O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, foi um dos convidados da conferência sobre envelhecimento com qualidade, que teve lugar esta quarta-feira, 28 de setembro, na sede da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), e que contou também com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, do presidente da UMP, Manuel de Lemos, e da presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, Carla Tavares. O debate foi moderado pelo vice-presidente da UMP, Manuel Caldas de Almeida.
Na abertura da sessão, ao dirigir algumas palavras de agradecimento a todos os convidados, Manuel Lemos fez questão de realçar ao ministro da Saúde que as misericórdias nacionais “estão disponíveis para cooperar com o setor da saúde, para que os portugueses tenham mais e melhores cuidados de saúde”, reforçando, ainda, que as misericórdias já são um dos principais pilares do Sistema Nacional de Saúde, através da Rede de Cuidados Continuados.
Já Edmundo Martinho salientou que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem um “peso acrescido”, quando comparado com as outras misericórdias nacionais, no sentido em que “em Lisboa, cabe à Santa Casa, salvo algumas exceções, o apoio à população mais desfavorecida”.
“O facto de termos muitas pessoas na cidade de Lisboa com mais de 65 anos que estão num patamar de rendimento fora daquilo que é o apoio tradicional de uma instituição como a Santa Casa, mas que estão abaixo do patamar de rendimento que lhes permitiria, por exemplo, aceder por si a cuidados. E isto é um problema novo”, realça o provedor.
A atualidade “reserva novos desafios e mais exigentes ao setor social” e as instituições devem ter a consciência de que “o perfil das pessoas que antigamente procuravam os nossos serviços alterou-se radicalmente, e a tendência será essa”, realçou ainda o provedor.
Já no final da sua intervenção, defendeu que é necessário “dar uma volta completa ao apoio domiciliário”, e que a solução não passa por ter equipas rotativas na casa das pessoas.
No encerramento do evento, o ministro da Saúde frisou que nas questões do envelhecimento com qualidade é necessário que o “Governo e o setor social consiga trabalhar em conjunto”, e que “é necessário alterar processos e paradigmas, para que as pessoas vivam mais e melhor e poderem envelhecer com qualidade”.
O ciclo de conferências organizado pela União das Misericórdias de Portugal surge no âmbito da apresentação de seis novas publicações, nas áreas do envelhecimento, património, liderança feminina, confinamento, pandemia e obras de misericórdia.
Na próxima e última sessão, a 4 de outubro, será apresentado o livro “Memórias COVID-19”, num debate que contará com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da UMP, Manuel de Lemos, do presidente da Mesa da Assembleia-Geral da UMP, José da Silva Peneda, da ex-ministra da Saúde, Maria de Belém Roseira e do ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.