Pensar o futuro de uma maneira sustentável, e a forma como as políticas públicas podem convergir com o trabalho das instituições do terceiro sector, foram alguns dos temas em debate.
A edição deste ano, que teve como tema “Há Só Uma Terra”, contemplou no seu programa painéis de discussão, mesas redondas e espaços de discussões entre palestrantes e público.
Houve também lugar para um dia dedicado à Santa Casa – quinta-feira, dia 7 – que decorreu sob o lema “As Boas Causas para o bem social”, e no qual foram discutidas algumas das ideias chave do trabalho desenvolvido pela instituição no que diz respeito ao combate às desigualdades e na promoção da qualidade de vida do indivíduo.
Na sessão de abertura do evento, o provedor da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, salientou a particular importância deste tema para todas as instituições que operam no terceiro setor, “por sermos um país cada vez mais desigual entre os mais ricos e os mais pobres”. Admitiu ainda que são vários os desafios que se colocam neste âmbito, e ressalvou que “só com políticas públicas robustas é que as desigualdades existentes podem diminuir”.
Edmundo Martinho acrescentou ainda que “deve existir uma convergência de esforços entre todos os agentes”, para ser possível caminhar para uma sociedade mais justa e equilibrada.
Outra das preocupações apresentadas pelo provedor foi também o rápido avanço do mundo digital que se verifica nos dias de hoje. Para Edmundo Martinho, é necessário “uma reflexão profunda” sobre o desenvolvimento tecnológico, e se “esta era não poderá contribuir para uma desigualdade no acesso ao conhecimento”.
Após a intervenção do provedor da Misericórdia de Lisboa, usou da palavra Sérgio Cintra, administrador de ação social da SCML, bem como outros oradores convidados – Diogo Simões Pereira, diretor-geral dos Empresários pela Inclusão Social, Katiuska Cruz, da Agência Nacional de Inovação e Miguel Ribeirinho em representação da Delta Cafés -, numa mesa redonda com o tema “Contributos para a redução das desigualdades em Portugal”, moderada pela jornalista da SIC, Miriam Alves.
O administrador da SCML aproveitou para sublinhar que “a governação integrada e a lógica de partilha de problemas e soluções é essencial para a implementação e incorporação de medidas de combate às desigualdades”.
Sérgio Cintra afirmou ainda que “a lógica de intervenção da Santa casa deve ser feita dentro da área metropolitana de Lisboa, e não apenas na cidade”, dando como exemplo o projeto que a Misericórdia de Lisboa inaugurou este verão – SOL – Saúde Oral de Lisboa, que permite que crianças e jovens que residem ou estudam em Lisboa possam dispor de cuidados de saúde oral de uma forma gratuita.
Este evento coincidiu com a reunião mundial da United Nations Global Compact, onde mais de 120 delegados, oriundos de 70 países, participaram nas conferências da Semana da Responsabilidade Social.