A questão do Acolhimento Familiar esteve no centro do seminário “Construindo pontes entre a Prática, a Ciência e as Políticas Públicas”, que teve lugar ontem, dia 15 de junho, no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). O evento foi organizado pela equipa do projeto All4Children e contou com a colaboração das três instituições que o integram: o Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-ISCTE), o Laboratório Colaborativo ProChild CoLAB e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Foram debatidas as práticas, a investigação e as políticas públicas do Acolhimento Familiar e um dos primeiros oradores do dia foi Rui Godinho, diretor da área de Infância, Juventude e Família da Santa Casa, que frisou que “acolher crianças está no ADN” da instituição.
“Procuramos permanentemente as melhores soluções para isso”, assegurou o diretor, no sentido de que “todas as crianças tenham acesso a uma infância de qualidade, e não apenas as que vivem na cidade de Lisboa”.
“Estamos abertos a todas as instituições para colaborarmos e partilharmos experiência. Hoje podemos estar satisfeitos, porque já fizemos um caminho que resulta. Mas estamos constantemente a aprender”, terminou Rui Godinho.
Também Ana Gaspar, diretora do Núcleo de Acolhimento Familiar, marcou presença no seminário. Começou por apresentar o Programa LX Acolhe e divulgou depois alguns números, com destaque para as 85 famílias de acolhimento em exercício atualmente, bem como 17 candidaturas em avaliação, sendo estes dados do final do mês de maio. Ana Gaspar sublinhou que, ao todo, há 73 crianças acolhidas atualmente.
Coube a Charles H. Zeanah, um dos maiores especialistas internacionais em Acolhimento Familiar, encerrar o seminário à distância. Atuando como psiquiatra de crianças e adolescentes e professor de Psiquiatria e Pediatria Clínica, e sendo ainda diretor de Psiquiatria de Crianças e Adolescentes e vice-presidente do Departamento de Psiquiatria e Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Tulane, Charles H. Zeanah sublinhou alguns dos principais desafios do Acolhimento Familiar e aproveitou para responder às questões da assistência, quer presencial, quer online.
Entre as prioridades
A Misericórdia de Lisboa tem colocado nas suas prioridades a questão do Acolhimento Familiar. Recorde-se que no passado dia 1 de junho foi assinado um protocolo entre a Santa Casa, o Instituto de Segurança Social e a Casa Pia de Lisboa com vista à cooperação entre estas três entidades no âmbito do Sistema de Acolhimento Familiar e Residencial de Crianças e Jovens no distrito de Lisboa.
Este protocolo visa, entre outros fins, assegurar a adequação, qualificação e gestão das respostas de acolhimento para as situações que envolvem crianças e jovens em perigo, com medida de promoção e proteção de acolhimento familiar ou residencial.