logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

“Por uma sociedade do Impacto” é o lema do novo posicionamento da Casa do Impacto

O evento que assinalou o quarto ano de trabalho da Casa do Impacto aconteceu esta terça-feira, 11 de outubro, no Convento de São Pedro de Alcântara, espaço que acolhe esta “casa” aberta à comunidade de impacto, desde o início.

Apresentando um novo posicionamento e uma nova identidade visual, a Casa do Impacto espera criar mais oportunidades de investimento e novas redes de suporte para os projetos sociais e ambientais, envolvendo e incentivando para o ecossistema de impacto, todo o tipo de organizações da sociedade civil, do sector público e cidadãos.

Depois de quatro anos a disseminar e a promover inovação social e ambiental através de iniciativas como o RISE for Impact, o Triggers, o Santa Casa Challenge e o Fundo +PLUS, apoiando uma comunidade de residentes e empreendedores, a Casa do Impacto pretende cimentar a sua posição enquanto plataforma agregadora de referência internacional, através da criação de novas oportunidades de negócio, com impacto na sociedade.

Na abertura do evento comemorativo, Sérgio Cintra, administrador executivo do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da instituição, fez um balanço dos últimos quatro anos, destacando a “resiliência” de toda a comunidade da Casa do Impacto, principalmente durante os anos de pandemia. “Tivemos, em março de 2020, um problema que veio alterar todo o processo que tínhamos idealizado para este projeto, no entanto, conseguimos dar a volta e continuámos a dar resposta e a encontrar soluções inovadoras para áreas que anteriormente não tinham respostas”, frisou.

Já Inês Sequeira, diretora do hub de inovação e empreendedorismo social , destacou o trabalho desenvolvido por toda a equipa, frisando que a Casa do Impacto só tem sucesso se “toda a comunidade, desde parceiros a empreendedores acreditar que é possível viver num mundo melhor”.

“A Casa do Impacto está de parabéns por ajudar a colocar Portugal na vanguarda destes temas, fruto do crescimento e do trabalho desenvolvido juntamente com parceiros e outros agentes do ecossistema. Temos vindo a trazer para o core das empresas nacionais e internacionais, e fundos de investimento normas que já são as exigências da Comissão Europeia no que diz respeito à incorporação de iniciativas de inovação social e ambiental.”, sublinhou.

Ainda no âmbito do evento de celebração do 4º aniversário, tiveram lugar dois painéis de discussão. O primeiro contou com a participação de Roberto Antunes, diretor-executivo do NEST – Centro de Inovação do Turismo, Katrien Buys, diretora de estratégia, inovação e sustentabilidade do Grupo Ageas Portugal, e de Manuel Nery Nina, cofundador da GoParity, e foi moderado por Assunção Loureiro, diretora da #SeaTheFuture. Neste fórum discutiu-se sobre como as empresas devem ter em conta os ESG’s, acrónimo em inglês para as questões Ambientais, Sociais e de Governança, na sua atuação diária.

Já no segundo painel, moderado por Inês Sequeira, marcaram presença Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho, Joana Balsemão, vereadora da Câmara Municipal de Cascais, Bruno Adrego Maia, vogal do conselho diretivo do Instituto dos Registos e do Notariado, e Hugo Menino de Aguiar, fundador do Speak. Aqui debateu-se a importância da inovação social como motor de mudança na administração pública.

Igualmente presente no evento esteve Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que sublinhou que a missão da Casa do Impacto “é a de contagiar todo o ecossistema social”, defendendo que “a economia social representa o espírito de uma nova forma de organização, para se alcançar um desenvolvimento baseado nos valores do humanismo, da justiça e da igualdade para se conseguir atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.

No encerramento, Edmundo Martinho, provedor da Misericórdia de Lisboa, destacou a importância da Casa do Impacto no apoio a novos projetos de cariz social, manifestando o desejo de que esta continue a ser “cada vez mais um apoio e um suporte a todas as iniciativas empreendedoras, principalmente aquelas que estão viradas para produzir impacto significativo na vida das pessoas”.

Fundo +PLUS está de volta para apoiar soluções inovadoras de impacto social ou ambiental

Tem uma solução inovadora de impacto social ou ambiental que se encontre em fase inicial de implementação ou já implementada? Então esta é a altura certa para dar um impulso ao seu projeto. Está a decorrer, até ao dia 30 de novembro de 2022, o período de candidaturas ao Fundo +PLUS, promovido pela Casa do Impacto.

O Fundo + PLUS é um instrumento de apoio financeiro, dotado de 500 mil euros anuais, que apoia a implementação ou expansão de soluções inovadoras com impacto social ou ambiental. Alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, o Fundo +PLUS permite aos empreendedores, startups e organizações sociais testar ou aumentar o impacto das suas soluções inovadoras.

Tal como descrito no regulamento da iniciativa, as soluções devem enquadrar-se num dos dois eixos de atuação do +PLUS, de acordo com o seu grau de maturidade: Testing, para soluções em fase inicial de implementação e com elevado potencial de impacto; Scaling, para soluções já implementadas e com resultados de impacto comprovados.

 

Perguntas e respostas sobre o Fundo +PLUS

Tenho uma ideia que ainda não foi testada, posso candidatar-me?

Não. A ideia já deve ter sido testada e validada através de um protótipo, prova de conceito ou projeto-piloto que demonstre que é exequível e viável enquanto produto, serviço ou processo. É necessário ter resultados e evidências da validação da ideia.

Não tenho uma organização ou uma empresa constituída, posso candidatar-me? 

Sim, mas apenas ao eixo +Testing, que permite a candidatura de pessoas singulares.  No caso de se tratar de uma equipa é necessário identificar quem é a pessoa responsável pela candidatura, bem como as outras pessoas que constituem ou irão constituir a equipa.

Apesar de ter um projeto em funcionamento, ainda não desenvolvi uma metodologia de avaliação de impacto. Posso candidatar o projeto?

Sim. No caso da solução desenvolvida pelo projeto se enquadrar no eixo +Testing deverá demonstrar que esta é exequível e viável. Para o eixo +Scaling é necessário que a solução já tenha obtido resultados reveladores de impacto e demonstrar como foram obtidos esses resultados.

Como sei se o montante de apoio financeiro que vou solicitar é o mais indicado?

O montante do apoio financeiro solicitado por cada candidatura deve estar ajustado à natureza e reais necessidades da sua execução no que diz respeito às atividades planeadas e resultados esperados. Essa adequação é um dos critérios de seleção das candidaturas pelo júri final. De notar que o montante de apoio financeiro em cada eixo tem um valor máximo que não pode ser ultrapassado.

A duração mínima do apoio financeiro é de um ano e a máxima de dois anos, para ambos os eixos.

Como funciona o processo de seleção?

O processo de seleção é constituído por três fases: pré-seleção, seleção inicial e seleção final. Apenas as candidaturas consideradas elegíveis nos termos do regulamento integram a fase de pré-seleção. Na fase de pré-seleção, são escolhidas as candidaturas que transitam para a fase de seleção inicial. Na fase de seleção inicial são selecionadas as candidaturas que melhor se adequam ao mecanismo de pagamento por resultados. Apenas estas candidaturas transitam para a fase de seleção final e são apresentadas ao júri, que seleciona as candidaturas que irão beneficiar do apoio financeiro do Fundo +PLUS.

Quais as principais datas que devo ter em atenção?

  • Período de candidaturas: 30 de setembro a 30 de novembro 2022

Informação sobre as candidaturas elegíveis: 09 de dezembro 2022

  • Pré-seleção: 12 dezembro 2022 a 18 de janeiro 2023

Informação sobre as candidaturas pré-selecionadas:  20 janeiro 2023

  • Seleção inicial
    Bootcamp, mentoria e pitch:  25 de janeiro a 17 de fevereiro 2023

Informação sobre as candidaturas selecionadas para a fase de seleção final: 21 de fevereiro 2023

Elaboração da proposta de concretização e medição dos resultados: 22 de fevereiro a 1 março 2023

  • Seleção final

Informação sobre as candidaturas selecionadas para apoio financeiro do Fundo +PLUS: 21 de março 2023

Inovação Social: projetos que ajudam a comunidade

As portas da Casa do Impacto, o espaço dedicado ao empreendedorismo e inovação social da Santa Casa, no Convento de São Pedro de Alcântara, abriram-se para o evento da Portugal Inovação Social. O encontro reuniu autarcas/representantes de 18 municípios, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional e a Estrutura de Missão Portugal Inovação Social (EMPIS) na Área Metropolitana de Lisboa.

O momento constituiu uma oportunidade para conhecer projetos de inovação social e, ao mesmo tempo, de inspiração para o futuro, com a apresentação de novas soluções para velhos problemas.

Na sua intervenção, Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa, agradeceu a escolha da Casa do Impacto para a realização deste encontro e defendeu a ideia que “temos que ser capazes” de fazer uma combinação virtuosa entre a inovação nas soluções apresentadas e, simultaneamente, de criar impacto na vida das pessoas. “Creio que este encontro, além de ser muito inspirador, representa o compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na promoção da inovação social, no apoio aos empreendedores, a estes projetos e a outros que surjam”.

Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, considerou que “a área da inovação social é cada vez mais importante quando falamos dos objetivos de desenvolvimento sustentáveis.” A ministra salientou que “esta sessão é também um prestar de contas, porque quando nós usamos verbas públicas para apoiar projetos, temos a obrigação de prestar contas. Mas hoje é um momento para nos inspirarmos pelos exemplos que vamos ouvir, pelo trabalho desenvolvido e por darem respostas diferentes a velhos problemas”.

Por outro lado, Filipe Almeida, presidente da Portugal Inovação Social, começou por enaltecer a relação entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa/Casa do Impacto com a Portugal Inovação Social, lembrando a parceria existente desde o nascimento da Casa do Impacto. Dirigindo-se à planteia, Filipe Almeida frisou que este é um momento para “espreitar um pouco da inovação social que se está a experimentar na Área Metropolitana de Lisboa. Vamos ter a oportunidade de conhecer dez projetos, muito diferentes, pela voz dos próprios empreendedores, destinados a vários públicos”. Antes de terminar, o responsável da Portugal Inovação Social elogiou os empreendedores, a quem chamou de “feiticeiros do bem”, pelo trabalho desenvolvido na “construção peça a peça de um país melhor e com uma visão de futuro.”

Participaram, ainda, Teresa Almeida, presidente Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Vera Egreja Barracho, representante Regional da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social, e Isabel Ferreira, secretária de Estado do Desenvolvimento Regional.

Os projetos apresentados

O desfile de inovações sociais contou com Artallis, SPOT Games, Home360, WeGuide, Surf para a Empregabilidade, Bytes4Future, Café Joyeux, 55+, Rés-do-Chão e SPEAK.

De salientar os projetos apoiados e incubados na Casa do Impacto: o SPEAK, a SPOT Games e o 55+.

Portugal Inovação Social 2022

Portugal Inovação Social

A Portugal Inovação Social é uma iniciativa pública que visa promover a inovação social e dinamizar o mercado de investimento social em Portugal. Mobiliza cerca de 150 milhões de euros do Fundo Social Europeu, no âmbito do Acordo de Parceria Portugal 2020. Canaliza esta verba para o mercado através de quatro instrumentos de financiamento destinados a financiar projetos que proponham abordagens alternativas e inovadoras para responder a problemas sociais.

 

La Virgule aproveita o lixo dos oceanos para fabricar mochilas. Isso valeu-lhe o primeiro lugar no Triggers

Produzir, em Portugal, mochilas ecológicas com materiais em fim de vida. Esta é a proposta da La Virgule, o projeto que foi o grande vencedor da primeira edição do Triggers. A startup recebe 15 mil euros e um ano de incubação na Casa do Impacto. O programa de aceleração da Casa do Impacto, que estimula a geração de novas ideias e a sua transformação em soluções sustentáveis, teve esta quinta-feira, dia 14 de julho, o seu evento final, onde deu a conhecer os três projetos finalistas.

O segundo lugar foi entregue à Animob, uma solução para a área agroalimentar e florestal, que oferece um serviço de partilha de terras e gado, através da formação de “pastores-modernos” especializados que se encarregam da mobilidade animal. A startup recebe 10 mil euros e um ano de incubação na Casa do Impacto. Já Material Species, um projeto que propõe transformar resíduos de demolição e construção em materiais de revestimento de qualidade, únicos e personalizados, arrecadou o terceiro lugar, e terá direito a receber 5 mil euros e um ano de incubação na Casa do Impacto.

“Esta primeira edição correu de uma forma fantástica, ainda por cima porque tínhamos desafios maiores, não só porque a questão ambiental é uma área que estamos a apostar em força, como também envolvemos parceiros externos e empresas que, além da Santa Casa, foram os grandes financiadores da iniciativa. Tanto o envolvimento dos empreendedores como dos parceiros, em termos de mentoria que foram dando aos empreendedores, fez com que eles crescessem de uma forma mais acelerada”, confessa Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto.

 

O mundo pelos olhos da La Virgule

Maxime Labat é um jovem francês a viver em Portugal. Foi no noroeste de França que começou a desenhar uma ideia capaz de responder a necessidades ambientais. O amor ao desporto e ao oceano começou com a prática de windsurf, desporto que já lhe valeu o troféu de vice-campeão mundial juvenil de Windsurf Bic 293. Foi neste desporto de total contacto com o oceano que encontrou o lado mais belo, mas também o mais assustador do mar. Não raras vezes, deparou-se com águas repletas de lixo. Um mar feito de plástico.

Foi depois de muito olhar para o lixo que abunda nos mares que várias questões surgiram: o que fazer com estes resíduos? Porque é que as nossas barracas usadas são queimadas? Porque um caiaque danificado é enterrado? Essas interrogações viriam a ser o primeiro passo para aquilo que, hoje, é a La Virgule, um projeto que acredita que é possível transformar resíduos em algo útil, ao recolher materiais e produtos técnicos em fim de vida para transformá-los em mochilas e bicicletários técnicos e reciclados.

A La Virgule faz-se de uma equipa de desportistas, aventureiros e amantes do ar livre. Aventura é a melhor palavra para definir a viagem que o projeto tem feito desde a sua criação em 2019. A epopeia começa com uma parceria com a Itiwit (Decathlon), que permitiu a primeira produção de sacos de O2, reaproveitados de caiaques insufláveis e tapetes de ioga. Três anos depois, a La Virgule vence a primeira edição do Triggers, que mais não é do que uma entre muitas conquistas que a La Virgule pretende alcançar. Na Casa do Impacto, Maxime encontrou um “projeto que quer mudar o mundo”, um hub repleto de pessoas e de ideias que querem fazer mais pelo planeta.

Através do Triggers, a Casa do Impacto (link para site CDI), da Misericórdia de Lisboa, apoia equipas que revelam motivação para e conhecimento sobre o empreendedorismo de impacto, focado na sustentabilidade ambiental do planeta. O objetivo passa por estimular projetos e startups com soluções inovadoras para a resolução de problemas e necessidades ambientais, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

Casa do Impacto acolhe conferência da Social Good Week

A conferência em Lisboa, promovida pela Casa do Impacto, sob a chancela da Social Good Week, no dia 30 de junho, debateu o tema: “Como apoiar o ecossistema de empreendedorismo nacional para o tornar a referência europeia de impacto?”, e contou com a presença de Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa, Jeanne Bretécher, presidente do Social Good Accelerator EU, Margarida Couto, presidente do GRACE – Empresas Responsáveis, Nuno Brito Jorge, CEO da GoParity e António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal.

O evento, que terá lugar em Bruxelas e que é promovido Social Good Accelerator, reúne mais de sessenta redes europeias, organizações sociais e pessoas comprometidas em capacitar empresas, startups e Organizações Não Governamentais, na área da tecnologia. Criado para dar palco à transição digital, social e solidária na europa, o Social Good Week junta a comunidade ativa e diversa, num dos países da União Europeia, para partilhar uma visão prospetiva e pró-ativa do futuro.

Queremos que Portugal esteja na vanguarda deste movimento, e na Casa do Impacto disponibilizamos aos vários atores do setor social digital o know-how para navegar o mundo digital, que possibilita e impulsiona a criação de centenas de iniciativas de impacto. As colaborações entre os inovadores e as organizações do terreno, a partilha de conhecimento e a nossa capacidade de promover este tipo de encontros demonstram isso mesmo”, salientou Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto, considerando que “esta é mais uma forma de apoiarmos a comunidade empreendedora, dentro e fora das portas da Casa do Impacto, para podermos vir a ser um exemplo para a comunidade empreendedora internacional”.

Através deste tipo de iniciativas a Casa do Impacto pretende liderar em conjunto com os seus parceiros um movimento para uma transição digital justa, inclusiva e sustentável para o bem comum, aumentando ao mesmo tempo as competências de todos, posicionando Portugal como um local de referência na Europa para o futuro do ecossistema de impacto.

Dispositivo portátil para rastreio de cancro da mama vence RISE for Impact

A grande vencedora da edição do RISE for Impact, a Casa do Impacto, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é a startup Glooma, responsável pelo desenvolvimento de um dispositivo portátil – SenseGlove – que consiste numa luva com sensores piezoelétricos que deteta anomalias na textura do tecido mamário, complementando a auto palpação mamária, e que tem como objetivo ajudar na deteção precoce do cancro da mama.

A Glooma arrecada, assim, um prémio de três mil euros e a incubação na Casa do Impacto, o que vai permitir à startup “explorar caminhos e definir pontos concretos para o futuro, como procurar investimento”, frisam os cofundadores Frederico Stock e Francisco Nogueira.

Em segundo lugar e vencedora de um prémio de dois mil euros, ficou a Actif, uma startup que visa melhorar a qualidade de vida da população mais idosa, promovendo um estilo de vida mais saudável e ativo durante o envelhecimento, através de um serviço de vídeos on demand com atividades físicas e cognitivas.

A completar o pódio ficou a Nevaro, que arrecadou um prémio de mil euros com a sua aplicação móvel HOLI, que permite a autogestão da saúde mental com base em estratégias gamificadas com origem na psicologia positiva.

Além do prémio monetário, todos os finalistas RISE for Impact ganham um ano de incubação na Casa do Impacto, o hub de empreendedorismo e inovação social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto, comentou que “a aposta e o compromisso das startups na criação de condições para uma melhoria significativa da saúde faz com que a área healthtech seja o vetor em mais rápido crescimento no setor da saúde. Isso acontece porque existem projetos com muita qualidade a trabalhar nesta área que prometem um futuro brilhante na inovação da tecnologia para a saúde”, concluindo que “os três finalistas são sem dúvida exemplos de soluções capazes e necessárias no mercado”.

De salientar que os três projetos vencedores estavam a participar no RISE for Impact desde setembro de 2021, tendo sido selecionados de um universo de 72 projetos candidatos. Foram selecionados ao longo de três fases (bootcamp, aceleração e incubação), que culminaram agora na sessão de pitch que decidiu o vencedor.

“Magos”. Aprender português a jogar

Ao entrar na Terra da Magia, cada aluno (perdão), cada mago é convidado a resolver desafios que encontra no seu Grande Livro da Magia, ganhando forças elementais, talismãs e criaturas fantásticas. Parece um qualquer jogo para crianças e jovens, mas é muito mais do que isso. É uma ferramenta de aprendizagem que combate o desinteresse dos alunos pelas aulas, ajudando crianças e professores.

“Virar a página” do ensino tradicional

O “Magos” utiliza a gamificação (ou ludificação) e a tecnologia para transformar a sala de aula num ambiente de aprendizagem mais autónomo, colaborativo e motivador, 100% imerso numa narrativa fantástica. Com a utilização deste jogo na sala de aula do 1.º ciclo, todos os alunos têm percursos de aprendizagem ajustados ao seu perfil e alinhados com o currículo de Língua Portuguesa. Além disso, os professores ficam mais livres para responder às necessidades dos diferentes alunos e apoiar o seu progresso.

O projeto foi lançado no ano letivo de 2020/21 com o propósito de desenvolver uma ferramenta digital inovadora para sala de aula. Os resultados alcançados no primeiro ano foram bastante promissores, levando a Spot Gamesstartup incubada na Casa do Impacto, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa -, a preparar a disseminação desta solução a um número mais alargado de escolas.

O projeto piloto foi implementado nos agrupamentos de escolas do Alto do Lumiar e das Olaias. Neste âmbito, Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa, Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto, e representantes do Banco Montepio, da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo visitaram a “GameZone Lisboa, no Agrupamento de Escolas do Alto do Lumiar, na passada terça-feira, 31 de maio, com o objetivo de assistir à utilização, na sala de aula, do “Magos” e ouvir o testemunho de professores e alunos.

Ferramenta digital Magos

Muito mais do que um jogo, uma ferramenta de aprendizagem

Sérgio Cintra defendeu que “a vocação primária da Santa Casa é ser um investidor social. Nesse sentido, em conjunto com os parceiros, temos que aumentar a capacitação dos mais jovens. Esta ferramenta é uma forma de combater o insucesso escolar e, simultaneamente, de melhorar a aprendizagem. Espero que este projeto possa ser adotado no território nacional”.

Rita Borges, adjunta da diretora do Agrupamento de Escolas do Alto do Lumiar, lembra que “o agrupamento tem oito turmas de 4º ano a trabalhar no projeto. Umas fazem sessões quase diárias, outras fazem sessões semanais, depende muito da necessidade que o professor identificar para cada caso”.

A responsável pelo Agrupamento de Escolas do Alto do Lumiar está satisfeita com o projeto: “os alunos estão muito motivados, estão sempre dispostos a jogar. Fazem imensos exercícios, escondidos neste mundo de magia. Ou seja, fazem exercícios de língua portuguesa disfarçados num jogo. Algo que, normalmente, no livro [tradicional] não iriam fazer porque é uma chatice – e nesta plataforma é muito fácil de resolver”.

O jogo ajuda diferentes alunos a desenvolver competências. Começa com um diagnóstico e adapta-se às necessidades de cada um. É um fato à medida. Dando o exemplo de uma turma de 4º ano, com oito alunos com necessidades educativas especiais e um com autismo, Rita Borges destaca que é muito difícil um professor chegar a todos e ajudar na sua evolução. O jogo permite que todos tenham a atenção que precisam naquele período de uma hora, direcionada de acordo com as capacidades de cada um”.

Para Francisco Miranda, cofundador da Spot Games, este jogo “é um instrumento para o professor motivar os alunos, independente do seu contexto, através de ferramentas em suporte físico (livro) e digital (jogo). O ‘Magos’ consegue trazer a fantasia para a sala de aula, sem que eles se apercebam que estão a aprender. Criar impacto, melhorar os resultados e as competências dos alunos é um dos objetivos desta ferramenta”. E continua: “O sonho é ter o ‘Magos’ em cada escola e em cada turma, pelo país fora”, finaliza Francisco.

Por outro lado, Inês Sequeira afirma que “o objetivo deste jogo é que as crianças, através do jogo, consigam criar mais competências. A ferramenta desenvolvida foca-se bastante na questão da manutenção da motivação dos alunos”. Na sala de aula, a diretora da Casa do Impacto ficou “muito impressionada” com o que viu. “Estavam concentrados e interessados em cumprir objetivos”, observa.

Ferramenta digital Magos

Spot Games

Criar impacto em escolas de intervenção prioritária, onde o absentismo, o abandono e o fraco aproveitamento são a regra, foi o primeiro objetivo de Francisco Miranda, engenheiro industrial, e Joana Lopes, psicomotricista, para criarem a Spot Games. Depois da passagem pelo Rise for Impact, a startup desenhou o “Gamezone Lisboa”, que tem como principal objetivo mitigar o défice de competências de português e matemática de alunos com baixo estatuto socioecónomico. Este projeto recebeu, em 2021, investimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa/Casa do Impacto através de um título de impacto social, no âmbito da iniciativa “Projetos de Impacto”.

 

Casa do Impacto e Shifter criam ciclo de conversas sobre cidades do futuro, saúde mental e desafios do trabalho

A Casa do Impacto e a Shifter, revista comunitária de reflexão e crítica, juntaram-se para promover um ciclo de conferências sobre temas como descentralização, saúde mental, inteligência artificial, entre outros temas essenciais. O primeiro encontro foi dedicado ao tema “Cidades do Futuro”, e teve lugar na passada sexta-feira, 21 de abril, nas instalações da Casa do Impacto.

A conversa que juntou na mesma mesa Rosa Félix, investigadora em mobilidade ciclável e mentora da Cicloficina do Técnico, Mário Alves, membro da direção da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, e Bruna Pizzol, especialista e consultora na área de mobilidade urbana, pretendeu ser um espaço de reflexão sobre o futuro das grandes cidades e de como estas podem e devem ser espaços inclusivos e pensados para que as pessoas vivam e circulem em segurança.

“Cada cidade é diferente e verificamos que os problemas à locomoção numa cidade como Lisboa é bastante diferente dos problemas que existem noutra cidade do outro lado do mundo, como na Índia, em que um dos maiores constrangimentos são os animais vadios que andam na rua”, começou por dizer Mário Alves.

Para o defensor da utilização de bicicletas, é “necessário que exista uma intervenção política para alterar alguns dos paradigmas que existem na mobilidade urbana”, frisando que “a pandemia mudou a maneira como nos movemos em Lisboa, em que, em muitos dos casos, as pessoas preferem agora deslocar-se a pé ou de bicicleta do que nos transportes”.

Opinião partilhada por Rosa Félix que lembrou que “a aposta que as cidades têm feito nas ciclovias tem sido essencial para a maneira como nos movemos”. “Há alguns anos era muito complicado andar de bicicleta em Lisboa. As pessoas tinham que automaticamente assumir um risco em que o corpo seria exposto a todos os elementos que andam na estrada. Hoje em dia é mais fácil. Existem ciclovias vedadas e com regras, o que leva a que as pessoas utilizem mais a bicicleta como meio de deslocação”, salientou ainda.

Outros dos pontos essenciais deste primeiro ciclo prendeu-se com o facto de as cidades deverem ser inclusivas e de os centros urbanos, desenhados primordialmente para carros, serem cidades inóspitas e inseguras.

“É importante que várias pessoas sejam ouvidas quando estamos a falar de mobilidade urbana, é necessário incluir na discussão não só os engenheiros que pensam nas estruturas, mas também os peões que andam no espaço todos os dias”, realçou Bruna Pizzol. “Em algumas cidades da América do Sul, para o financiamento da rede de transportes, as entidades que financiam requisitam estudos específicos que comprovem que o que será construído não deixará ninguém para trás”.

Importa, assim, ampliar o debate sobre a mobilidade e de como as cidades devem ser mais humanas e inclusivas, reafirmando que a discussão pública não pode passar por uma “guerra de trincheiras”, entre ciclistas e automobilistas.

 

Sobre o ciclo “Encontros com Impacto

O próximo “Encontro com Impacto” acontece no próximo dia 19 de maio, e o tema em debate será a “Inteligência Artificial”.

Até final de 2022 vai ser possível assistir a mais cinco sessões com temas distintos, divididas em dois ciclos: o primeiro sobre temas do futuro e o segundo sobre o presente.

A parceria estabelecida entre a Shifter e a Casa do Impacto tem como objetivo tratar assuntos complexos de forma próxima, simples e inclusiva, promovendo encontros regulares onde se juntam personalidades relevantes das várias áreas em debate para pensar os temas propostos.

Todas as conversas serão também disponibilizadas, posteriormente, em formato podcast.

A participação é gratuita, mas implica registo prévio em cada um dos eventos. Esta e outras informações estão disponíveis no site dedicado aos “Encontros com Impacto”.

Casa do Impacto e IRN unidos pela inovação social

O protocolo de parceria entre a Casa do Impacto e o IRN, firmado na passada segunda-feira, 4 de abril, teve como objetivo promover a criação de projetos piloto com três startups residentes no hub de empreendedorismo social da Santa Casa – Speak, Academia de Código e The Minimal Magazine – nas áreas da inserção social e diminuição de desigualdades sociais, tecnologias de informação e saúde mental.

Os três contratos de projetos piloto entre este instituto público e as startups residentes da Casa do Impacto surgem do objetivo de unir empresas emergentes a entidades estatais, para testar soluções inovadoras.

Nos termos do protocolo, a Casa do Impacto compromete-se a encontrar sinergias entre o IRN e as startups adequadas para desenvolver soluções para os desafios identificados pela entidade.

Em colaboração com a área do IRN, as três startups residentes na Casa do Impacto vão desenvolver soluções para dar resposta e implementar programas como ensinar línguas para migrantes e refugiados, promover bootcamps de literacia tecnológica e programação, promoção de sustentabilidade e modos de vida saudáveis e inclusivos.

Os projetos piloto terão a duração de um ano e têm em vista o desenvolvimento de programas inovadores e com potencial de grande escala. Em paralelo, esta parceria pretende continuar a promover sinergias dentro do ecossistema de empreendedorismo e inovação social que possam surgir com outras soluções da comunidade de startups da Casa do Impacto.

CdI protocolo IRN

Holi, o “cérebro” que conquistou o Santa Casa Challenge

Francisca Canais e Rita Maçonaro estavam longe de imaginar que um trabalho de grupo do mestrado em Engenharia Biomédica e Biofísica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa mudaria as suas vidas. Tinham em mãos a tarefa de desenvolver um projeto com recurso a tecnologias inovadoras. Acabaram por criar a Nevaro, uma solução tecnológica para problemas de saúde mental. O objetivo das estudantes era usar o neurofeedback (atividades fisiológicas como ondas cerebrais e batimentos cardíacos) para avaliar os pacientes e, a partir de aqui, adaptar o tratamento às necessidades de cada um.

“Começámos a analisar a ansiedade e a perceber como é que as nossas ondas cerebrais reagem a determinados estímulos, como é que o nosso ritmo cardíaco acelera ou não consoante as nossas emoções”, explica a cofundadora da Nevaro, Rita Maçonaro.

O projeto ganhou forma no Hospital de Beja, onde as duas jovens aplicaram provas de conceito. Vários utentes foram usando técnicas de realidade virtual com controlo fisiológico durante sessões de psicoterapia, de modo a aumentar os seus níveis de motivação e, consequentemente, atingirem melhores resultados na terapia. Muito promissores na redução da ansiedade nos pacientes (cinco vezes mais rápida), os resultados obtidos permitiram que Rita e Francisca desenvolvessem a Nevaro, uma tecnologia que alia a potencialidade das tecnologias de medição dos sinais cerebrais, e também cardíacos, à gamificação.

A missão e inovação propostas pela Nevaro foi bem recebida na comunidade científica. Hugo Ferreira (atual cofundador desta solução digital) foi o professor responsável pela disciplina onde Rita e Francisca desenharam os primeiros rascunhos daquilo que viria a ser a Nevaro. Foi o docente que incentivou as duas jovens a irem mais além e a concorrerem a alguns concursos de empreendedorismo. A primeira competição em que marcaram presença foi em 2018, no Centro de Inovação da Faculdade de Ciências, o Teclabs, onde conquistaram o primeiro lugar.

O projeto que pinta a saúde mental de todas as cores

Rita Maçonaro e Francisca Canais trazem no telemóvel um “cérebrozinho”. É o Holi, um personal trainer de saúde mental capaz de perceber como nos sentimos e de sugerir a melhor jornada para regular a nossa saúde mental. A aplicação móvel Holi by Nevaro nasce em plena pandemia, numa altura em que Rita e Francisca começavam a obter resultados bastante promissores com a tecnologia Nevaro e a planear pilotos em maior escala. O Holi visa a autogestão da saúde mental com base em estratégias gamificadas com origem na psicologia positiva, como mood tracking, journaling, práticas de respiração e mindfulness. O Holi vem dar cara aos algoritmos, a essa nossa capacidade de perceção através dos sinais fisiológicos.

“Temos várias estratégias da psicologia positiva, que vão pegando nos sensores do telemóvel, em que em vez de precisarmos de uma banda para colocar na cabeça ou no braço, através do microfone, da câmara fotográfica, do acelerómetro, do giroscópio, nós conseguimos perceber biomarcadores da ansiedade e adaptar as experiências ao utilizador. Por exemplo, o anisómetro, o nosso termómetro da ansiedade, basta colocar o dedo na câmera, clicar no iniciar medição e, em 30 segundos, obtemos o resultado. Tendo em conta esses níveis, a app depois sugere estratégias de gestão adequadas ao estado da pessoa, até porque a saúde mental é diferente de pessoa para pessoa”, explica Francisca Canais.

O teletrabalho, a incerteza do amanhã e a gestão diária da saúde mental potenciadas pela pandemia fez a equipa Nevaro perceber que era necessário colocar mãos à obra e dar um passo atrás, “repensar as bases e reajustar a tecnologia para que funcionasse à distância”, sem que fosse necessário o contacto presencial com os pacientes. Tudo está agora materializado numa app, que, para já, está apenas disponível para empresas com mais de 250 colaboradores.

Mas aquilo que seria um passo atrás acabaria por revelar-se um sucesso. Em 2021, a Holi by Nevaro venceu a 6ª edição do Santa Casa Challenge dedicada à promoção de uma saúde de qualidade, com especial atenção aos problemas da saúde mental e às necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade. A 7ª edição do concurso promovido pela Casa do Impacto, com as candidaturas a decorrer até ao próximo dia 6 de março, é dedicada aos novos desafios na educação e no trabalho para a transição digital e ação climática.

“Vencer o Santa Casa Challenge foi um momento muito bom para nós, porque foi um reconhecimento que, além do apoio financeiro, permitiu alavancar uma série de coisas e estar aqui na Casa do Impacto, que tem um ambiente fantástico para parcerias e mentoria. Vencer este concurso também nos deu muita exposição. Acabou por nos abrir muitas portas, com muitas empresas a contactarem-nos para saberem mais sobre nós”.

O Santa Casa Challenge deu a Francisca e a Rita mais força e condições para combaterem o tabu da saúde mental. Quando partem para conferências fazem-no com um pensamento: “Ok, vamos lá tornar a saúde mental acessível a todos e normalizar isto”. Na Holi, Rita e Francisca usam muitas cores vivas: amarelo, verde, laranja. Esta é a forma que querem que a sociedade encare a saúde mental, que normalmente é vista como algo pesado, cinzento.

“Nós dizemos mesmo que todos temos um cérebro, todos temos que cuidar dele. E porque não fazê-lo bem e com positividade à mistura? A nossa função é desconstruir a temática tendo por base a ciência.”

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas