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Tertúlias da Longevidade: Santa Casa debate impacto da pandemia na área do envelhecimento

Organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no âmbito do programa “Lisboa Cidade de Todas as Idades”, a primeira sessão das “Tertúlias da Longevidade” decorreu esta quarta-feira, 30 de junho, num formato online, e foi dedicada ao tema “Serviços e apoios em tempos de pandemia: o que temos de novo, o que aprendemos e como nos vamos adaptar”.

Na sessão inaugural abordou-se o impacto da pandemia Covid-19, com enfoque nos serviços e apoios na área do envelhecimento e na forma como as organizações se estão a preparar para o futuro. Nela participaram 18 oradores – entre técnicos da Santa Casa, investigadores, responsáveis locais e outros especialistas na área da longevidade e do envelhecimento.

O encontro foi dividido em quatro salas: uma principal e três secundárias. No final, foram apresentadas as ideias-chave discutidas nas referidas salas.

Na sua intervenção, Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa, começou por destacar o “impacto nuclear da pandemia nas instituições”, considerando que o combate à Covid-19 “é o maior desafio da nossa geração”.

Com a apresentação de um estudo sobre o impacto da pandemia na instituição, o administrador deu conta da transformação dos serviços e da atuação dos colaboradores da Misericórdia de Lisboa para enfrentar a crise. “A instituição teve que se adaptar e reorganizar. Aprendemos a valorizar mais a partilha de responsabilidades entre serviços e parceiros. Foi um momento de aprendizagem. Depois da crise, o essencial ficou mais presente, o tempo tem agora outro valor”, finalizou.

Na mesma linha, a professora Júlia Cardoso, do Centro de Investigação da Universidade Lusíada, concluiu que a crise “ensinou-nos a valorizar o trabalho em equipa, as práticas de intervenção integrada, articulada e em rede”.

Já Maria de Lourdes Quaresma, especialista na área do envelhecimento, considerou que “a pandemia foi um desafio, afetando-nos a todos. A angústia da nossa finitude desencadeou um processo de entreajuda e de partilha na comunidade. Houve um fortalecimento do sentimento de pertença. É uma das grandes conquistas desta crise”. A especialista sublinhou, ainda, que a pandemia potenciou uma maior proximidade, valorização dos laços sociais, partilha de responsabilidade, reaproximação das famílias às instituições e uma maior utilização das novas tecnologias.

Mário Rui André, diretor da Unidade de Missão do programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, sublinhou que as “Tertúlias da Longevidade” são um espaço para “trocar ideias, experiências, debater, reforçar as relações entre organizações e para dar voz aos cidadãos”, pretendendo “ser um instrumento ao serviço da cidade”.

Nas três salas, os oradores destacaram a importância das novas tecnologias, a gestão de recursos e da reorganização, o reajuste e adaptação das respostas, a proximidade, a criatividade e do apoio da comunidade e da rede social.

Desafios na intervenção e no contexto de trabalho

A pandemia de Covid-19 impactou significativamente com tudo o que se estava a desenvolver no âmbito da abordagem aos desafios do envelhecimento na cidade de Lisboa. Tanto as respostas mais tradicionais, como aquelas que se vinham adaptando aos novos desafios da longevidade se viram confrontadas com o imperativo de terem de responder às exigências da crise pandémica, alterando práticas, reforçando serviços ou criando respostas alternativas que conseguissem corresponder às necessidades dos mais velhos em contexto de confinamento.

É neste contexto que surge a ideia da criação das “Tertúlias da Longevidade”, como representação de um espaço único e comum a todos os parceiros da cidade de Lisboa e demais interessados, onde os mesmos podem partilhar e refletir sobre aspetos relacionados com o envelhecimento e a longevidade. A iniciativa regressa em outubro, com previsão de se realizar mensalmente.

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