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Um IMPULSO à carreira dual. Jogos Santa Casa atribuem mais 50 bolsas a atletas olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos

Resultante de uma parceria estabelecida em 2013, os Jogos Santa Casa, o Comité Olímpico de Portugal (COP) e o Comité Paralímpico de Portugal (CPP), voltam, em 2022, a atribuir mais 50 bolsas de educação a atletas olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos. Através do programa IMPULSO – Bolsas de Educação Jogos Santa Casa, a instituição prossegue, assim, a sua estratégia de apoio ao desporto nacional, a qual pretende ser, não só uma ferramenta de promoção do talento nacional desportivo, como também de integração e de coesão.

Nesta 9ª edição, referente ao ano letivo de 2021/22, destaque ainda para os mais de 145 mil euros atribuídos no total das 50 bolsas, que permitirão aos atletas conciliar com maior facilidade a atividade académica e a carreira desportiva, evitando o abandono prematuro do desporto de alto rendimento ou a desistência precoce dos estudos.

No âmbito do COP, serão atribuídas 36 bolsas no valor de 106, 5 mil euros, e as restantes 14, no valor de 39 mil euros, serão canalizadas através do CPP. Pela primeira vez, será atribuída uma bolsa de doutoramento a um atleta da esfera paralímpica, sendo que a maioria dos bolseiros do programa IMPULSO | Bolsas de Educação Jogos Santa Casa está inscrita em licenciaturas e mestrados.

Ao longo dos anos, este programa tem contribuído para que muitos jovens atletas olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos consigam conciliar os estudos académicos com o desporto de alta competição. Nestas nove edições foram atribuídas 375 bolsas, no valor total de mais de um milhão de euros, tendo sido abrangidos 204 atletas de 22 modalidades.

Conheça, através do novo site do IMPULSO, os vencedores desta edição.

Renata Pinto: a nadadora que encontrou na Bolsa Jogos Santa Casa uma motivação para ter uma carreira dual

Renata Pinto nasceu na Maia, participou em várias competições nacionais e internacionais e é uma das melhores atletas portuguesas em natação adaptada. Esta é a parte desportiva e mediática que é de conhecimento geral. Mas há outra Renata Pinto, a que ainda tem sonhos por cumprir na natação e na psicologia, que o mundo não conhece. Enquanto que para alguns nadadores representar o seu país é um objetivo distante, outros já o fazem ao mais alto nível. Os 100 metros bruços têm permitido a Renata Pinto representar Portugal em várias competições, desde as camadas jovens aos seniores. O rótulo de “esperança” ficou lá atrás. Hoje, todos olham para Renata como um valor seguro da natação nacional.

A nadadora de 21 anos – quase a completar 22 –, que representa o ADADA, deu as primeiras braçadas numa piscina aos dois anos de idade, por recomendação médica. A necessidade aguçou o engenho e Renata juntou o útil ao agradável. A competição começou cinco anos depois, aos sete, quando a “convidaram para experimentar um clube que tinha competição”. Começou por nadar com “os ditos atletas normais”. Mais tarde viria a integrar a natação adaptada, por força de uma malformação congénita no antebraço direito.

Renata precisa de tempo para lembrar todas as piscinas em que já competiu. Algumas competições são mais fáceis de recordar devido à transformação que causaram na vida da atleta. Na memória estão os Jogos Europeus da Juventude do Comité Paralímpico Europeu, em Varazdin, na Croácia. Foi em 2015, neste país da Europa Oriental, que fez a estreia em provas de natação adaptada. Aqui, “independentemente de tudo que possa vir a acontecer”, viveu momentos que jamais esquecerá. “Era tudo novo para mim. Nunca tinha estado perto de tantos atletas com deficiências parecidas à minha. Foi tudo especial. Apesar de não ser as competições absolutas como um europeu ou um mundial, esta prova foi a que me marcou mais”, explica.

Os Jogos Europeus da Juventude foram apenas o início de um percurso ainda curto. Passado um ano conseguiu fazer tempos para integrar a seleção paralímpica nacional para o Campeonato da Europa, que se realizou no Funchal. Em 2019, depois de “várias tempestades”, a bonança chegou ao conseguir marcar presença no Campeonato do Mundo, em Londres, algo com que sempre ambicionou. A concretização do sonho acontece depois de uma época “particularmente difícil” com muitas provas internas e com algumas frustrações pelo meio. Estar no Campeonato do Mundo foi, mais do que tudo, uma conquista pessoal. “Não consegui atingir os tempos que pretendia por centésimas. Eu já achava que não ia conseguir. Depois, conseguir estar no Campeonato do Mundo foi realmente especial”, refere.

Em maio de 2021, no Campeonato da Europa, no Funchal, arrecadou a medalha de bronze, mas não conseguiu atingir os mínimos para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. As con-secutivas melhorias do tempo na prova dos 100 metros bruços (a sua prova de eleição) podem ser um presságio para atingir o próximo grande objetivo, que “é já daqui a três anos”: os Jogos Paralímpicos de Paris 2024. “Penso que irei conseguir estar em Paris. É um dos meus grandes objetivos, é um sonho. Estou a apostar tudo para 2024 já a partir deste ano”, confessa.

 

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