“Precisamos de entender de que forma é que a longevidade impacta as nossas vidas e perceber o que exige no que diz respeito às respostas públicas e responsabilidade do Estado”. Foi desta forma que o provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, identificou o propósito do “Workshop de Políticas Públicas na Longevidade”, naquele que foi o primeiro dia do evento que decorre até 15 de julho, na Sala de Extrações da Santa Casa.
Devido à experiência dos mais de 20 profissionais envolvidos, o workshop representa um momento privilegiado para reunir informações que possam ser uma mais-valia para uma estratégia nacional de longevidade. Para Edmundo Martinho, o desafio de desenhar alguns apoios para esta estratégia fica mais fácil com o contributo de “painéis de riquíssimos” que, presencialmente ou por videoconferência, vão participar nesta “maratona de três dias”.
“Desafiámos um conjunto de personalidades e instituições que acederam de forma excecional a este pedido e que, ao longo destes dias, vão ajudar-nos a olhar para esta questão da longevidade, de vários pontos de vista”, considera o provedor, realçando que há, “obviamente, muito a fazer” no domínio desta matéria.
Olhar para o futuro da longevidade e reunir esforços para dar respostas às necessidades, fica mais fácil. “Não me recordo de termos reunido, nos últimos anos, um painel tão rico. Assim podemos ativar um contributo para que Portugal possa dispor de uma estratégia para a longevidade, que se aplique a todos os domínios da governação e das políticas públicas. É uma coisa que precisamos muito. Estamos perante um projeto fortemente inovador e que pode ser transformador”, considera Edmundo Martinho.
Um bom exemplo chamado Radar
Para Ana Mendes Godinho, Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, não é preciso realçar quão atual é o tema da longevidade. Basta pensar na profunda transformação social que temos tido nas últimas décadas e no impacto da Covid-19 na população mais idosa.
Foi através de videoconferência que Ana Mendes Godinho agradeceu o facto de a Santa Casa responder a este desafio. A representante do Governo começou por dar conta da felicidade que sente por ver uma equipa a trabalhar em prol da longevidade: “Temos aqui uma boa equipa com contributos e histórias diferentes que nos podem ajudar a trabalhar estas dimensões, para que possamos ver a longevidade de outro ponto de vista. Desejo bom trabalho e boas conclusões”, destaca.
“Temos de ter em conta a transversalidade da longevidade nas várias dimensões da vida pública. Temos olhado para a longevidade do ponto de vista da saúde, do ponto de vista de proteção, e menos vocacionado para esta lógica da autonomia e da necessidade das pessoas se sentirem ativas”, considera.
É aqui que o Radar se torna referência. Ana Mendes Godinho pretende estender o projeto lançado, em fevereiro de 2019, pela Santa Casa a todo o país, graças aos bons resultados obtidos na cidade de Lisboa. Para isso está a ser pensada a “contratação de três mil técnicos para o arranque do programa a nível nacional”, avançou a ministra. “Era importante que esse arranque fosse feito com um conjunto de necessidades para que sejam implementadas no terreno. É necessário sinalizar as pessoas idosas, mas perceber que instrumentos de suporte podem ser garantidos”, reforçou.
Até dia 15 de julho, os profissionais da área vão continuar a debater a longevidade e respetivos desafios, em diferentes sessões que podem ser acompanhadas via streaming, no canal de Youtube da Misericórdia de Lisboa. Os resultados do “Workshop Políticas Públicas na Longevidade” devem ser conhecidos em outubro, seguindo-se uma reunião com a ministra do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social para discutir as conclusões do grupo de trabalho.
O “Workshop Políticas Públicas na Longevidade” foi destaque no Correio da Manhã desta quinta-feira, 17 de julho.