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Santa Casa apresenta contas de 2017

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) apresentou esta sexta-feira, 11 de maio, o Relatório de Gestão e Contas 2017 e o Relatório e Contas do Departamento de Jogos 2017.

Edmundo Martinho, provedor da SCML, deu conta que “os resultados apresentados permitem acentuar a relação que a Santa Casa deve ter com a cidade e o país”. O provedor fez questão de sublinhar 3 aspetos no ano de 2017: “o apoio à investigação científica, uma área absolutamente crítica, a criação do Fundo Recomeçar, que contou com o empenho dos portugueses e o acentuar do trabalho com a União das Misericórdias apoiando a reabilitação de obras sociais e de património cultural e religioso das misericórdias de todo o país”.

Numa altura em que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) celebra 520 anos, as contas apresentadas relativas a 2017 demonstram uma solidez financeira como nunca teve em nenhum período da sua longa História: um ativo de mais de 807 milhões de euros no ano passado, representando um acréscimo de 8,7% face a 2016; capital próprio na ordem dos 725 milhões, mais 7,4% do que em 2016; e disponibilidades financeiras acima dos 215 milhões de euros.

No que diz respeito aos resultados, a Santa Casa duplicou o seu resultado líquido, passando de 21,1 milhões de euros, em 2016, para 42,4 milhões, em 2017, apesar do forte investimento efetuado no ano passado, representando um valor acima dos 63 milhões de euros.

Do lado da receita corrente, regista-se o aumento das verbas provenientes dos Jogos Sociais, que continuam a ser a maior fonte de financiamento das obras e missão da Santa Casa. É importante sublinhar que a SCML é umas das muitas entidades beneficiárias dos Jogos Sociais, recebendo em 2017 quase 221 milhões de euros, um acréscimo de 10% face a 2016. Os rendimentos provenientes dos Jogos Sociais representaram, deste modo, 84% das receitas correntes da SCML, que no exercício de 2017 ascenderam no total a 261,8 milhões de euros, um aumento de mais de 10,4% em relação ao ano anterior.

Ainda do lado da receita, importa sublinhar que se mantém a consolidação da estratégia de diversificação de outras fontes de financiamento da Misericórdia de Lisboa, que não os Jogos Sociais. A rentabilização do património, através da sua valorização pelo cálculo do justo valor e arrendamento, representou em 2017 quase 30 milhões de euros em receitas.

Do lado da despesa corrente, mantém-se a tendência de controlo dos anos anteriores, não obstante um aumento de 5,7% face a 2016, explicado, em parte, com o acréscimo, em cerca de 12,4%, dos subsídios, bolsas e apoios financeiros, situando-se em 30,8 milhões de euros, em 2017. Registou-se ainda o aumento de 6,6% em gastos com pessoal, justificado com vários fatores, entre os quais: processo ordinário de progressão de colaboradores com efeitos a abril de 2017 e enquadramento do novo acordo de empresa com efeitos a junho de 2017; atualização do ordenado mínimo para 570 euros (a partir de outubro de 2016) para os colaboradores com CIT; reclassificações e aumento do número de colaboradores. No entanto, é importante frisar que ainda no âmbito da despesa corrente se verificou uma estabilização na rubrica de compras e serviços externos. No total, a despesa corrente da Santa Casa no ano passado foi de 211 milhões de euros, com a Ação Social a representar quase 55% desse valor e a Saúde cerca de 25%, as áreas “core” da Misericórdia de Lisboa.

Investimento na Ação Social e Saúde reforçado

Em 2017, o investimento atingiu os 63,3 milhões de euros o que representa uma variação de 32,8 milhões de euros relativamente ao período homólogo (107%). Para além dos investimentos em instrumentos financeiros, são de destacar os investimentos na Saúde, com a construção da nova unidade no Hospital de Sant’Ana, e na Ação Social, com o projeto CARE, no âmbito do paradigma que a Santa Casa está a implementar ao nível da intervenção no acolhimento residencial junto da jovens e crianças, e com o programa InterAge, tendo em vista a requalificação de vários Centros de Dia em Lisboa.

Também no Património, foi reforçado o investimento na valorização do edificado da Santa Casa, através da sua reabilitação e conservação, assim como o desenvolvimento de novos projetos imobiliários. Destacam-se ainda as iniciativas no âmbito da investigação científica, com a atribuição de bolsas e prémios. No âmbito da Cultura, efetuou-se a aquisição da Coleção de Arte Asiática de Francisco Capelo, uma componente importante da oferta cultural que a Misericórdia está a desenvolver na zona do Bairro Alto, em Lisboa.

Nunca na sua História, os Jogos Santa Casa distribuíram tanto pela sociedade

Os Jogos Santa Casa obtiveram em 2017 os melhores resultados de sempre. As vendas brutas dos Jogos Sociais ultrapassaram, pela primeira vez na sua História, os 3 mil milhões de euros. No ano passado, o Departamento de Jogos da SCML registou um recorde nas vendas brutas, com um acréscimo de 9,1% face a 2016, atingindo o valor de 3.028 milhões de euros. O resultado líquido dos jogos situou-se nos 729 milhões de euros (face aos 675,5 milhões de 2016) e, consequentemente, os resultados distribuídos pelos beneficiários sociais – 72,24% para entidades do Estado e 27,76% para a SCML – foram os mais elevados de sempre, atingindo os 718 milhões de euros.

Edmundo Martinho sublinhou a gestão do Departamento de Jogos Santa Casa e “a forma responsável como entende o seu papel”. Prova desse trabalho são, na opinião do provedor, as recentes certificações em Jogo Responsável, atribuídas pelas associações internacionais do setor ao Departamento de Jogos: “mostra que estamos a fazer o nosso papel, com respeito pela integridade dos jogos e, sobretudo, respeito pelas famílias, assegurando a rentabilização da operação, sem perder de vista que o mais importante é manter o equilíbrio do orçamento das famílias”, concluiu.

Ainda no âmbito do financiamento direto às Boas Causas, acresce o montante entregue ao Estado sob a forma de imposto do selo gerado pelos diferentes jogos neste último ano, que atingiu 186 milhões de euros, tendo registado um crescimento de 1,6% face a 2016. O montante total de retorno à sociedade gerado pelos Jogos Sociais no último ano foi de 2.947 milhões de euros, representando 97,3% das receitas obtidas com a venda de Jogo. Este valor representa um acréscimo de 257 milhões de euros em relação a 2016.

Na análise às vendas brutas por jogo, conclui-se que a Lotaria Instantânea, o Placard e o M1lhão contribuíram com 2.091 milhões de euros para o total das vendas brutas.

Consulte aqui o Relatório de Gestão e Contas da Santa Casa do ano de 2017, e aqui o Relatório e Contas do Departamento de Jogos Santa Casa, do ano de 2017.

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