A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa celebrou esta quinta-feira, 10 de julho, contratos de financiamento no valor de 1,5 milhões de euros com 31 Misericórdias de todo o país, no âmbito das candidaturas apresentadas ao Fundo Rainha D. Leonor (FRDL) na área da recuperação do património.
O mais recente concurso ao Fundo Rainha D. Leonor recebeu 46 candidaturas e terminou com a aprovação de 31 projetos: 15 de património imóvel e 16 de património móvel. As Misericórdias contempladas estendem-se um pouco por todo o território nacional, desde Melgaço a Angra do Heroísmo, passando por Vila Real, Guarda, Arraiolos ou Faro.
A cerimónia de assinatura dos contratos de financiamento, que decorreu na Sala de Extrações da Santa Casa, contou com a presença de Paulo Sousa, Provedor da Misericórdia de Lisboa, Clara Marques Mendes, secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), e representantes das 31 Misericórdias envolvidas, para além de todos os membros da Administração da SCML.
Para Paulo Sousa, que abriu a cerimónia, o “Fundo Rainha D. Leonor é um instrumento fundamental para que as Misericórdias possam continuar o seu legado, assegurando a sua missão secular de apoiar quem mais necessita, bem como a preservação de um património cultural que, em muitos casos, retrata a própria história de Portugal”.
O Provedor da Misericórdia de Lisboa aproveitou a ocasião para anunciar que estão a ser ultimados os procedimentos para a abertura de concursos com vista à atribuição de mediações na área dos jogos sociais do Estado às Misericórdias, concretizando, assim, uma “ambição de há muitos anos”.
Por seu lado, Manuel de Lemos, presidente da UMP, falou de um dia com “um significado muito especial”, lembrando que, com o apoio do FRDL, já foram feitas “obras que prestam serviço social, projetos de inovação e projetos de recuperação do património cultural das Misericórdias”.
Ângela Guerra, administradora da Santa Casa, também se dirigiu à plateia para lembrar que o Fundo Rainha D. Leonor “é uma forma de homenagear e continuar a obra de uma rainha, uma mulher que esteve sempre muito à frente do seu tempo”, acrescentando que “a Santa Casa atribui uma verdadeira importância a esta colaboração com a União das Misericórdias de todo o território, como verdadeiras construtoras de uma sociedade mais justa e igualitária”.
Por fim, Clara Marques Mendes, secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, referiu-se ao FRDL como “um importante instrumento para garantir a coesão social”, classificando-o como “um exemplo de uma boa prática de articulação”, no que diz ser “uma verdadeira ação de serviço público”.
O Fundo Rainha D. Leonor foi criado em 2015 e nasceu de um acordo de parceria entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a União das Misericórdias Portuguesas, baseando-se no espírito da autonomia cooperante e apoiando projetos sociais necessários, inovadores, sustentáveis e de qualidade nas Misericórdias de todo o país. Desde a sua criação foram aprovados 171 projetos, 112 na área social e 59 no património, num investimento global de 25 milhões de euros.