O programa da Temporada Música em São Roque contraria as vicissitudes do contexto atual e mostra um meio musical ativo e empenhado em recuperar com vigor. Nada menos do que três estreias absolutas de obras de compositores portugueses vivos – César Viana, Vasco Negreiros, Miguel Resende Bastos (Prémio Musa 2020) e 11 estreias modernas de obras esquecidas de compositores portugueses, recuperadas para o nosso tempo.
Neste período de exceção em que somos confrontados com desafios sem igual e em que os sinais de esperança e persistência ganham redobrada importância, a Temporada Música em São Roque reafirma a sua posição, junto do público e dos músicos.
Os concertos
Decorrerão entre 16 de outubro e 13 de novembro na Igreja e Museu de São Roque e no Convento de São Pedro de Alcântara, e contam com a participação do Coro Gulbenkian, Orquestra Barroca Casa da Música, Bando de Surunyo, AVRES SERVA, Ludovice Ensemble, Ensemble MPMP, Duo David Costa e Pedro Ferro, Americantiga Ensemble, Pedro Caldeira Cabral e Ducan Fox e Officium Ensemble.
Ao longo dos dez concertos que constituem esta edição da Temporada Música em São Roque, poderemos escutar a cítara Portuguesa, com Pedro Caldeira Cabral e Duncan Fox e instrumentos tradicionais indianos e japoneses, numa viagem com o Ludovice Ensemble, da Europa ao Oriente, incluindo música barroca, contemporânea e tradicional asiática.
Descobriremos igualmente uma versão feita em Portugal do Requiem de Mozart, recuperado pelo Americantiga Ensemble e um outro Requiem, o de Manuel Mendes, redescoberto pelo Officium Ensemble.
Igualmente esquecidas e finalmente recuperadas são as obras de música sacra portuguesa dos séculos XVIII e XIX que o agrupamento AVRES SERVA inclui no seu programa, bem como a Missa a quatro vozes e piano de Francisco de Sá Noronha apresentada pela primeira vez no nosso tempo, num concerto pelo Ensemble MPMP.
A presente edição da Temporada Música em São Roque inclui ainda um concerto para duo, por David Costa (oboé) e Pedro Ferro (piano), inteiramente dedicado a compositores portugueses vivos – Anne Victorino d’Almeida, Nuno Côrte-Real, Sérgio Azevedo e Alfredo Teixeira – e outro, em que o Bando de Surunyo se propõe apresentar “Cantos do fogo e do gelo”, um percurso por alguns dos mais importantes géneros musicais cultivados em Itália e na Península Ibérica nos séculos XVI e XVII, com particular destaque para obras nas quais a mulher é a protagonista, incorporando diferentes facetas da condição humana: resiliência, empatia, sabedoria, compaixão, ternura e fé.
O programa completo e detalhado será divulgado em setembro.