipal de Cascais.
Estiveram ainda presentes Andre Brandão de Almeida, Ângela Guerra, Luis Rego e Rui Garcês, administradores da Santa Casa, bem como o Presidente da ACAPO, Rodrigo Santos, a Presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação, Sónia Esperto, o Presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Informática da Segurança Social, Luís Farrajota, além de representantes da União das Misericórdias Portuguesas, da Associação Montepio, do Conselho Diretivo do Instituto de Informática da Segurança Social (repetido) e da Associação Promotora do Ensino dos Cegos.
Na sua intervenção, Rita Prates sublinhou o propósito transformador desta nova etapa: “Aos futuros residentes, desejo que encontrem aqui não apenas um espaço para viver, mas uma oportunidade para crescer, aprender e levar consigo a capacidade de valorizar e aceitar a diferença, dentro e fora destas paredes.” Realçando ser esta uma resposta mais inclusiva, perfeitamente alinhada com a missão da Santa Casa. Um projeto enaltecido por Maria do Rosário Palma Ramalho, destacando também a sua dimensão verdadeiramente inclusiva.
Originalmente criada para acolher jovens e adultos cegos ou com baixa visão, impossibilitados temporariamente de viver no seu contexto familiar devido à frequência de estudos secundários, técnicos ou universitários, a RBR dá agora um passo significativo no seu percurso de inclusão.
Com a nova valência, este equipamento da SCML passa também a receber estudantes normovisuais, preferencialmente bolseiros, que frequentem o ensino superior ou técnico-profissional e que se encontrem em situação de vulnerabilidade social, continuando a prioridade de admissão a ser dada às pessoas com deficiência visual.
A Residência dispõe agora de capacidade para 49 residentes, distribuídos por quartos individuais, duplos e triplos, oferecendo serviços essenciais como limpeza, lavandaria, mentoria, fornecimento de roupa de cama e higiene pessoal, e refeições diárias.
O objetivo é promover o sucesso escolar, a autonomia, a estabilidade emocional, a autoestima e a integração social, num ambiente seguro e acolhedor.
A história da Residência Branco Rodrigues remonta ao início do século XX, quando surgiu o então Instituto de Cegos Branco Rodrigues, projeto pedagógico vanguardista concebido por José Cândido Branco Rodrigues, pioneiro na educação de pessoas cegas em Portugal.
Hoje, a Santa Casa continua a honrar esse legado, adaptando-o aos desafios contemporâneos e ampliando o seu alcance. Um legado centenário que foi renovado para o futuro.
Esta inauguração representa mais um compromisso da Misericórdia de Lisboa com a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e preparada para acolher todos, independentemente das suas circunstâncias.