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Património da Misericórdia de Lisboa em destaque na Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa

O LX Factory acolheu a IX edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa (SRU), durante os dias 6 e 8 de abril, e a Santa Casa voltou a marcar presença no evento. O programa incluiu inúmeros eventos, tais como workshops, conferências, tertúlias e debates, que pretenderam chamar a atenção dos participantes para o impacto social da reabilitação urbana.

A instituição preparou a conferência “Um Habitat Inclusivo – Necessidades e Soluções”, que decorreu durante a tarde de quinta-feira, 7 de abril, onde se debateu a relevância da reabilitação urbana enquanto ferramenta de inclusão e, ao mesmo tempo, de preservação da cidade genuína e dinâmica. Identificar alguns dos projetos desenvolvidos pela instituição e realçar o compromisso da mesma na preservação e valorização do seu património com a finalidade de criar respostas sociais adaptadas às novas realidades populacionais, foram igualmente objetivos desta conferência.

Na sessão de abertura, Ana Vitória Azevedo, administradora da Santa Casa com o pelouro do Património, defendeu que “a instituição tem o dever de promover, reabilitar e conservar o seu património, por forma a garantir projetos e obras inovadoras que respondam as necessidades daqueles que mais precisam”, frisando, ainda, a criação de novas respostas e a intergeracionalidade dos novos projetos.

A administradora destacou o projeto em curso no Recolhimento de Santos-o-Novo, na freguesia de Marvila, que irá unir, no mesmo espaço, uma estrutura residencial para idosos (ERPI) e uma residência de estudantes.

“Este é um programa inovador, que potencia a convivialidade entre jovens e seniores pela partilha de espaços comuns e, ainda, permite dinamizar um programa cultural e social partilhado entre estas populações”, comentou Ana Vitória Azevedo.

A resposta destinada a estudantes, que conta com o apoio do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, irá permitir ampliar a oferta na cidade deste tipo equipamentos, em mais 118 camas, 82 em quartos simples e 36 em quartos duplos.

Ana Vitória Azevedo apontou, igualmente, o projeto que irá nascer na antiga fábrica de gelados da Nestlé, em Monsanto, fruto de uma benemerência da gigante alimentar suíça, onde a instituição espera instalar no local uma unidade de cuidados especializados de demência.

Com capacidade até 50 camas, distribuídas por 28 quartos, 4 individuais, 22 duplos e 2 de isolamento, o futuro novo equipamento terá também valências de centro de dia e de apoio domiciliário, disponibilizando também consultas de acompanhamento na área da demência e um espaço para formação de cuidadores formais e informais.

“Esta é uma resposta que faz falta na cidade de Lisboa. Segundo os últimos dados a demência irá afetar uma grande faixa da população e a Santa Casa tem o dever de apoiar e criar condições para estas pessoas”, concluiu a administradora.

Nesta conferência houve ainda lugar a uma mesa redonda onde participaram a diretora Departamento de Gestão Imobiliária e Património da Misericórdia de Lisboa, Helena Lucas, a diretora da Casa do Impacto, Inês Sequeira, a CEO da Konceptness, Susan Cabeceiras, a Mentora de Líderes e Executivos da YouUp, Ana Penin, e a professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, Stella Bettencourt da Câmara.

Projetos da Santa Casa candidatos ao Prémio Nacional de Reabilitação Urbana na categoria “Impacto Social”

Proprietária de um vasto património imobiliário, a Misericórdia de Lisboa tem promovido a reabilitação progressiva deste edificado, devolvendo-o à cidade com novos fins que pretendem responder às necessidades dos lisboetas.

Um destes exemplos é a Unidade de Cuidados Continuados e Integrados Rainha Dona Leonor e que nasce da reabilitação do antigo Hospital Militar da Estrela. Onde outrora esteve um hospital militar obsoleto, existe agora uma nova unidade para cuidados continuados de saúde que complementam a rede nacional.

Igualmente em destaque esteve a reabilitação do número 31 da Travessa do Rosário, em Lisboa. Uma obra, concluída em abril de 2021, com um forte impacto social pela oferta de alguns serviços na área da ação social e ainda habitação para fins de arrendamento jovem.

O Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, cuja cerimónia de entrega decorre este ano a 3 de maio, tem o Alto Patrocínio do Governo de Portugal, concedido através da Direção Geral do Património Cultural, entidade tutelada pelo Ministério da Cultura. Esta é uma iniciativa que reúne um vasto apoio do setor empresarial, institucional e da sociedade civil.

O galardão foi lançado em 2013 e tem como objetivo reconhecer, premiar e divulgar a excelência na renovação das cidades e afirma-se atualmente como a mais prestigiada distinção na área da reabilitação do edificado e requalificação dos territórios em Portugal.

SRU

Património Santa Casa: uma porta aberta à cidade

Quantos são? Onde ficam? Para que servem? Ou como é que a instituição conseguiu ter um vasto acervo imobiliário? Estas são algumas das questões que povoam a mente dos lisboetas, quando andam pela cidade diariamente e reparam que, em todas as freguesias, em todos os bairros e em diversas ruas, becos e vielas existe um equipamento ou um prédio que pertence à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Para responder a estas e outras questões é necessário recuar cerca de cinco séculos. Fundada em 1498 pela Rainha D. Leonor, a Misericórdia de Lisboa sempre mereceu o reconhecimento da cidade graças às suas obras de caridade. Desde a sua origem que a instituição trabalhou em prol dos mais desfavorecidos, sendo que, para que este propósito fosse concretizado, importava assegurar a subsistência da instituição.

Em 1768, novos subsídios foram concedidos para a criação dos expostos. Esta política protetora da Misericórdia de Lisboa culminaria na doação, à instituição, da Igreja e da Casa Professa de S. Roque (edifício que pertencia à Companhia de Jesus e que, ainda hoje, alberga a sede da Santa Casa).

Tal como em séculos passados, também nos dias de hoje a grande maioria do património da instituição advém da confiança de benfeitores e beneméritos que entregam à instituição os seus bens, na certeza de serem aplicados em favor de quem mais precisa, como explica a administradora da Santa Casa, com o pelouro do património, Ana Vitória Azevedo.

“A Santa Casa tem a oportunidade de se distinguir nesta área de reabilitação do património por ser proprietária de um património muito significativo, obtido na sua maioria através da confiança e da admiração dos seus beneméritos”. Este património entregue à instituição, e que se configura numa das maiores fontes de receitas, destina-se essencialmente a contribuir para a missão diária da Misericórdia de Lisboa de apoiar as “Boas Causas”.

“Existe sempre uma expectativa das pessoas que doam o património à Misericórdia de Lisboa, de que esse património irá ser utilizado para a missão diária da Santa Casa e que irá servir para ajudar nessa missão”. Ana Vitória Azevedo salienta, ainda, que “a instituição preza sempre a reabilitação do património doado, recorrendo à alienação do mesmo, apenas quando tal seja possível e se revele adequado para a angariação de mais receita destinada à promoção das “Boas Causas”.

Entre prédios urbanos e algumas propriedades rústicas, a Misericórdia de Lisboa detém um total de 659 imóveis. Muitos destes são hoje a residência de centenas de pessoas, seja através da permanência em Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI), seja através de um arrendamento convencional, seja por um necessário e imprescindível cuidado médico exercido numa Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI), ou pela permanência numa casa de autonomia destinada apoiar a transição de jovens, para uma autonomia plena na sua vida adulta, ou ainda através dos vários equipamentos da instituição destinados à primeira infância.

“A Misericórdia de Lisboa tem o dever de promover, reabilitar, conservar e rentabilizar o seu património, por forma a garantir projetos e obras inovadoras que respondam as necessidades daqueles que mais precisam” e a criação de novas respostas depende “das necessidades sentidas, num determinado tempo”, acrescenta, ainda, Ana Vitória Azevedo.

Ana Vítoria Azevedo

A Santa Casa possui um considerável património imobiliário em Lisboa, e ocupa o lugar de segundo maior senhorio da cidade, a seguir à Câmara Municipal de Lisboa. Algum deste património, já reabilitado nos últimos anos, tem vindo a ser premiado pela qualidade das intervenções, sobretudo pela adequação dos espaços reabilitados à missão da instituição.

Um desses exemplos é a Quinta Alegre, na Charneca do Lumiar, que arrecadou o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana – Restauro de 2018, concedido através da Direção Geral do Património Cultural, entidade tutelada pelo Ministério da Cultura.

Construído no século XVIII por iniciativa do 2.º Conde de Vilar Maior e 1.º Marquês de Alegrete, o até então degradado e inacessível Palácio do Marquês do Alegrete, na freguesia de Santa Clara, foi reabilitado tendo em conta um dos principais pilares defendidos pela instituição na intervenção e reabilitação do seu património: a intergeracionalidade.

A Santa Casa “tem vindo a desenvolver, nos últimos anos, um conjunto de projetos com conceitos alternativos de resposta para os mais velhos e para os mais novos”, frisando que a Quinta Alegre é um “exemplo perfeito desta política”, acrescentou a administradora com o pelouro do património.

Em julho passado foi a vez do Palácio de São Roque receber uma menção honrosa na categoria de melhor intervenção de Impacto Social, durante a 9ª edição do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana.

Respeitar o passado, ponderar o presente e transformar o futuro

Em junho de 2018, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa acompanha as tendências da cidade e cria o seu programa de arrendamento jovem.

A iniciativa que, numa primeira fase, colocou no mercado 24 frações habitacionais localizadas no centro de Lisboa, com um valor de renda 25% inferior ao valor de mercado, veio contribuir para contrariar a tendência de envelhecimento da população nos centros urbanos e possibilitar que jovens que trabalhem ou estudem no município de Lisboa possam também nele residir.

Este ano já entraram no programa mais 8 frações, na Travessa do Rosário, e irão entrar mais 15 apartamentos, localizados na Rua dos Douradores, após licença de utilização. Com este reforço a instituição garante não só a devolução de mais parque habitacional à cidade, como também permite melhores condições habitacionais e financeiras aos jovens que nela pretendem viver.

Rua dos douradores

Outro dos projetos, ainda em curso, mas que irá reabilitar um dos equipamentos emblemáticos da instituição na zona oriental de Lisboa é o novo espaço da Mitra, situado na freguesia de Marvila, junto ao rio Tejo.

O Lisboa Social Mitra vai agregar no mesmo local várias respostas da Santa Casa, com destaque para os pavilhões dedicados à Valor T e à Casa do Impacto.

Ana Vitória Azevedo afirma que a reabilitação da Mitra foi pensada para “criar um conjunto de valências suportadas na inovação e no empreendedorismo, que pretendem facilitar e apoiar as pessoas com mais dificuldades de integração na sociedade”. “O espaço vai acolher projetos de natureza social, económica, ambiental e de empreendedorismo, a par de espaços comunitários”.

Com um investimento a rondar os 10 milhões de euros, o projeto Lisboa Social Mitra vai fazer nascer uma creche, uma academia de formação dedicada à economia social, uma quinta comunitária, um espaço aberto à comunidade com um jardim de lazer, para além de novos espaços de trabalho dedicados ao empreendedorismo social (com a mudança da Casa do Impacto do Convento de São Pedro de Alcântara para o Palácio da Mitra) e da reabilitação da atual ERPI já existente no local.

Exterior

Centro Social Paroquial de Nossa Senhora da Encarnação com novas instalações

O Centro Social Paroquial da Nossa Senhora da Encarnação (CSPNSE) é uma instituição particular de solidariedade social, que se dedica a apoiar as famílias na educação dos filhos. Fundado em 1958 e instalado num edifício da Misericórdia de Lisboa, na Calçada da Glória, o centro foi agora transferido para as novas instalações, por forma a aumentar o número de vagas no âmbito das suas valências.

Realizadas as obras de remodelação profunda pelo Departamento de Gestão Imobiliária e Património (DGIP) da Santa Casa no primeiro, segundo e terceiro pisos (e parte da cave) do nº 31 / 31 A da Travessa do Rosário, o centro pode agora abrir portas e disponibilizar os serviços de berçário, creche e pré-escolar não sem antes ter sido descerrada a nova placa, na segunda-feira, dia 13, ato que esteve a cargo da diretora do DGIP, Helena Lucas.

No dia seguinte, terça-feira, foi a vez do centro ser benzido pelo Bispo-Auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar.

Centro Social Paroquial de Nossa Senhora da Encarnaçã

Santa Casa participa na Expo Real 2021

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa marcou, pela primeira vez, presença na Expo Real, um evento que reuniu os mais influentes stakeholders de todos os setores do mercado imobiliário internacional.

A instituição integrou o stand coletivo da agência Invest Lisboa, onde apresentou alguns dos seus projetos que vão colocar no mercado de arrendamento um número significativo de frações habitacionais. Alguns exemplos são o prédio na Rua Jau (obra concluída), o projeto de edifícios para arrendamento na Av. das Forças Armadas e o espaço na Rua Sousa Martins (ainda em fase de obra).

Igualmente patente neste espaço, esteve o projeto (já concluído) na Av. José Malhoa, destinado a diversos serviços da instituição, bem como o antigo quartel do Rio Seco, na freguesia da Ajuda, que fará nascer uma área habitacional com alguns espaços destinados ao comércio e serviços.

Paralelamente aos vários expositores, o programa da Expo Real 2021 contemplou também algumas conferências temáticas que se centraram no impacto da pandemia de Covid-19 no setor e na proteção climática, e que decorreram nos habituais fóruns, espalhados pelos cinco pavilhões.

O evento visa facilitar os negócios entre investidores, clientes finais, autoridades locais, profissionais da área de hospitalidade, players industriais e de logística e outros profissionais do setor imobiliário.

No stand de Lisboa estiveram também presentes as seguintes empresas e instituições, a Câmara Municipal de Loures, a Essentia – Consultores S.A., a IMGA Asset Management, o Município de Almada e a NEWCO Corporate Services SA.

Palácio de São Roque recebe menção honrosa

Na corrida à 9ª edição do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana (PNRU) estiveram 87 projetos, oriundos de 23 concelhos, de norte a sul do país. A maioria dos projetos a concurso (56%) são de uso habitacional, seguidos dos de impacto social (20%), de turismo (13%) e, por fim, dos projetos de comercial e serviços (11%). As categorias a concurso incluem: Cidade de Lisboa; Cidade do Porto; Impacto Social; Residencial; Turismo; Comércio & Serviços; Reabilitação Estrutural; Restauro; Intervenção inferior a 1.000 m2 e Sustentabilidade.

Com o Alto Patrocínio do Governo de Portugal, concedido através da Direção Geral do Património Cultural, entidade tutelada pelo Ministério da Cultura, a iniciativa tem como objetivo reconhecer anualmente os melhores projetos de reabilitação e requalificação urbana desenvolvidos em Portugal, que representam uma maior valia para a sociedade, nas suas diversas valências.

Destaque, na edição deste ano, para o Palácio de São Roque, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que recebeu uma menção honrosa na categoria de melhor intervenção de Impacto Social. Já em 2018, a Quinta Alegre, antigo Palácio do Marquês de Alegrete, na Charneca do Lumiar – hoje um espaço residencial intergeracional da instituição – venceu o prémio na categoria Restauro.

Os vencedores da edição de 2021 foram eleitos por um júri independente constituído pelo economista João Duque, os arquitetos João Carlos Santos e João Santa-Rita, o engenheiro Manuel Reis Campos e pelo coordenador do projeto “Reabilitar como Regra”, Raimundo Mendes da Silva. O prémio na área da Sustentabilidade contou com a assessoria técnica da ADENE – Agência Nacional de Energia e da imobiliária Savills.

Palácio de São Roque

Sobre o Palácio de São Roque

Exemplo da arquitetura palaciana, e cuja data de construção remontará a meados do século XVII, resulta de várias alterações, evoluções e melhoramentos levados a cabo ao longo de três séculos e meio de história.

Sob o mote de “trazer a cidade para dentro do edifício”, o projeto de reabilitação procurou tornar o palácio mais permeável à cidade, estando este de portas abertas, para a fruição de todos. A sua história e os aspetos originais foram preservados, de forma a oferecer um complemento cultural inigualável na oferta da Igreja e Museu de São Roque.

O projeto de reabilitação prevê a criação de um espaço museológico para acolher a “Casa Ásia – Coleção Francisco Capelo”, bem como de um espaço de restauração.

A abertura, ainda sem data prevista, do Palácio de São Roque à cidade de Lisboa é de grande impacto na comunidade, não só pela natureza do edifício, como também pelo seu novo uso, um novo museu, que fortalece a oferta turística, dinamizando toda a zona comercial circundante.

Escadas Palácio de São Roq

Promover a diversidade por uma sociedade mais inclusiva

No último dia da 16ª edição da Semana da Responsabilidade Social, a Misericórdia de Lisboa promoveu uma sessão de debate dedicada ao tema “Promover a inclusão, por uma sociedade onde todas as pessoas tenham lugar”. Neste fórum discutiram-se algumas das ideias-chave do trabalho desenvolvido pela instituição no que respeita ao combate às desigualdades e à melhoria da qualidade de vida do indivíduo, bem como no âmbito da atuação conjunta com várias entidades no sentido de promover uma sociedade “mais igual, mais justa, onde todos tenham lugar”.

Na sessão de abertura, o provedor da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, salientou a particular importância destes temas, devido à atual situação imposta pela crise pandémica de Covid-19. Os desafios que se colocam neste âmbito são vários e “a inclusão é um dos pontos centrais para assegurar a sustentabilidade das sociedades”, realçou.

Edmundo Martinho acrescentou, ainda, que “todas as organizações devem entender que têm um papel crucial a desempenhar na sociedade” para que seja possível caminharmos no sentido de “uma comunidade mais justa e equilibrada”.

Outra das preocupações apresentadas pelo responsável máximo da Santa Casa foi a marginalização, por parte da sociedade, de alguns grupos que têm “particulares vulnerabilidades”, dando como exemplo as pessoas em situação de sem-abrigo e os migrantes. Para Edmundo Martinho é necessário “assegurar que o nosso mundo e as nossas comunidades tenham ou criem ferramentas para que as pessoas, independentemente do seu passado, tenham condições para uma vida cada vez mais digna e feliz”.

Após a intervenção do provedor houve lugar a um painel de discussão moderado por Rita Paiva Chaves, diretora do Departamento da Qualidade e Inovação da Santa Casa, no qual participaram vários representantes da instituição: Vanda Nunes, diretora da Unidade de Missão: Valor T – Talento e Transformação; Mário Rui André, diretor da Unidade de Missão: Programa Lisboa, Cidade de Todas as Idades; Maria João Matos, diretora de Comunicação e Marcas e Nuno Prata, diretor de Recursos Humanos.

Ampliar a diversidade de género, idade ou condição é um dos fatores imprescindíveis nas organizações do século XXI. Foi a pensar nestes assuntos que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com o Alto Patrocínio da Presidência da República, criou a agência de empregabilidade Valor T. Uma agência que promove a inclusão de pessoas portadoras de deficiência.

Na sua intervenção, Vanda Nunes referiu que a iniciativa surgiu com a finalidade de ser “uma agência de empregabilidade focada e dirigida para a pessoa com deficiência”.

“Há diversas áreas de deficiência que exigem diferentes respostas. E o facto de a Santa Casa ter partido para este projeto é um contributo que queremos dar para que possamos olhar cada pessoa com as suas particularidades, não do ponto de vista assistencialista ou da deficiência, mas do talento e da capacidade que cada um tem”, concluiu a responsável.

Para Nuno Prata existe, ainda, “um longo caminho a ter no mundo empresarial, para uma incorporação total destes conceitos”, frisando que a Santa Casa tem desenvolvido esforços no sentido de “ser um exemplo de inclusão e diversidade no local de trabalho”.

Outros dos projetos que a instituição tem levado a cabo, em conjunto com vários parceiros do Programa Lisboa, Cidade de Todas as Idades, é o RADAR, que surge com o objetivo identificar as necessidades, expetativas e oportunidades da população 65+ de Lisboa. Mário Rui André frisou que o programa “pretende ser um instrumento estratégico de sistematização de um conjunto de medidas na área da longevidade e do envelhecimento que visem adaptar Lisboa para uma verdadeira cidade para todas as idades”. “A idade não deve ser a origem de qualquer tipo de exclusão social e a nossa missão é olhar para a idade das pessoas como um fator potenciador da riqueza das sociedades”, reforçou ainda.

Já Maria João Matos defendeu que “a Santa Casa tem como princípio orientador na sua comunicação pilares como a inclusão e diversidade”. A diretora de Comunicação e Marcas da instituição explicou que “todos eventos apoiados pela Santa Casa têm sempre presente o exemplo da política de patrocínio útil, assente na promoção da inclusão e da integração social”.

Igualmente destacado foi o apoio anual que os Jogos Santa Casa dão ao desporto, assumindo-se como a marca que mais apoia o desporto nacional. “Queremos fazer diferente, queremos apoiar o desporto e criar condições para que todas as pessoas possam ter as mesmas oportunidades de singrar no seu desporto”, concluiu Maria João Matos.

Reveja a participação da Santa Casa, na 16ª edição da Semana da Responsabilidade Social, aqui.

16ª Semana da Responsabilidade Social

Esta edição aconteceu entre os dias 21 e 25 de junho e reuniu representantes do Governo, organismos públicos, empresas, universidades, parceiros sociais, economia social e agentes culturais em várias conferências.

O encontro mais uma vez debateu a importância da implementação de boas práticas de responsabilidade social, sustentabilidade e inclusão no seio das organizações, no âmbito de uma economia global cada vez mais desafiante. O evento decorreu em dois grandes fóruns, onde foram abordados temas como os contributos do trabalho remoto para a sustentabilidade e os imperativos da mesma, a ética e a integridade nas organizações, os desafios e as estratégias para a conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal ou o bem-estar organizacional, entre outros.

“Planeta, Pessoas e Propósito” foi o tema escolhido para a edição deste ano. A iniciativa, que decorreu online, foi organizada pela Associação Portuguesa de Ética Empresarial, em parceria com a Global Compact Network Portugal, da qual a Santa Casa faz parte desde 2018.

Património Santa Casa, um compromisso sem idade

A edição deste ano da Semana da Reabilitação Urbana voltou a ter o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e ficou marcada por um programa rico em conferências e mesas redondas onde se discutiram vários temas atuais, como a estratégia de longo prazo para a renovação dos edifícios, o plano de recuperação e resiliência, a habitação acessível e o impacto da pandemia na reabilitação urbana.

A participação da Santa Casa na VIII edição desta iniciativa visou dar a conhecer o que tem sido feito em matéria de património da instituição e da sua reabilitação, bem como apresentar novos projetos em curso. Neste âmbito, foi promovida a conferência “A Habitação ao Longo da Vida e o Impacto da Pandemia”, que marcou o início do último dia deste evento.

Nesta sessão, foi ainda apresentado o espaço que vai nascer no Beato, o Lisboa Social Mitra, que agregará no mesmo local várias respostas da instituição, com destaque para os pavilhões dedicados à Valor T e à Casa do Impacto.

Ana Vitória Azevedo, administradora da Misericórdia de Lisboa, abriu a conferência destacando que a reabilitação da Mitra foi pensada para “criar um conjunto de valências suportadas na inovação e no empreendedorismo, que pretendem facilitar e apoiar as pessoas com mais dificuldades de integração na sociedade”.

Nesse sentido, salvaguardou ainda que “o espaço vai acolher projetos de natureza social, económica, ambiental e de empreendedorismo, a par de espaços comunitários”.

Com um investimento a rondar os 10 milhões de euros, o projeto Lisboa Social Mitra vai fazer nascer uma creche, uma academia de formação dedicada à economia social, uma quinta comunitária, um espaço aberto à comunidade com um jardim de lazer, para além de novos espaços de trabalho dedicados ao empreendedorismo social (com a mudança da Casa do Impacto do Convento de São Pedro de Alcântara para o Palácio da Mitra) e da reabilitação da atual Estrutura Residencial para Idosos (ERPI) já existente no local.

Ana Vitória Azevedo salientou, ainda, que a Santa Casa “tem vindo a desenvolver, nos últimos anos, um conjunto de projetos com conceitos alternativos de habitação para os mais velhos e para os mais novos”, frisando que o Centro Intergeracional Ferreira Borges, que será inaugurado a 14 de maio é “o exemplo perfeito desta política”.

A par desta nova valência, a Misericórdia de Lisboa está também a desenvolver projetos que vão colocar no mercado de arrendamento um número significativo de frações habitacionais, que “permitem num mesmo edifício coexistirem e interagirem diferentes faixas etárias”, destacou a administradora na sua intervenção. Alguns exemplos desta atuação da instituição são o prédio existente na Rua Jau (obra concluída), o projeto de edifícios para arrendamento na Av. das Forças Armadas e o espaço na Rua Sousa Martins (ainda em fase de obra).

No final da manhã desta quarta-feira, 13 de maio, houve ainda lugar a uma Mesa Redonda, moderada por Sofia Alçada, diretora do Impulso Positivo, onde participaram Helena Lucas, diretora do Departamento de Gestão Imobiliária e Património da Misericórdia de Lisboa; Ricardo Sousa, da Century 21; Aline Guerreiro, CEO do Portal Construção Sustentável; Ana Sepúlveda, CEO da 40+Lab; Sandra Marques Pereira, socióloga, e Rui Alves e Teresa Rodeia, da RA+TR Arquitetos.

Na sua intervenção, Helena Lucas sublinhou que a Santa Casa “desenvolve uma ampla e diversificada intervenção na reabilitação do seu património”, salientando que “é necessário que todo o nosso edificado esteja preparado, tanto para ser utilizado por mais novos, como por mais velhos”. “Todos os projetos que temos em curso promovem a intergeracionalidade. Acreditamos que esta componente é fundamental para uma habitação inclusiva e acessível”, concluiu a responsável.

A Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa é uma iniciativa da revista Vida Imobiliária e conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, das Ordens Profissionais e principais associações do setor.

Simultaneamente aos debates principais que decorreram, ao longo dos três dias desta iniciativa, tiveram também lugar um conjunto de sessões paralelas, organizadas por várias entidades e empresas como o LNEC, a Confidencial Imobiliário, o LiderA, o Revigrés e o Portal da Construção Sustentável.

Obras de ampliação e remodelação da Residência Faria Mantero estão concluídas

Durante seis meses, o equipamento residencial da Misericórdia de Lisboa, destinado a acolher “pessoas idosas, cultas, de mérito e necessitadas”, foi alvo de obras. A intervenção resultou em três apartamentos independentes de tipologia T0 + 1, dotados com zona de estar/dormir, kitchenette (equipada com eletrodomésticos), roupeiros, casa de banho, televisão, telefone, internet e ar-condicionado.

O projeto oferece também uma sala polivalente, numa estrutura autónoma, para atividades lúdicas/aprendizagem, e ainda uma lavandaria equipada com duas máquinas industriais, uma de lavagem e outra de secagem, uma calandra e um ferro de engomar com caldeira.

Residência Mantero Faria após obras

Mais conforto, autonomia e qualidade de vida para os utentes

Esta intervenção abre novas opções de residência àqueles que ainda dispõem de alguma autonomia na realização das tarefas diárias, dentro da sua habitação, apesar da sua mobilidade reduzida, e espelha a constante evolução das respostas sociais da Santa Casa, através dos espaços adequados e preparados em termos de conforto e ergonomia para cada situação.

Um exemplo na arquitetura e na vontade de ‘fazer o bem’

O equipamento residencial foi legado, em 1974, por um dos maiores beneméritos da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa no século XX, Enrique Mantero Belard, com o encargo de aí instalar uma residência destinada a acolher “pessoas idosas, cultas, de mérito e necessitadas”, a qual deveria denominar-se de “Residência Faria Mantero”.

Mas esta “casa” não é apenas um exemplo de generosidade. Projetada pelo arquiteto Vasco Regaleira no final da década de 30 do século passado, é um exemplar do revivalismo que caracterizou a arquitetura portuguesa dos anos 40.

É também na Residência Faria Mantero, no coração do Restelo, que habitualmente decorre a entrega anual dos Prémios Nunes Correa Verdades de Faria. Criados em 1987, estes galardões cumprem a vontade expressa em testamento por Enrique Mantero Belard, reconhecido como um dos últimos grandes beneméritos portugueses.

Outro dos deveres para a Santa Casa, decorrentes da aceitação deste legado, foi aumentar, logo que possível, a capacidade de residentes deste equipamento.

A instituição assumiu os inovadores encargos impostos, dando corpo a uma resposta pioneira não só no universo da Santa Casa, como também à escala nacional. Partilhando e participando da ousadia do benemérito, a Misericórdia de Lisboa inaugurou uma nova modalidade de assistência no país, que ainda hoje gere e procura melhorar em prol dos utentes ali residentes.

A alegria de partilhar uma clínica em vida

A alegria de partilhar uma clínica em vida

 

José Augusto Matos e Silva quis assegurar o futuro da Clínica Oriental de Chelas. Deixa-a para a Santa Casa, que em contrapartida se compromete a criar uma unidade de cuidados paliativos e um centro de referência de senologia.

Mausoléu dos Benfeitores da Misericórdia de Lisboa foi restaurado

A obra de restauro representa a importância da preservação do património da instituição, na sua maioria proveniente da confiança dos seus benfeitores.

O Mausoléu de Benfeitores da Misericórdia de Lisboa viu a sua grandiosidade ser recuperada, após uma obra que implicou ações de limpeza, restauro e proteção do património. O monumento apresentava alguns danos causados pela ação dos agentes climáticos e pela corrosão química provocada pelos dejetos dos pombos.

Foram retificados os sistemas de recolha e drenagem de águas pluviais e levada a efeito a erradicação das aves. Simultaneamente, foram corrigidos diversos danos, tais como eflorescências e cripto eflorescências, pintura e paredes que se apresentavam em más condições, fungos, líquenes e algas, em particular, nas fachadas tardoz e lateral direita. A ação das aves foi corrigida nos terraços, designadamente pelos detritos acumulados nas caleiras, nas crostas negras e fissuras.

Mausoléu dos Benfeitores (ANTES)Antes Mausoléu restauradoDepois

 

O Mausoléu

Em 1903, a administração da Misericórdia de Lisboa decidiu mandar construir um Mausoléu com o propósito de homenagear a memória dos seus benfeitores. O arquiteto Adães Bermudes foi encarregue de traçar o projeto. Os trabalhos de construção terminaram em 1909.

O monumento fica situado na zona de entrada do cemitério do Alto de São João, do lado esquerdo. Impressiona qualquer um pela elegância das suas formas e pela qualidade do trabalho da pedra. Adães Bermudes planeou um mausoléu amplo, com planta cruciforme em cruz grega.

A concretização esteve a cargo dos canteiros da Oficina de João Machado, dos melhores canteiros de Coimbra que utilizaram materiais pétreos, oriundos de várias pedreiras, incluindo a chamada “pedra de Ançã”, da região de Coimbra e de conhecida fragilidade mineralógico-estrutural.

Os trabalhos de alvenaria foram entregues ao mestre João da Cruz, de Lisboa, os vitrais à Oficina de Cláudio Martins, pintor e mestre vitralista, e a porta em ferro ao serralheiro António Santos. Composto por capela e cripta no piso abaixo do solo, tem capacidade para até 40 túmulos. Tanto o interior como o exterior revelam elaborado trabalho em pedra, metal e vitrais.

Os beneméritos

Compreender os beneméritos no seio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa exige percorrer a história da instituição, desde a sua fundação, até aos dias de hoje. Debaixo do manto da generosidade e altruísmo dos benfeitores da Santa Casa, há a certeza no escrupuloso cumprimento da sua vontade, contribuindo em grande medida para a prossecução da missão de boas causas da instituição.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas