Dia: 27 de Março, 2019
O encontro realizou-se esta quarta-feira, 27 de março, no Convento de São Pedro de Alcântara, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), e contou com a participação de dezenas de provedores, mesários, técnicos e de vários especialistas.
O seminário “Arquivos das Misericórdias: organizar o passado para servir o futuro” abordou as boas práticas de preservação e organização dos arquivos. Formar e trocar experiências sobre arquivos das misericórdias para as sensibilizar para a melhor manutenção e divulgação dos acervos foram alguns dos objetivos da iniciativa.
Na sessão de abertura, Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa, sublinhou a importância deste encontro, resultado do trabalho conjunto entre a Misericórdia de Lisboa e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP). E continuou: “Este é um caminho que queremos continuar. Temos que honrar a nossa história, preservar o património, preservar os testemunhos e a história de todos.
Já Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, defendeu que “a questão de cuidar do nosso património é muito importante para lidarmos melhor com o futuro”, lembrando que as Misericórdias estão preocupadas e sensibilizadas para a questão de cuidar dos seus arquivos.
A primeira Mesa Redonda “A importância dos Arquivos Históricos” contou com moderação de Inez Dentinho, membro do Conselho do Gestão do Fundo Rainha D. Leonor, e Manuel Braga da Cruz, Mariano Cabaço e José Pacheco Pereira como oradores.
José Pacheco Pereira considerou que “a função das Misericórdias portuguesas é um instrumento muito importante para perceber Portugal e os portugueses. Instituições desta natureza, que contactam com pessoas que não entram na história, com pessoas com necessidades, com pessoas filantrópicas, representam um tecido social único. Sendo assim, conhecer os arquivos das Misericórdias é conhecer melhor o país”. Opinião partilhada pelos oradores da primeira Mesa Redonda.
Mariano Cabaço moderou a segunda Mesa Redonda “Como tratar o Aquivo de cada Misericórdia”, contando com os contributos de Francisco Manoel, Maria Alice Azevedo, Isabel dos Guimarães Sá e Pedro Penteado.
Os arquivos das Misericórdias Portuguesas
Os arquivos das Misericórdias constituem um dos mais importantes acervos documentais de Portugal. Pela sua atividade continua ao longo de séculos e pela especificidade da sua missão e identidade, as Misericórdias reuniram um valiosíssimo espólio documental que importa conhecer, estudar e divulgar.
Os documentos encontrados nestas instituições permitem conhecer as conjunturas sociais, económicas, culturais e religiosas de cada comunidade. Não é possível fazer a história da assistência e saúde em Portugal sem consultar os arquivos das Misericórdias.
Segundo dados da UMP, de 2018, existem 398 Misericórdias ativas. Das 388 inquiridas, 347 responderam ter arquivo, 148 tem arquivo organizado e 240 mostram-se disponíveis para consulta.
O programa incluiu, ainda, visitas guiadas ao Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e ao Museu e Igreja de São Roque.
Entre os premiados estão projetos de inovação social, com grande potencial de criar impacto junto dos seus utilizadores, como um browser pensado para estudantes com deficiência visual, uma aplicação que pretende ser um veiculo de conteúdos de cidadania a nível social e um projeto que pretende alertar para o risco de retenção e abandono escolar precoce.
Em, cinco minutos, os dez finalistas apresentaram os seus projetos a um júri, composto por elementos da Direção Geral do Ensino, da NOS, da Samsung, da Cisco, da Websummit e da Misericórdia de Lisboa.
Após o “pitch” final as três soluções tecnológicas inovadoras com maior pontuação, identificadas com base na hierarquia das classificações finais, após a sessão pública de apresentação foi atribuído um “Alpha Pack Web Summit 2019” e ao grande vencedor um prémio monetário no valor de 15.000 euros.
Os distinguidos foram o projeto Visionary, em primeiro lugar, com um interface personalizável que usa combinação tecnológica para processar elementos gráficos que permitem a personalização em tempo real dos conteúdos para pessoas com deficiência visual, a Academia MyPolis, em segundo, com uma ferramenta digital que promete revolucionar as aulas de Cidadania e Desenvolvimento em academias de Participação e no último lugar do pódio ficou a ferramenta educativa SAPIE – Sistema de Alerta Precoce do Insucesso Escolar no Ensino Básico.
Para o provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, a realização deste concurso permite “sentir que se está a fazer alguma coisa de muito útil para a comunidade científica, de investigação e empreendedora, sentir que estamos a contribuir para melhorar a vida das pessoas e essa é uma das responsabilidades da Misericórdia de Lisboa”.
Edmundo Martinho destacou, ainda, que o “Santa Casa Challenge dinamiza e melhora as respostas da Santa Casa, apresentando soluções inovadoras, e que oferece respostas capazes de fazer a diferença na vida dos cidadãos”.