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Um modelo a replicar: SOL dá sorrisos saudáveis a 20 mil crianças e jovens

Um modelo a replicar: SOL dá sorrisos saudáveis a 20 mil crianças e jovens

O Serviço Odontopediátrico de Lisboa (SOL), valência da Santa Casa, abriu em 2019 e oferece cuidados de saúde gratuitos até aos 18 anos, num projeto raro – senão mesmo único – no mundo.

Saúde

Criança é tratada por dentista no SOL

Desde 2019, que as crianças e jovens de Lisboa podem recorrer, gratuitamente, a cuidados de saúde oral, graças ao Serviço Odontopediátrico de Lisboa (SOL), uma valência da Santa Casa ímpar a nível nacional e internacional e cujos números traduzem o sucesso da sua implementação.

Todas as crianças e jovens até aos 18 anos, que sejam residentes ou estudem no concelho de Lisboa, são elegíveis e já são milhares aquelas que recorrem a este equipamento. Com cerca de 20 mil utentes e, em média, quase 200 consultas por dia, rapidamente os serviços ficaram preenchidos, mas o atendimento é sempre feito com o selo de máxima qualidade.

“A questão da gratuitidade ser aliada à qualidade é complexa, porque há uma desconfiança. Mas procuramos contrariar isso, dando um acesso universal com o máximo de qualidade, com profissionais já experientes e formados naquela área de atuação. Trabalhar com crianças é muito específico e desafiante”, sublinha André Brandão de Almeida, diretor clínico do SOL, que realça as tecnologias de topo usadas pelo serviço.

“Temos equipamentos que qualquer clínica privada de topo usa. Mas só essas, porque são equipamentos que não estão ao alcance da maior parte das clínicas”, frisa.

Mesmo em situações que seriam, à partida, mais dispendiosas, como a colocação de aparelhos dentários, o SOL chega a garanti-las sem custos, fazendo com que o diretor clínico do equipamento aponte esta resposta da Santa Casa como sendo única no mundo.

“Dificilmente vemos um exemplo como o SOL. Há vários exemplos do Estado a intervir ou de Organizações Não Governamentais, mas, normalmente, dão respostas apenas às populações muito carenciadas e só em casos agudizados. Não há nenhum serviço, em nenhuma parte do mundo, que dê um aparelho ortodôntico a um paciente de forma gratuita e nós fazemos isso. Mas não fazemos a questão estética. Temos um índice com vários graus de severidade. Se existir comprometimento funcional da saúde da criança, então sim”, assegura.

Ainda há caminho a fazer, até porque o estudo inicial, no arranque do projeto, previa um público-alvo de 50 mil pessoas, mas deu-se posteriormente o alargamento a estudantes na cidade de Lisboa – alguém que, por exemplo, entre com 17 anos numa faculdade da cidade, tem acesso ao SOL – e a chegada de muitos imigrantes à capital, como refletem as 68 nacionalidades que compõem os pacientes da clínica.

Questionado sobre onde vê o SOL daqui a outros cinco anos, o responsável não hesita: “Num sítio maior, com uma lista de espera menor e a dar acesso ainda a mais crianças, mas com a mesma missão”.

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Replicar é o caminho

O modelo do SOL, com sucesso comprovado nestes cinco primeiros anos de atuação, deveria, na opinião de André Brandão de Almeida, ser replicado pelo país. E é por aqui que o diretor clínico entra na questão da saúde oral no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Essa implementação tem sido feita, mas muito timidamente. Deve haver cerca de 100 médicos no SNS e só para casos muito específicos. Uma vez mais o modelo do SOL pode ser replicado nessas instituições, porque garantimos aos nossos médicos uma carreira que tenta dar-lhes um conjunto de benefícios para a sua prática clínica. Por exemplo, têm uma hora por semana dedicada à investigação”, explica.

O alargamento da oferta pública de saúde oral pode, segundo o diretor do SOL, trazer grandes benefícios à população e ao próprio Estado no futuro.

“Se conseguirmos, com escolas e centros de saúde, dar acesso a uma consulta, mesmo que as crianças não tenham nenhuma queixa, rapidamente os nossos índices, que são dos piores da Europa, se convertem nos melhores. Porque conseguíamos garantir o atendimento precoce e percecionar alguma lesão; precaver adiamentos de cirurgias devido a infeções orais agudas; os tratamentos seriam mais simples e mais baratos, porque as crianças seriam adultos mais saudáveis; teriam, por exemplo, menos problemas de emprego por causa da imagem; o próprio Estado pouparia milhões de euros em comparticipações de medicamentos; haveria poupança nas próprias empresas, que não teriam faltas e ausências de funcionários por dores dentárias; e o próprio trajeto escolar seria beneficiado – imaginem uma criança com dor de dentes numa sala de aula a tentar aprender”, enumera.

Dia assinalado em diversos serviços

O Dia Mundial da Saúde Oral, assinalado a 20 de março, é comemorado hoje em diversos serviços da Misericórdia de Lisboa.

Na US Oriental José Domingos Barreiro haverá rastreios e sessões de grupo sobre “Saúde Oral na gravidez”, ao passo que na Obra Social do Pousal será realizado um “Denty Paper” com os utentes, além de uma intervenção terapêutica de treino cognitivo de higiene oral.

Já nos 28 equipamentos de apoio à infância (creches, jardins de infância e grupos de jovens) foram afixados cartazes do SOL e distribuídos pelas crianças, famílias e profissionais folhetos sobre saúde oral do bebé e da criança.

Por fim, na US Liberdade serão iniciadas atividades lúdico-pedagógicas e intergeracionais sobre promoção da saúde oral, que se manterão até ao final do mês.

Conselhos básicos para uma boa saúde oral:

  • Visitar regularmente o médico dentista. Idealmente a cada seis meses mas, anualmente, é aceitável. Nunca apenas em caso de queixas.

  • Escovar os dentes, no mínimo, duas vezes por dia: à noite e ao acordar. Escovagens de dois minutos, com pasta com flúor.

  • Usar fio dentário ou escovilhão, pelo menos uma vez por dia, idealmente à noite. A escova não chega aos espaços interdentários.

  • Ter uma alimentação cuidada, com um consumo moderador de açúcar. As cáries são a lesão mais prevalente, mas são também facilmente evitáveis.

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