O paradigma da saúde mudou nos últimos anos. Portugal tem um dos maiores índices de envelhecimento da Europa. Há uma maior esperança de vida média, mas não é acompanhada por mais anos de vida saudável. A população portuguesa mais idosa é portadora de doenças crónicas, com muitas patologias associadas. Mais suscetível a complicações decorrentes das suas doenças e com maior dificuldade na recuperação, esta população necessita de cuidados mais prolongados, de internamentos mais longos e acompanhados por equipas de saúde com competência nesta área.
Num tempo em que os desafios da longevidade são cada vez maiores, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está comprometida na melhoria e no alargamento destes cuidados. A prová-lo, a instituição tem investido, nos últimos anos, na criação de mais respostas para fazer face a esta realidade. Atualmente, dispõe de três unidades de cuidados continuados integrados (UCCI Rainha D. Leonor, UCCI São Roque e UCCI Maria José Nogueira Pinto), num total de 213 camas de internamento, 181 das quais contratualizadas com a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.
O auto de consignação simboliza o arranque da obra de instalação da primeira Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Santa Casa na cidade de Lisboa.
Decorreu esta sexta-feira, 19 de janeiro, a cerimónia de assinatura do auto de consignação, para a instalação da primeira unidade de cuidados continuados da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), na cidade de Lisboa, no Parque de Saúde Pulido Valente.
Esta iniciativa que representa um investimento da Misericórdia de Lisboa de cerca de 3,5 milhões de euros, irá permitir acrescentar 44 camas à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, até ao final do ano.
Na sua intervenção, Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, disse que “a aposta num Serviço Nacional de Saúde é para continuar respondendo integralmente ao que realmente as pessoas mais necessitam e anseiam”. O ministro salientou, ainda, que “comparando este ano com os anos homólogos, Portugal tem cada vez mais camas e tem respondido melhor às adversidades que aparecem”, admitindo que a “Santa Casa tem sido um parceiro essencial”.
No seu discurso, Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sublinhou que “os cuidados continuados são um eixo central da atividade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”, salientando que daqui a um ano, referindo-se também ao Hospital da Estrela que disponibilizará mais 78 camas “a cidade de Lisboa estará mais apta para apoiar quem mais necessita”.
O provedor mostrou-se igualmente orgulhoso pelo facto de a instituição estar a aproveitar o aumento que tem tido nas receitas, “para se constituir um parceiro integral da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.”
A falta de camas de cuidados continuados integrados tem sido alvo de grande atenção por parte da atual administração da Santa Casa Misericórdia de Lisboa. A prová-lo, além do auto de consignação hoje assinado, que se traduz num investimento de cerca de 3,5 milhões de euros, a instituição formalizou em setembro de 2016 com o Ministério da Saúde e com o Instituto de Segurança Social um acordo que acrescentou 12 camas à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, disponíveis na Unidade de Saúde Maria José Nogueira Pinto, na Aldeia de Juzo, em Cascais.
A inauguração de uma nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados no antigo Hospital Militar, comprado pela Misericórdia de Lisboa, está também prevista para o final de 2018, disponibilizando cerca de 78 camas.
A cerimónia de assinatura contou com as presenças do Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, do Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Carlos Martins, do Provedor da SCML, Edmundo Martinho, da coordenadora da Unidade de Missão para o Hospital da Estrela e Unidade de Cuidados Continuados Integrados Pulido Valente, Ana Jorge e dos administradores executivos da instituição, Helena Lopes da Costa, Filipa Klut, Sérgio Cintra e Ricardo Alves Gomes.