O trabalho de investigação apresentado no dia 1 de outubro, a propósito do Dia Internacional do Idoso, na Sala de Extrações da Santa Casa, pretende ser um guia para todos os profissionais que lidam diariamente com idosos (como médicos, enfermeiros, terapeutas, nutricionistas entre outras classes profissionais) e, simultaneamente, funcionar como um plano de alerta para a importância de adaptar os hospitais adequadamente a esta população, tendo em conta o aumento da esperança média de vida.
Reforçando a importância da formação em geriatria, esta obra reúne ferramentas para a abordagem do cuidado às pessoas mais velhas, quer internado, quer residente noutras instituições, como na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e nas Estruturas Residenciais para Idosos.
No livro é também identificado o papel dos vários profissionais de saúde no trabalho em equipa multidisciplinar, que inclui também a família, os cuidadores informais e os voluntários, na abordagem dos múltiplos fatores de risco.
São, ainda, apresentados vários protocolos práticos de atuação, destacando a articulação com os cuidados de saúde primários e sugerindo medidas de organização do meio e da arquitetura hospitalar, com vista à prestação de cuidados otimizados e com qualidade.
De 14 de outubro a 11 de novembro, a 34ª Temporada Música em São Roque (TMSR) traz algumas das melhores orquestras e coros do panorama nacional a Lisboa. Os concertos desta temporada terão lugar na Igreja de São Roque e na capela do Convento de São Pedro de Alcântara, dois espaços que fazem parte do património gerido pela Misericórdia de Lisboa. À semelhança de anos anteriores, todos os espetáculos serão transmitidos através do site da TMSR e da RTP Palco. O mesmo sucede com as sessões de “Ouvidos para a Música”, um ciclo da autoria do maestro Martim Sousa Tavares, que decorre entre os dias 18 de outubro e 10 de novembro.
Considerada uma das melhores e mais antigas temporadas de música de Lisboa, a TMSR surgiu em 1988, com o objetivo de reforçar a política da Santa Casa de apoiar a cultura musical de matriz portuguesa, divulgando, em simultâneo, o seu património histórico e artístico.
Para Filipe Carvalheiro, diretor artístico da 34ª Temporada Música em São Roque, a programação do evento “continua a orientar-se pelos seus valores essenciais”, mantendo o objetivo de “valorizar o património musical português e o património arquitetónico a cargo da Misericórdia de Lisboa”.
“Os concertos são desenhados como oportunidades únicas para experienciar a música no ambiente especial que a envolve, sejam o esplendor barroco da Igreja de S. Roque ou a sobriedade da Igreja do Convento de S. Pedro de Alcântara”, explica Filipe Carvalheiro.
As palavras do diretor artístico em tudo comungam com as declarações da diretora da Cultura da Misericórdia de Lisboa. Para Margarida Montenegro, “a Santa Casa tem-se empenhado, ao longo dos anos, no desenvolvimento de uma política de salvaguarda e valorização do património cultural e artístico à sua guarda”.
Já sobre a nova edição da TMSR, a responsável considera que “sempre promoveu a apresentação de músicos portugueses ou estabelecidos em Portugal, designadamente apoiando jovens em início de carreira. A colaboração com as escolas de música da comunidade tem sido fortemente motivadora e este ano não será exceção”, frisa Margarida Montenegro.
Saiba tudo sobre a 34ª Temporada Música em São Roque, aqui.
Tem uma solução inovadora de impacto social ou ambiental que se encontre em fase inicial de implementação ou já implementada? Então esta é a altura certa para dar um impulso ao seu projeto. Está a decorrer, até ao dia 30 de novembro de 2022, o período de candidaturas ao Fundo +PLUS, promovido pela Casa do Impacto.
O Fundo + PLUS é um instrumento de apoio financeiro, dotado de 500 mil euros anuais, que apoia a implementação ou expansão de soluções inovadoras com impacto social ou ambiental. Alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, o Fundo +PLUS permite aos empreendedores, startups e organizações sociais testar ou aumentar o impacto das suas soluções inovadoras.
Tal como descrito no regulamento da iniciativa, as soluções devem enquadrar-se num dos dois eixos de atuação do +PLUS, de acordo com o seu grau de maturidade: Testing, para soluções em fase inicial de implementação e com elevado potencial de impacto; Scaling, para soluções já implementadas e com resultados de impacto comprovados.
Perguntas e respostas sobre o Fundo +PLUS
Tenho uma ideia que ainda não foi testada, posso candidatar-me?
Não. A ideia já deve ter sido testada e validada através de um protótipo, prova de conceito ou projeto-piloto que demonstre que é exequível e viável enquanto produto, serviço ou processo. É necessário ter resultados e evidências da validação da ideia.
Não tenho uma organização ou uma empresa constituída, posso candidatar-me?
Sim, mas apenas ao eixo +Testing, que permite a candidatura de pessoas singulares. No caso de se tratar de uma equipa é necessário identificar quem é a pessoa responsável pela candidatura, bem como as outras pessoas que constituem ou irão constituir a equipa.
Apesar de ter um projeto em funcionamento, ainda não desenvolvi uma metodologia de avaliação de impacto. Posso candidatar o projeto?
Sim. No caso da solução desenvolvida pelo projeto se enquadrar no eixo +Testing deverá demonstrar que esta é exequível e viável. Para o eixo +Scaling é necessário que a solução já tenha obtido resultados reveladores de impacto e demonstrar como foram obtidos esses resultados.
Como sei se o montante de apoio financeiro que vou solicitar é o mais indicado?
O montante do apoio financeiro solicitado por cada candidatura deve estar ajustado à natureza e reais necessidades da sua execução no que diz respeito às atividades planeadas e resultados esperados. Essa adequação é um dos critérios de seleção das candidaturas pelo júri final. De notar que o montante de apoio financeiro em cada eixo tem um valor máximo que não pode ser ultrapassado.
A duração mínima do apoio financeiro é de um ano e a máxima de dois anos, para ambos os eixos.
Como funciona o processo de seleção?
O processo de seleção é constituído por três fases: pré-seleção, seleção inicial e seleção final. Apenas as candidaturas consideradas elegíveis nos termos do regulamento integram a fase de pré-seleção. Na fase de pré-seleção, são escolhidas as candidaturas que transitam para a fase de seleção inicial. Na fase de seleção inicial são selecionadas as candidaturas que melhor se adequam ao mecanismo de pagamento por resultados. Apenas estas candidaturas transitam para a fase de seleção final e são apresentadas ao júri, que seleciona as candidaturas que irão beneficiar do apoio financeiro do Fundo +PLUS.
Quais as principais datas que devo ter em atenção?
Período de candidaturas: 30 de setembro a 30 de novembro 2022
Informação sobre as candidaturas elegíveis: 09 de dezembro 2022
Pré-seleção: 12 dezembro 2022 a 18 de janeiro 2023
Informação sobre as candidaturas pré-selecionadas: 20 janeiro 2023
Seleção inicial Bootcamp, mentoria e pitch: 25 de janeiro a 17 de fevereiro 2023
Informação sobre as candidaturas selecionadas para a fase de seleção final: 21 de fevereiro 2023
Elaboração da proposta de concretização e medição dos resultados: 22 de fevereiro a 1 março 2023
Seleção final
Informação sobre as candidaturas selecionadas para apoio financeiro do Fundo +PLUS: 21 de março 2023
O provedor da Misericórdia de Lisboa defendeu a necessidade de apoiar os jovens a encontrarem respostas positivas para as questões que enfrentam. Durante a conferência “Em Nome do Futuro: Os Desafios da Juventude”, que decorreu esta quinta-feira, no Centro Cultural de Belém, Edmundo Martinho lembrou que os jovens portugueses veem-se obrigados a lidar com um conjunto de contrariedades, que têm de ser resolvidas.
“Gostávamos muito de ser contribuintes ativos no sentido de podermos apoiar, nos vários domínios, os jovens nas questões que enfrentam, ajudando-os a encontrar soluções, de modo a poderem ter percursos bem-sucedidos”, destaca o provedor da Misericórdia de Lisboa.
Durante a manhã desta quinta-feira realizaram-se debates sobre os desafios que a juventude enfrenta em áreas como economia e políticas públicas, de modo a perceber que medidas já foram aplicadas e que outras soluções podem ser encontradas para garantir um futuro mais promissor para os jovens. Santa Casa e Renascença comungam da ambição de que desta conferência pode resultar um conjunto de reflexões sobre os principais desafios da juventude, uma vez que promove o debate entre decisores políticos, universidades e empresas.
“É preciso encontrar condições para os jovens, condições mais justas, que lhes permitam encontrar no país motivos para ficar. É preciso ambição. Esta associação entre a Santa Casa e a Renascença é uma parceria criativa, que é potenciadora de mudança”, considera Luís Ramos Pinheiro, administrador do Grupo Renascença.
Esta ligação entre as duas instituições é mais do que uma parceria. É uma sintonia que permite olhar com clarividência para os problemas da juventude. Prova disso é também o Prémio de Jornalismo Jovem, que pretende destacar jornalistas até aos 35 anos que apresentem trabalhos relevantes sobre problemas, desafios e oportunidades das novas gerações.
“Em Nome do Futuro. Os Desafios da Juventude” foi também o ponto de partida para a Jornada Mundial da Juventude, que decorrerá em 2023, em Lisboa. O evento religioso, que tem no centro da sua preocupação o presente e o futuro dos jovens, decorre num ano particularmente especial para a Santa Casa. Em 2023, a Misericórdia de Lisboa celebra o seu 525º aniversário, uma existência marcada pela sua “capacidade de se reinventar e de se antecipar aos desafios”.
“São estes 525 anos que têm vindo a demonstrar que a Santa Casa, ao longo do tempo, tem tido capacidade para se adaptar, de estar próxima da sociedade portuguesa”, realça Edmundo Martinho.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, foi um dos convidados da conferência sobre envelhecimento com qualidade, que teve lugar esta quarta-feira, 28 de setembro, na sede da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), e que contou também com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, do presidente da UMP, Manuel de Lemos, e da presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, Carla Tavares. O debate foi moderado pelo vice-presidente da UMP, Manuel Caldas de Almeida.
Na abertura da sessão, ao dirigir algumas palavras de agradecimento a todos os convidados, Manuel Lemos fez questão de realçar ao ministro da Saúde que as misericórdias nacionais “estão disponíveis para cooperar com o setor da saúde, para que os portugueses tenham mais e melhores cuidados de saúde”, reforçando, ainda, que as misericórdias já são um dos principais pilares do Sistema Nacional de Saúde, através da Rede de Cuidados Continuados.
Já Edmundo Martinho salientou que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem um “peso acrescido”, quando comparado com as outras misericórdias nacionais, no sentido em que “em Lisboa, cabe à Santa Casa, salvo algumas exceções, o apoio à população mais desfavorecida”.
“O facto de termos muitas pessoas na cidade de Lisboa com mais de 65 anos que estão num patamar de rendimento fora daquilo que é o apoio tradicional de uma instituição como a Santa Casa, mas que estão abaixo do patamar de rendimento que lhes permitiria, por exemplo, aceder por si a cuidados. E isto é um problema novo”, realça o provedor.
A atualidade “reserva novos desafios e mais exigentes ao setor social” e as instituições devem ter a consciência de que “o perfil das pessoas que antigamente procuravam os nossos serviços alterou-se radicalmente, e a tendência será essa”, realçou ainda o provedor.
Já no final da sua intervenção, defendeu que é necessário “dar uma volta completa ao apoio domiciliário”, e que a solução não passa por ter equipas rotativas na casa das pessoas.
No encerramento do evento, o ministro da Saúde frisou que nas questões do envelhecimento com qualidade é necessário que o “Governo e o setor social consiga trabalhar em conjunto”, e que “é necessário alterar processos e paradigmas, para que as pessoas vivam mais e melhor e poderem envelhecer com qualidade”.
O ciclo de conferências organizado pela União das Misericórdias de Portugal surge no âmbito da apresentação de seis novas publicações, nas áreas do envelhecimento, património, liderança feminina, confinamento, pandemia e obras de misericórdia.
Na próxima e última sessão, a 4 de outubro, será apresentado o livro “Memórias COVID-19”, num debate que contará com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da UMP, Manuel de Lemos, do presidente da Mesa da Assembleia-Geral da UMP, José da Silva Peneda, da ex-ministra da Saúde, Maria de Belém Roseira e do ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
Inaugurada esta terça-feira, 27 de setembro, na Galeria de Exposições Temporárias do museu, a exposição “Relíquias? O Projeto Reliquarium” resulta de um projeto de investigação sobre as relíquias do Museu de São Roque.
A mostra que pretende suscitar no visitante um conjunto de questões, como: O que são relíquias? Porquê relíquias? Que relíquias há? Que relação têm as relíquias com os relicários? E como se relacionam com as muitas vidas e virtudes dos santos? é o resultado de o projeto Reliquarium, coordenado pelo historiador e professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas -NOVA, António Camões Gouveia, em que se tenta enquadrar e perceber as relíquias como objeto e imagem e a sua relação com o divino.
A mostra está patente em vários núcleos expositivos onde, em cada um deles, existe uma subestrutura de títulos, e em cada subtítulo apresentam-se pequenas frases indicativas, de conjuntos explicativos, que provocam questões e que informam.
Com entrada livre, a exposição “Relíquias? O Projeto Reliquarium” pode ser visitada até ao dia 29 de janeiro, de terça-feira a domingo, das 10h às 12h e das 13h30 às 18h (última entrada às 17h30). O acesso está condicionado durante as celebrações na Igreja de São Roque.
A Misericórdia de Lisboa estabeleceu uma parceria com a fundação criada pelos irmãos espanhóis Paul e Marc Gasol, ex-jogadores da NBA e atletas olímpicos (Gasol Foundation) e com a seguradora BNP Paribas Cardif Iberia, para a implementação do projeto SAFALÍN (Saúde, Famílias, Infância) que pretende promover hábitos saudáveis junto de crianças entre os 6 e 12 anos de idade, bem como às suas famílias em situação de vulnerabilidade.
A Santa Casa assegurará o mapeamento das famílias que vão participar nas diferentes atividades, disponibilizando ainda os espaços para a realização das mesmas. Estima-se o envolvimento de um total de cerca de 45 famílias em situação de vulnerabilidade socioeconómica, na dinâmica do projeto SAFALÍN.
Já a seguradora BNP Paribas Cardif Iberia será responsável pelo financiamento do SAFALÍN em Portugal, no âmbito do projeto global de prevenção e redução da obesidade infantil, para além de contribuir com voluntários que participarão nas diferentes atividades.
Glória Ferreira, diretora de comunicação do BNP Paribas Cardif Iberia, afirma que “o lançamento deste projeto em colaboração com a Gasol Foundation e, agora, com a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, são passos seguros na construção de uma sociedade mais alerta e interessada na prevenção do excesso de peso e obesidade infantil”.
Opinião partilhada por Cristina Ribes, diretora executiva da Gasol Foundation Europe: “Poder colaborar com duas entidades como o BNP Paribas Cardif e a Santa Casa garante que o projeto SAFALÍN tenha uma boa base para o seu sucesso”.
Sobre o projeto SAFALÍN
O SAFALÍN é um programa que tem por objetivo promover hábitos saudáveis junto de crianças entre os 6 e 12 anos e suas famílias que vivem numa situação de vulnerabilidade e pretende capacitá-las com ferramentas saudáveis para que possam aplicar nas suas rotinas familiares.
Projeto piloto em Portugal, este programa já criou impacto na Catalunha através de workshops para mais de 50 famílias, sensibilizando-as para a importância dos “4 planetas da Galáxia Saudável”, os pilares necessários para promover estilos de vida saudáveis: aumento da atividade física diária, melhoria dos hábitos alimentares, cumprimento das recomendações de horário e qualidade de sono e promoção do bem-estar emocional.
A exposição é um projeto da autoria do SOS Racismo que retrata as vidas e histórias de mais de quatro mil protagonistas, mais ou menos desconhecidas, que estiveram na linha da frente de vários combates socais.
Constituída por 20 quadros, com ilustrações do artista André Carrilho, a exposição é o resultado de um dicionário elaborado por Ana Sofia Palma, José Falcão, Mamadou Ba e Txema Abaigar, da SOS Racismo, apresentado em junho do ano passado por ocasião da Festa da Diversidade.
De acordo com o prefácio, o Dicionário da Invisibilidade existe com o propósito primário de “abrir uma brecha para a discussão e alargamento de horizontes sobre a questão da invisibilidade“.
Intitulada com o mesmo nome, a exposição pretende, assim, alertar para a reflexão no combate contra as invisibilidades, para os critérios de seleção e os respetivos conceitos de visibilidade e representatividade social e política.
A mostra estará patente no espaço expositivo do corredor da Secretaria Geral da Misericórdia de Lisboa, no Largo Trindade Coelho, até 31 de outubro. A entrada é gratuita.
Já diz o famoso ditado: “o bom filho à casa torna” e, neste caso, nunca fez tanto sentido este dizer. Pelo décimo ano consecutivo, o fado está de volta às ruas e vielas de um dos mais famosos e históricos bairros de Lisboa, Alfama.
É neste sítio, com o Tejo sempre à vista, que o fado nasceu e é aqui que este género musical é celebrado anualmente, com um festival inteiramente a si dedicado e que, desde o seu início, conta com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
E muito mudou, desde a primeira edição. Cresceu em palcos, mas também em qualidade. Junto ao rio “nasceu” um novo terminal de cruzeiros, que é desde 2018, um dos palcos mais acarinhados pelos festivaleiros. Ensinou aos turistas o significado da palavra “saudade” e assistiu, acima de tudo, ao reencontro das pessoas à história do bairro, que fazem de Alfama o sítio mais “alfacinha” da cidade.
Por lá passaram desconhecidos que hoje são nomes maiores do fado, como Ricardo Ribeiro e Gisela João, e alguns que já consolidaram um legado na música portuguesa, como é exemplo António Zambujo, Alexandra ou ainda Ana Moura.
Homenageou o fado, mas também as pessoas que fizeram “desta estranha forma de vida” o seu destino, como a deusa do fado Amália Rodrigues, passando por Carlos do Carmo, culminado, nesta edição, com uma homenagem a um dos “grandes” deste género musical, Max.
Um aspeto que se fortaleceu em todas as edições, foi o apoio da Santa Casa no acesso à cultura para todos. Desde a primeira edição, que a instituição teve a preocupação de tornar acessível o festival a todos os que quisessem usufruir dele, fosse com o apoio nas plataformas para as pessoas com mobilidade reduzida, ou até como um dos maiores impulsionadores da cultura nacional.
Este ano não é exceção, mas também com algumas novidades. Pela primeira vez, o Santa Casa Alfama disponibilizará uma zona na plateia do Palco Santa Casa reservada para pessoas surdas, onde irá ter intérpretes de Língua Gestual. Esta inovação resulta de uma parceria que a instituição fez com a Access Lab, uma startup de impacto social que trabalha o acesso de pessoas com deficiência e surdas à cultura e ao entretenimento, enquanto direito humano fundamental.
Nesta edição, os palcos acessíveis são o Palco Santa Casa, no Terminal de Cruzeiros de Lisboa, o Palco Ermelinda Freitas, no rooftop do Terminal de Cruzeiros, o Palco Amália, no auditório Abreu Advogados, o Palco Santa Maria Maior, no Largo do Chafariz de Dentro e o Palco do Público, no Museu do Fado. Já a interpretação em língua gestual portuguesa está, por enquanto, limitada ao Palco Santa Casa, por onde passarão seis espetáculos do festival.
Também como novidade nesta edição, o Santa Casa Alfama disponibilizará um bilhete gratuito para acompanhantes de pessoas com deficiência com grau de incapacidade igual ou superior a 60%, mediante a compra do bilhete pelas pessoas com deficiência e apresentação de Atestado Multiusos.
Organizado pela EGEAC, pelo Museu do Fado e pela Junta de Freguesa de Santa Maria Maior e com patrocínio da Santa Casa, o festival deste ano será concentrado em dois dias, como tem sido hábito, e começa já esta sexta-feira, 23 de setembro, às 18h no Palco Ermelinda Freitas, com a “Tasca do Chico”, por onde passarão as vozes de Adriano Pina, Cassandra, Filipa Biscaia, Filipa Maltieiro, Joana Carvalhas, João Carlos, Marta Alves, Valéria e Vera Varatojo.
Percorra a galeria para ver alguns momentos do Santa Casa Alfama 2022
O diretor do programa de formação HighScope dos Estados Unidos da América realizou esta quarta-feira, 21 de setembro, uma visita ao Centro de Acolhimento Infantil Bairro da Cruz Vermelha, da Santa Casa, para observar “em primeira mão” a implementação e a eficácia deste modelo de ensino nesta creche, nomeadamente nas metodologias de trabalho da equipa educacional.
Este Centro, que tem ao seu cuidado 86 crianças de diferentes contextos socioeconómicos, implementou este modelo de ensino no ano letivo de 2013/2014, com o objetivo de “reorganizar o trabalho desenvolvido, aproximando-o do maior interesse da criança”, explica Adelaide Matias, diretora do equipamento.
“Este modelo dá uma autonomia à criança, que lhe possibilita ter a oportunidade de escolher o que fazer, permitindo que as nossas crianças criem uma estrutura organizacional que irá ser uma mais-valia no futuro”, comenta a diretora.
Para Margarida Rodrigues, da HighScope Portugal, este é um modelo de ensino que “proporciona às crianças explorações enriquecedoras, dotando-as de noções de tamanho, de encaixe, de filas e de cores, utilizando vários materiais reutilizáveis e que existem no seu quotidiano”.
“Para nós é um orgulho uma instituição como a Santa Casa acreditar no nosso modelo e ver a importância do mesmo, na prática educacional”, frisa, relembrando ainda que, “com a rotina diária proposta por este modelo, espera desenvolver-se, nas crianças, competências de planeamento das suas atividades e reflexão final sobre o seu desenvolvimento. O controlo é partilhado entre a criança e o adulto, apesar de este ter um papel fundamental no apoio à aprendizagem da escolha e da resolução de problemas”.
O curriculum HighScope baseia-se na teoria do desenvolvimento da criança de Jean Piaget e Dewey, e abrange crianças desde a Creche, Jardim de Infância (pré-escolar), ensino básico e secundário. O enfase é colocado na aprendizagem ativa, onde a criança aprende pela ação intencional que realiza sobre os materiais, o ambiente e os outros.