O ecossistema do empreendedorismo da Casa do Impacto está cada vez mais sólido. Desde a sua criação, a 1 de outubro de 2018, que o hub de empreendedorismo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem vindo a aglomerar startups capacitadas para desenvolver projetos inovadores com resultado social.
É na Casa do Impacto que convergem todos os players do ecossistema do empreendedorismo de impacto do país. O objetivo do polo de inovação é, diariamente, promover negócios que ajudem a combater os problemas que enfrentamos enquanto sociedade. A pobreza, as desigualdades e o desemprego são alguns dos desafios que os empreendedores se propõem a resolver, através de negócios sustentáveis que nasceram para criar impacto social positivo, em conformidade com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da ONU.
O sucesso da Casa do Impacto traduz-se, por exemplo, nos casos que aqui ganharam forma e que mereceram replicação e reputação internacional. O ecossistema mapeado pelo hub tecnológico possibilita uma rápida compreensão desse êxito, ao incluir os players mais relevantes que diretamente influenciam, ou foram influenciados, pela atividade da Casa do Impacto nos seus dois anos de existência. A infografia mostra-nos um ecossistema do empreendedorismo de impacto sólido e amplo.
“Queremos desafiar novos empreendedores a criar mais negócios de impacto social, uma vez que têm todas as ferramentas que necessitam na Casa do Impacto. Damos acesso a diferentes soluções para diferentes fases de negócio”, explica a diretora da Casa do Impacto, que vê no “Santa Casa Challenge” ou no fundo “+Plus” bons exemplos do apoio dado pela Casa do Impacto a novos empreendedores.
A era da inovação social
Há muito que a Casa do Impacto tenciona ter um papel unificador entre as várias realidades. O objetivo passa por possibilitar a criação de pontes e intersecções entre os vários setores: público, privado e da economia social, o empreendedorismo e a inovação de impacto naquela que, para Inês Sequeira, é “era da inovação social”.
Portugal parece dar uma boa resposta nesse sentido, sobretudo durante a pandemia de Covid-19. O nosso país é, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o estado do mundo com mais respostas inovadoras aos problemas sociais causados pela pandemia. No total, foram identificadas 37 inovações sociais originárias do setor público em Portugal, entre as 434 identificadas pela OCDE em todo o mundo.
Nestes números, a Casa do Impacto tem uma palavra a dizer. Um dos projetos que contribuiu para que Portugal atingisse este lugar foi o “acalma.online”, uma plataforma de videoconsultas para apoio psicológico de sintomas relacionados com o confinamento, criada em abril de 2020.
Mas o acalma.online é apenas um entre muitos exemplos: o movimento “tech4COVID19″, que, em 48 horas, juntou mais de 600 empreendedores tecnológicos com soluções inovadoras de combate aos efeitos da pandemia; o “Santa Casa Challenge Extra Covid-19”, que investiu 50 mil euros nos projetos Ally Smart Check-ins e Smart-AL, duas soluções tecnológicas de apoio e a idosos; a GoParity aproveitou o seu know-how em campanhas de angariação de fundos e recolheu 185 mil euros para a aquisição de material hospitalar.
Não será apenas durante a pandemia que esta tendência de crescimento do ecossistema de impacto se vai verificar. Inês Sequeira olha para o futuro de forma risonha, pois acredita que, no pós-Covid-19, “por termos ficado alerta para a necessidade de projetos com preocupações sociais”, teremos um ecossistema “saudável e inovador que vai continuar a prosperar e a crescer” em particular nas áreas da educação e na área da saúde mental.
“Na área do envelhecimento, as soluções vão continuar a surgir. Estamos a viver um desafio e uma oportunidade ao mesmo tempo. Oportunidade para inovar, democratizar e escalar as experiências de aprendizagem”, considera Inês Sequeira.