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Um livro que recupera a voz “profética” de Alfredo Bruto da Costa

“Que fizeste do teu irmão? Um olhar de fé sobre a pobreza no mundo” é o nome do livro que reúne textos de Alfredo Bruto da Costa. A obra, publicada pela Editorial Cáritas, tem um prefácio do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, e do cardeal D. José Tolentino Mendonça. A apresentação do livro coube a Guilherme d’Oliveira Martins. A sessão pública foi promovida pela Cáritas Portuguesa, o Fórum Abel Varzim e a Misericórdia de Lisboa.

A iniciativa, que assinalou o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, contou com as presenças do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, da presidente da Cáritas, Rita Valadas, do presidente da direção do Fórum Abel Varzim – Desenvolvimento e Solidariedade, António Silva Soares, e da família de Bruto da Costa.

Numa intervenção de cerca de meia hora, o Presidente da Republica alertou para a pobreza em Portugal, qualificando-a como um “problema enorme” e o “problema dos problemas”, apelando à ação dos cristãos.

Marcelo Rebelo de Sousa descreveu Alfredo Bruto da Costa como “um profeta” que fez da “libertação da pobreza” o desígnio da sua vida. No final condecorou, postumamente, o antigo ministro dos Assuntos Sociais com a Ordem da Liberdade, que entregou à família.

Livro_Que fizeste do teu irmão?

O Presidente da República partilhou “uma primeira reflexão” a propósito da obra lançada: “A urgência da pobreza, a urgência do tema deste livro, mas também do empenhamento de cada um de nós”.

“Antes da pandemia dizia-se que havia perto de 100 milhões de pobres, depois da pandemia 220 milhões de pobres no mundo. Antes da pandemia dizia-se que havia dois milhões de pobres em Portugal, depois da pandemia dois milhões e 200 mil em Portugal”, referiu.

“Temos, portanto, um problema enorme, um problema primeiro, o problema dos problemas, e só isso justifica a importância deste nosso encontro de hoje”, considerou.

Por outro lado, Edmundo Martinho começou por recordar que Alfredo Bruto da Costa foi provedor da Misericórdia de Lisboa, entre 1974 e 1980. “É um gosto receber o lançamento deste livro numa casa a quem ele deu tanto, por vários anos da sua vida e de forma tão empenhada”, disse.

“A questão da pobreza, que tanto mobilizou a vida do professor Alfredo Bruto da Costa, é também uma questão que nos mobiliza”, considerou, sublinhando que o legado deixado traz “responsabilidades acrescidas à Santa Casa”.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa alertou que em Lisboa morreram 212 pessoas, no último ano, cujo corpo não foi reclamado, lembrando que a Misericórdia de Lisboa com a Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa celebraram neste domingo, 17 de outubro, uma missa em memória de todos aqueles que morrem e cujo cadáver não é reclamado ao Instituto de Medicina Legal.

“Devem inquietar-nos os números dos mortos cujos corpos ninguém reclama. E este dia e este livro são um reforço e uma chamada adicional para aquilo que é a responsabilidade da Santa Casa”, na questão da pobreza.

Rita Valadas afirmou que Bruto da Costa “sempre inspirou o nosso trabalho”. Já António Silva Soares recordou o professor como um “homem de ciência, de ciência social, mas também um crente”.

O cardeal D. José Tolentino Mendonça e António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, deixaram uma mensagem de vídeo, elogiando o percurso do antigo provedor da Santa Casa, classificando estes textos como “um último e valioso legado do enorme saber e da profunda experiência”.

Na apresentação do livro, Guilherme d’Oliveira Martins considerou que “Alfredo Bruto da Costa está vivo dentro de nós e a sua obra também”.

Alfredo Bruto da Costa

Alfredo Bruto da Costa, antigo ministro e ex-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz da Igreja Católica, foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, entre 1974 a 1980. Licenciado em Engenharia e com um doutoramento em Sociologia, Bruto da Costa exerceu funções no Governo chefiado por Maria de Lurdes Pintassilgo, entre 1979 e 1980, lecionou em diferentes universidades antes de ser eleito pela Assembleia da República como o terceiro presidente do Conselho Económico e Social, cargo que exerceu durante dois mandatos, entre 2003-2009.

Entre finais de 2008 e 2014 foi presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz e conselheiro de Estado entre setembro de 2014 e janeiro de 2016.

Como presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, promoveu diversos estudos e investigações à volta da pobreza em Portugal, assumindo-se sempre como uma voz em defesa da dignidade humana e da justiça social.

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