As pessoas com deficiência representam cerca de 15% da população mundial. Apesar de constituírem “uma das maiores minorias”, continuam a ser alvo de discriminações diversas, incluindo no acesso ao trabalho digno.
Foi com esta premissa em mente que a Misericórdia de Lisboa apresentou, em 2021, este guia de boas práticas que pretende apoiar gestores e colaboradores na integração de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Este instrumento, que se tem revelado de enorme importância para inclusão e integração de pessoas com deficiência no mercado laboral -já que, segundo dados recentes, apenas 11% das pessoas com deficiência desempregadas registadas no Instituto de Emprego e Formação Profissional encontraram uma colocação- conheceu esta terça-feira, 28 de fevereiro, a sua versão 2.0, com a apresentação da respetiva versão digital.
Dividido por fases, o Toolkit aborda desde a preparação da ação, passando pelo recrutamento e seleção, o momento de acolhimento e integração, até à fase do estabelecimento de relações duradouras. Além de dicas práticas, legislação e outras referências, o Toolkit está recheado de casos práticos e exemplos inspiradores de Associados do GRACE como a Auchan, CUF, El Corte Ingles, Jerónimo Martins, Lipor, Prio, Repsol e Grupo Santander.
O evento contou com a abertura do administrador de ação social da Santa Casa Misericórdia de Lisboa, Sérgio Cintra, que referiu que, no âmbito da deficiência, Portugal encontra-se atrás comparativamente à média dos restantes países da EU, acrescentando que “é dever de todos educar e promover a igualdade de oportunidades e também a valorização do talento e competências das pessoas com deficiência. Às empresas pede-se maior sensibilização, mobilização e incentivo na integração de pessoas com deficiência”.
“Se queremos ser parte integrante da solução e deixar às gerações vindouras uma sociedade justa, aberta e inclusiva, então temos obrigatoriamente de reconhecer e promover os direitos das pessoas com deficiência, que representam cerca de 15% da população mundial”, frisou.
Para o administrador da instituição, existem alguns indicadores que devem ser alvo de reflexão. Se, por um lado, os dados identificam os avanços que “conseguimos realizar”, por outro mostram que ainda há muito por fazer, o que “evidencia a vulnerabilidade estrutural neste conjunto de cidadãos no acesso ao emprego”, realçou ainda.
Já Susana Correia Campos, da Jerónimo Martins, admite que, apesar da existência de legislação laboral na área da deficiência, nomeadamente a chamada “Lei das Quotas”, “apenas 11% das pessoas com deficiência desempregadas no Instituto do Emprego e Formação Profissional encontraram uma colocação”. “Deve preocupar-nos a todos”, afirmou.
O Toolkit encontra-se disponível para download aqui.