Dia: 28 de Novembro, 2018
A entrega dos Prémios Santa Casa Neurociências decorreu esta quarta-feira, 28 de novembro, no Teatro Thalia, em Lisboa. A cerimónia contou com as presenças do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, António Vieira da Silva, do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, dos membros da Mesa da Santa Casa, do Júri e dos representantes das equipas vencedoras.
Uma equipa de investigação da Universidade do Minho e outra do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, foram as vencedoras da 6.ª edição dos Prémios Santa Casa Neurociências, tendo sido galardoadas com um prémio de 200 mil euros cada.
O Prémio Melo e Castro 2018 foi entregue a Nuno Sousa e à sua equipa de investigação da Universidade do Minho, pelo projeto “Thertact-Exo: Exosqueleto controlado por atividade cerebral para reabilitação vertebromedular”, que se propõe a descobrir estratégias que melhorem a qualidade de vida de pacientes com lesões vertebromedulares, através de treino prolongado com um exoesqueleto controlado por atividade cerebral.
Para o investigador Miguel Gago, membro da equipa liderada por Nuno Sousa, a atribuição da bolsa de investigação irá permitir “acesso a novas tecnologias que desempenham um papel importante na nossa investigação que terá como último destino a qualidade de vida do doente”, concluindo que ” estes prémios podem ser um importante passo na descoberta de novas e inovadoras terapias”.
Quanto ao Prémio Mantero Belard 2018, foi atribuído a Luísa Lopes e à sua equipa de investigação do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, que concorreram com o projeto “Utilização de novos modelos baseados no envelhecimento para elucidação de mecanismos de patogénese da doença de Alzheimer”, que baseia-se em modelos fisiopatológicos associados ao envelhecimento, contribuindo para o conhecimento neuronal do APP-AICD (Proteína Precursora Amilóide – Fragmento C-Terminal), abrindo novos caminhos para a pesquisa e terapêutica da Doença de Alzheimer.
Luísa Lopes agradeceu a distinção considerando que “numa etapa em que o financiamento na investigação em Portugal está numa fase de estagnação é com enorme satisfação que vemos que instituições como a Santa Casa continuam a trilhar este caminho de aposta na inovação e investigação científica”.
Na sua intervenção, o provedor, Edmundo Martinho, felicitou as equipas vencedoras da edição de 2018, os investigadores o Júri e a equipa da Misericórdia de Lisboa, salientando “que a Santa Casa mobiliza-se por causas e como tal deve continuar a trabalhar pelo que representa na história, mas ao mesmo tempo apoiar novas causas”. Segundo Edmundo Martinho, estas bolsas “são o reafirmar do nosso compromisso com as pessoas. A nossa ambição é que os projetos hoje aqui distinguidos sirvam a sociedade melhorando a sua qualidade de vida”.
Os Prémios Santa Casa Neurociências são “o reconhecimento àqueles que dedicam grande parte da sua vida a acrescentar valor à nossa vida”, concluiu o provedor.
Por seu turno, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, António Vieira da Silva, afirmou que os Prémios Santa Casa Neurociências ilustram bem a posição da Santa Casa no apoio à investigação ciência em Portugal. António Vieira da Silva expressou, ainda, a sua esperança de que “a Santa Casa continue a ampliar o seu esforço na investigação científica”.
Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, destacou e felicitou a iniciativa da Santa Casa. “Este prémio tem uma relevância direta na população nacional. Esta é uma das áreas onde temos de continuar a crescer e inovar de maneira a convergir com a investigação que se faz na europa”.
Além da entrega dos dois Prémios Santa Casa Neurociências, este ano, houve lugar a uma Mesa Redonda moderada pelo jornalista da TVI, Pedro Carvalhas e composta por Catarina Resende Oliveira, diretora do Centro de Neurociências de Coimbra, galardoada com a distinção de “Estímulo à Ciência”, Maria José Diógenes, vencedora do prémio Mantero Belard 2017, Manuel Heitor ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e por Carlos Fiolhais, considerado um dos maiores divulgadores de ciência em Portugal e responsável pelos programas de educação da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Ao longo destes seis anos a Santa Casa investiu 2,4 milhões de euros em investigação, através dos Prémios Santa Casa Neurociências, contribuindo e promovendo de forma significativa para a investigação médica e científica de excelência nesta área.
Os Prémios Santa Casa Neurociências foram criados em 2013, e representam um investimento anual de 400 mil euros na área da investigação científica e neurociências, repartidos em dois prémios. O Prémio Melo e Castro, no valor de 200 mil euros, destina-se à recuperação e tratamento de lesões vertebromedulares, domínio em que Santa Casa foi pioneira no país quando, em 1966, abriu o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. Relativamente ao Prémio Mantero Belard, também no valor de 200 mil euros, distingue o tratamento de doenças neurodegenerativas associadas ao envelhecimento, de que são exemplos o Parkinson e o Alzheimer.
Os Prémios Santa Casa Neurociências têm como parceiros científicos a Universidade de Coimbra, a Universidade de Lisboa, a Universidade do Porto e as Sociedades Portuguesa de Neurociências, Portuguesa de Neurologia e Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação.